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Homeopatia

Homeopatia é uma palavra de origem grega que significa Doença ou Sofrimento Semelhante.

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Produtos

CIPROTERONA
Ações terapêuticas.

Antiandrogênio. Antineoplásico.

Propriedades:

A ciproterona inibe os hormônios sexuais masculinos (androgênios) produzidos tanto por homens como por mulheres, além de atuar como antigonadotrófico e progestágeno. Seu mecanismo de ação é o bloqueio dos receptores androgênicos, razão pela qual há impedimento da ação hormonal sobre os órgãos sexuais secundários. A absorção pelo trato digestório após sua administração por via oral é rápida e completa. Possui semelhança estrutural com o progestágeno hidroxiprogesterona e é metabolizada no fígado por um mecanismo de oxidação para finalmente ser eliminada por via urinária. Uma atividade importante é seu efeito inibitório sobre a secreção de gonadotrofinas hipofisárias, os hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH). Além disto, possui ação progestacional, razão pela qual pode provocar distúrbios da menstruação, inclusive amenorréia.

Indicações:
Em mulheres, síndromes de androgenização. Em homens, carcinoma prostático. Estados de hipersexualidade.

Posologia:
Por via oral: a dose média inicial é de 50mg a cada 12 horas, administrados preferencialmente após as refeições. Uma vez conseguida adequada resposta clínica, o tratamento deverá ser mantido com a menor dose possível, habitualmente 25mg ao dia. A redução da dose deve ser gradual, da ordem de 25mg a cada 15 ou 20 dias. No carcinoma de próstata inoperável, caso tenha sido realizada a orquiectomia, a dose recomendada é 100-200mg por dia; nos pacientes
que não tenham sido submetidos a castração cirúrgica, acima de 200-300mg diários. Está disponível o sal de acetato que permite seu emprego por via IM na dose de 300mg administrados uma vez por semana. Mesmo se tiver havido melhora clínica ou remissão, o esquema posológico em curso não deve ser modificado, e nem deve ser interrompido o tratamento. Para diminuir o aumento inicial dos
androgênios durante a terapêutica com agonistas LH-RH, recomenda-se inicialmente administrar 200mg ao dia de ciproterona durante 5-7 dias juntamente com o agonista LH-RH durante 3-4 semanas. Em mulheres: 10mg uma vez ao dia, do 1º ao 15º dia do ciclo.Antes de iniciar o tratamento, deve-se excluir a possibilidade de gravidez, tanto em mulheres com ciclos regulares como irregulares. Além disto, com o propósito de estabilizar os ciclos e proporcionar proteção anticonceptiva eficaz, administram-se 2mg de ciproterona com 0,035mg de etinilestradiol a partir do dia 1 até o dia 21 do ciclo, com o que a ovulação é inibida. Após o dia 21 inicia-se uma pausa de 7 dias, durante a qual ocorre sangramento menstrual por carência hormonal. Na quarta semana após o início do tratamento e em coincidência com o mesmo dia da semana, reinicia-se o tratamento combinado com o mesmo esquema. Em pacientes com amenorréia secundária o tratamento poderá ser iniciado a qualquer momento, porém não antes de haverem transcorrido pelo menos 8 semanas desde a última menstruação. Uma vez conseguida a melhora clínica, a tentativa será de manter o efeito terapêutico com ciproterona mais etinilestradiol exclusivamente. A dose de 50mg não deve ser administrada a mulheres grávidas.Tanto nas pacientes com ciclos regulares como naquelas com ciclos irregulares, a recomendação é dois comprimidos diários do primeiro ao décimo dia do ciclo (10 dias). Além disso, para estabilizar o ciclo e proporcionar a condição contraceptiva, administram-se 2mg de ciproterona e 0,035mg de etinilestradiol desde o 1º até o 21º dia do ciclo. Após 21 dias de tratamento intercala-se uma pausa terapêutica de 7 dias, durante a qual apresenta-se uma hemorragia por deprivação similar à menstrual. Caso não ocorra a hemorragia por deprivação na semana do descanso terapêutico, deve-se excluir a existência de uma gravidez. Ao cabo das 4 semanas de iniciado o tratamento e em coincidência com o mesmo dia da semana, as tomadas serão reiniciadas no mesmo esquema combinado, independentemente da hemorragia ter cessado ou ainda estar presente. Conseguida a melhora clínica, a dose diária pode ser reduzida a 1 ou ½ comprimido durante 10 dias; adicionalmente prossegue-se administrando 2mg de ciproterona e 0,035mg de etinilestradiol diários durante 21 dias.Para pacientes com amenorréia secundária, o tratamento será iniciado a critério do médico, não antes de transcorridas pelo menos 8 semanas desde a última menstruação. Mulheres posmenopáusicas ou histerectomizadas: podem ser tratadas com ciproterona como medicação única. Conforme a gravidade dos distúrbios, a dose será de 1 ou ½ comprimido diário, obedecendo o esquema de 21 dias de tratamento e 7 dias de descanso. Em crianças de ambos os sexos: puberdade precoce idiopática, comprimidos de 50mg. A dosagem será fixada de acordo com a gravidade do caso e a superficie corporal, oscilando em geral entre ½ e 1 comprimido 2 vezes ao dia e 1 comprimido 3 vezes ao dia (50-150mg/m 2 por dia), que deverão ser ingeridos logo após as refeições.

Reações adversas.
No homem: pode-se observar uma redução paulatina da capacidade de fecundação durante as primeiras semanas de tratamento; ginecomastia, dor ou sensibilidade mamária exacerbada, efeitos estes que desaparecem com a suspensão do tratamento. Em mulheres: tensão mamária. Em qualquer paciente: adinamia, cansaço, estados depressivos, variações do peso, modificações da libido. Em alguns pacientes pode ocorrer dispnéia transitória. As dose elevadas podem reduzir a função corticosupra-renal.

Precauções:
Deve-se levar em consideração a possibilidade de cansaço ou adinamia em pacientes que operam maquinarias perigosas. O álcool pode diminuir a ação moderadora da ciproterona sobre o impulso sexual. Recomenda-se não administrar antes da puberdade (exceto na puberdade precoce idiopática), dada a possibilidade de causar alterações sobre o crescimento longitudinal esquelético
ou no sistema endócrino não estabilizado. Em crianças com puberdade precoce idiopática sob tratamento com altas dose, a possível diminuição da função supra-renal pode tornar necessário o tratamento de substituição diante de condições específicas. Durante o tratamento recomenda-se controlar as funções hepática, supra-renal e hematológica. Em pacientes diabéticos pode haver modificações das necessidades dos hipoglicemiantes orais ou da insulina. Muito
raramente podem ocorrer anormalidades hepáticas que, em casos muito isolados, podem provocar hemorragia na cavidade abdominal.Por esta razão é necessário comunicar ao médico quando ocorram transtornos epigástricos não habituais ou que não desaparecem espontaneamente em pouco tempo, visto poder ser necessário suspender a medicação. Em mulheres, antes do tratamento deve ser realizado um exame ginecológico (inclusive de mamas) e descartar a possibilidade de gravidez. Realizar controles periódicos (cada 8, 15, 30 e 90 dias) da função hepática.

Contra-indicações:
Síndromes de Rotor ou de Dubin-Johnson. Tumores hepáticos, enfermidades consuntivas ou caquéticas. Herpes gravídico, síndromes depressivas graves, patologias tromboembólicas, anemia de células falciformes, diabetes grave com angiopatias. A amamentação e a gravidez são contra-indicações relativas se a relação risco-benefício o recomendara.
CITRICO

CÍTRICO, ÁCIDO

Propriedades:
O ácido cítrico é um ácido orgânico inócuo. Utiliza-se na forma de ácido
cítrico para dar sabor a preparações. As misturas de ácido cítrico com citrato de sódio ou potássio são utilizadas como agentes alcalinizantes de administração oral ou como soluções reguladoras do pH para irrigação ou para preparação de outras fórmulas farmacêuticas. A mistura de ácido cítrico e bicarbonato de potássio é administrada como suplemento oral de potássio. O ácido cítrico foi utilizado como atemperante, refrescante, hemostático (epistaxe) e anti-séptico.

Nota.
Não é utilizado como fármaco em terapêutica.
FOLICO

FÓLICO, ÁCIDO

Ações terapêuticas.

Suplemento nutricional antianêmico.

Propriedades:
O ácido fólico, após sua conversão em ácido tetraidrofólico, é necessário para a eritropoese normal e para a síntese de nucleoproteínas. Absorve-se quase completamente no trato gastrintestinal (a maior parte no duodeno superior),
inclusive na presença de má-absorção, devido a espru tropical. Nas síndromes de má-absorção, a incorporação dos folatos da dieta diminui. Sua união às proteínas é extensa e armazena-se, em grande proporção, no fígado, onde também é metabolizado. No fígado e no plasma, na presença de ácido ascórbico, o ácido fólico converte-se em sua forma metabolicamente ativa (ácido tetraidrofólico) mediante a diidrofolato redutase. É eliminado por via renal e também por hemodiálise.

Indicações:
Estados carenciais de ácido fólico. Não deve ser administrado até haver-se descartado o diagnóstico de anemia perniciosa. A deficiência de ácido fólico pode originar a anemia megaloblástica e macrocítica, e glossite. A necessidade de ácido fólico pode aumentar em: anemia hemolítica, hemodiálise crônica, lactentes (de baixo peso ao nascer ou com mães com deficiência de ácido fólico). Síndrome de má-absorção associada com doenças do trato hepatobiliar ou do intestino delgado. Preventivo de falhas do fechamento do tubo neural.

Posologia:
Como complemento dietético: 0,1mg/dia. Esta dose aumenta para até 0,5 a 1mg quando existem estados que produzem um aumento das necessidades. No espru tropical, é utilizada uma dose de 3 a 15mg/dia. Tratamento da deficiência: 0,25 a 1mg/dia até que haja resposta hematológica. Manutenção: 0,4mg ao dia. Doses pediátricas - suplemento dietético: 0,1mg/dia. Aumenta-se a dose para até 0,5 a
1mg quando existem estados que produzem um aumento das necessidades.

Reações adversas:
Raras vezes ocorre toxicidade com função renal normal. Não foram descritos outros efeitos colaterais, além de reação alérgica (febre, erupção cutânea). Com grandes doses ocorre coloração amarela na urina, que não requer atenção médica.

Precauções:
Devido à pouca freqüência com que ocorrem deficiências de uma só vitamina B, normalmente são administradas associações. A administração parenteral só é indicada quando não é aceitável a administração oral. As necessidades são maiores na gravidez e no período de lactação.

Interações:
Os corticóides, o uso de analgésicos a longo prazo e os anticonvulsivantes do grupo hidantoína ou estrogênios aumentam as necessidades de ácido fólico. Os antibióticos podem interferir com o método para determinar as concentrações de ácido fólico e produzir falsos baixos resultados. O metotrexato, a pirimetamina, o triantereno e a trimetoprima atuam como antagonistas do folato por inibição da
hidrofolato redutase. Aos pacientes aos quais estes medicamentos são
administrados, deve-se utilizar folinato cálcico ao invés de ácido fólico. As sulfamidas inibem a absorção de folato e as necessidades de ácido fólico podem aumentar nos pacientes que recebem sulfasalazina.

Contra-indicações:
A relação risco-benefício deve ser avaliada na presença de anemia perniciosa (o ácido fólico corrige as anomalias hemáticas, porém os problemas neurológicos progridem de forma irreversível).
NORETISTERONA

NORETISTERONA

Sinônimos.

Noretindrona.

Ações terapêuticas.

Progestágeno.

Propriedades.
Os progestágenos aumentam a síntese de RNA; interagem com um receptor nuclear que se une ao DNA. Doses elevadas de noretisterona inibem a secreção de hormônio luteinizante; doses pequenas aumentam a viscosidade do muco cervical. O fármaco transforma o endométrio proliferativo em secretor. Inibe a liberação de gonadotrofinas hipofisárias e deste modo previne a maduração folicular e a ovulação. Inibe a contratilidade uterina. A resposta à noretisterona nos tecidos-alvo depende de uma estimulação estrogênica prévia.

Indicações:
Único progestágeno indicado para a endometriose. Amenorréia, sangramento uterino anormal devido a desequilíbrio hormonal em ausência de patologia orgânica (como fibrose submucosa, câncer uterino). Anticonceptivo.

Posologia:
Nota: o acetato de noretisterona tem o dobro da potência da
noretisterona base. O restante das características são similares. A) Acetato de noretisterona. Amenorréia ou hemorragia funcional uterina: 2,5 a 10mg ao dia, via oral, desde o 5°dia da menstruação até o dia 25. Endometriose: 5mg ao dia, via oral, durante duas semanas; a partir do dia 15, aumentar a dose em 2,5mg diários a cada duas semanas, até chegar a 15mg ao dia, dose que se administra durante seis a nove meses. A aparição de hemorragia determina a suspensão temporária do tratamento. b) Noretisterona (base). Amenorréia ou hemorragia
funcional uterina: 5 a 20mg ao dia, via oral, desde o 5°dia menstrual até o dia 25. Endometriose: 10mg ao dia, via oral, durante duas semanas; a partir do dia 15, aumentar 5mg diários a cada duas semanas, até chegar a 30mg ao dia, dose que se administra durante seis a nove meses. A aparição de hemorragia determina a suspensão temporária do tratamento. Anticonceptivo: 0,35mg ao dia, via oral, a partir do dia 1 do ciclo e sem interrupção.

Reações adversas:
Podem apresentar-se sangramento intermenstrual importantes, alterações no fluxo menstrual, amenorréia prolongada, edema, aumento ou diminuição de peso, alterações na erosão e na secreção cervical, icterícia colestásica, erupções (alérgicas), melasma ou cloasma, depressão mental. Em combinação com estrógenos foram observados tromboflebite, embolismo pulmonar, trombose e embolismo cerebral, elevação da pressão ocular, alterações na libido, enjôos, fadiga, dores nas costas, cefaléia, hirsutismo, síndrome pré-menstrual, nervosismo, eritema nodoso, erupção hemorrágica, pruridos.

Precauções:
O tratamento deve ser suspenso se a paciente apresenta uma perda repentina da visão, e se ocorrer manifestação de proptose, diplopia ou enxaqueca; caso o exame oftalmológico indicar edema papilar ou lesões vasculares da retina, deve evitar-se a administração de qualquer progestágeno. Estas sustâncias podem causar danos fetais quando administradas durante os primeiros quatro meses de gravidez (masculinização do feto feminino, hipospadia, defeitos no coração e nos
membros). Também causam retenção de líquidos; por esta razão a administração deve ser controlada em presença de condições que possam ser agravadas por este efeito, epilepsia, enxaqueca, asma, disfunção cardíaca ou renal. Administrar com precaução em pacientes com antecedentes de depressão. O efeito no lactante é desconhecido; a noretisterona é eliminada no leite. A segurança e eficácia em crianças não foram estabelecidas.

Contra-indicações:
Tromboflebite, patologias tromboembólicas, apoplexia cerebral, ou em casos onde haja antecedentes destas afecções. Carcinoma de mama suspeito ou diagnosticado. Sangramento vaginal sem diagnóstico. Gravidez. Antecedentes de gravidez ectópica. Actinomicose genital.
ALOPURINOL

ALOPURINOL

Ações terapêuticas.

Hipouricemiante. Antigotoso.

Propriedades:
A biodisponibilidade por via oral é de 90%, com um pico plasmático de
alopurinol na hora e de alopurinol mais metabólito ativo em 3 ou 4 horas. O alopurinol metaboliza-se quase por completo no fígado e é eliminado por via renal. Mecanismo de ação: o alopurinol e seu principal metabólito ativo, a aloxantina, inibem a xantinoxidase responsável pela conversão de hipoxantina em xantina e desta em ácido úrico; assim a síntese deste se reduz, diminuindo os níveis plasmáticos e a excreção renal. A síntese de purinas também é inibida. A redução dos níveis de ácido úrico auxilia a mobilização dos depósitos de uratos dos tecidos.

Indicações:
Adultos: hiperuricemias primárias e secundárias. Gota. Nefropatia errática. Nefrolitíase por ácido úrico. Crianças e adolescentes: nefropatia por ácido úrico durante o tratamento da leucemia.

Posologia:
Dose habitual: 100 a 300mg ao dia. Em casos isolados pode ser aumentada de 600 a 900mg ao dia. Em crianças: 10mg/kg/dia. Em insuficiência renal: começar com 100mg. Tomar os comprimidos após as refeições.

Reações adversas:
Náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia, urticária, febre, artralgia,
síndrome de Stevens-Johnson, síndrome de Lyell, vasculite, nefrite, vertigem, sonolência, cefaléias, discrasias sangüíneas, aumento transitório das enzimas hepáticas, neurite periférica, hepatite, alopecia, formação de cálculos de xantina. Pode ocorrer um ataque de gota aguda durante a primeira etapa do tratamento.

Precauções:
Devem ser evitados os alimentos com alto teor de purinas (sardinhas, enchova) e quantidades elevadas de álcool. Os pacientes com cálculos de ácido úrico ou nefropatia por ácido úrico devem ingerir, pelo menos, 2 litros de líquido por dia e manter o pH urinário entre 6,4 e 6,8.

Interações:
O alopurinol associado com citostáticos aumenta a incidência de discrasias sangüíneas. O alopurinol potencia a ação de mercaptopurina, azatioprina, dicumarínicos, clorpropamida e teofilina. A ação do alopurinol é atenuada pela sulfopirazona, a probenecida e benzobromarona. A administração conjunta de alopurinol e ampicilina ou amoxicilina pode aumentar a freqüência de reações alérgicas a estes fármacos. Quando se associa alopurinol a álcool, pode ser afetada a capacidade de dirigir veículos ou o manuseio de máquinas.

Contra-indicações:
Hipersensibilidade ao alopurinol, gravidez, lactação.
AMILORIDA

AMILORIDA

Ações terapêuticas.

Diurético, retentor de potássio, anti-hipertensivo.

Propriedades:
Os efeitos diurético e anti-hipertensivo devem-se a ação de bloqueio, no
túbulo distal renal, da troca de sódio por potássio, o que permite um aumento da secreção de água e sódio e a retenção de potássio. A absorção é incompleta (15% a 25%) no trato gastrintestinal; a velocidade de absorção aumenta após 4 horas de jejum, embora não seja necessário, se aumenta a quantidade absorvida. Sua união às proteínas é mínima, não se metaboliza e sua meia-vida é de 6 a 9 horas,
sua concentração máxima é obtida em 3 a 4 horas. É eliminada por via renal de 20% a 50% de forma inalterada e por via fecal 49% inalterada.

Indicações:
Coadjuvante em estados edematosos ou de hipertensão, quando se deseja um efeito diurético retentor de potássio.

Posologia:
Dose para adultos: 5 a 10mg/dia como dose única. Dose máxima: até 20mg/dia. Não foi estabelecida a dosagem para crianças.

Reações adversas:
Podem aparecer sinais de hiperpotassemia, inclusive se associada com
diuréticos tiazídicos. A hiperpotassemia aparece em 10% dos casos quando usada individualmente e o sinal mais evidente é a arritmia cardíaca. São de aparição menos freqüente: erupção cutânea ou prurido (reação alérgica), constipação, sonolência, enjôos, cefaléias, náuseas e vômitos.

Precauções:
Evitar a excessiva ingestão de alimentos ricos em potássio e o uso de
substitutos do sal ou outros suplementos de potássio. Recomenda-se tomar esta medicação com as refeições ou depois delas, para potencializar sua biodisponibilidade. Os idosos podem ter maior risco de desenvolver hiperpotassemia.

Interações:
O uso simultâneo com corticosteróides, mineralocorticóides ou ACTH pode diminuir os efeitos natriuréticos e diuréticos e antagonizar o efeito retentor de potássio. Os analgésicos, antiinflamatórios não-esteróides, especialmente a indometacina, estrogênios ou simpaticomiméticos, podem diminuir os efeitos anti-hipertensivos dos diuréticos. O uso concomitante com dopamina pode aumentar o efeito diurético. O uso crônico de laxantes pode reduzir as concentrações séricas de potássio e interferir com os efeitos de retenção de potássio da amilorida. Não é recomendado o uso simultâneo com lítio. A ciclosporina, enalapril, captopril e outros diuréticos retentores de potássio, administrados
simultaneamente com a amilorida, tendem a favorecer a acumulação sérica de potássio, podendo originar a hiperpotassemia, principalmente em pacientes com insuficiência renal.

Contra-indicações:
Hiperpotassemia. Deverá ser avaliada a relação risco-benefício em pacientes com anúria, disfunção renal, diabetes mellitus, nefropatia diabética, disfunção hepática e hiponatremia.
AMIODARONA

AMIODARONA

Ações terapêuticas.

Antiarrítmico.

Propriedades:

Usado como cloridrato, prolonga a duração do potencial de ação e o período refratário do tecido miocárdico por ação direta sobre ele, sem afetar o potencial de membrana. Prolonga o estado refratário e diminui a condução das vias tissulares secundárias em pacientes com síndrome de Wolff-Parkinson-White. Produz antagonismo não competitivo dos receptores alfa e beta-adrenérgicos e inibição dos canais do cálcio. Tem um leve efeito inotrópico negativo, mais marcante com a administração intravenosa que com a oral, porém geralmente, não deprime a função ventricular esquerda. Produz vasodilatação coronária e periférica, e diminui, portanto, a resistência vascular periférica, porém só causa hipotensão com a administração de doses orais altas. Sua absorção é lenta e variável, absorvendo de 20% a 55% da dose oral. Acumula-se no tecido adiposo e em órgãos muito perfundidos (fígado, pulmão e baço), o que faz com que o alcance das concentrações terapêuticas no plasma seja lento e que se prolongue a eliminação. Sua união às proteínas é alta (96%); metaboliza-se no fígado, sendo a desetilamiodarona seu metabólito ativo.A concentração máxima é obtida em 3 a 7 horas e a duração da ação varia de semanas a meses. A eliminação é por via
biliar; aparece no leite materno 25% da dose.

Indicações:

Arritmias ventriculares (profilaxia e tratamento), supraventriculares,
refratárias ao tratamento convencional, especialmente quando associada com a síndrome de Wolf-Parkinson-White.

Posologia:
Arritmia ventricular - carga oral: 800mg a 1,6g/dia, durante 1 a 3 semanas; quando se obtém o efeito desejado se diminui a dose a 600mg ou 800mg/dia durante 1 mês e, em seguida, diminuir até a dose mínima eficaz de manutenção. Dose de manutenção: oral: 400mg/dia. Taquicardia supraventricular - dose de carga: 600 a 800mg/dia durante 1 semana; logo que obtiver resposta terapêutica, diminuir a 400mg/dia durante 3 semanas; dose de manutenção: 200 a 400mg/dia. Dose pediátrica de carga: 10mg/kg/dia e, em seguida, diminuir a 5mg/kg/dia; dose de manutenção: 2,5mg/kg/dia.

Reações adversas:
Fibrose pulmonar, hipo e hipertireoidismo. Em geral, aparecem em
concentrações superiores a 2,5 mg/ml, com tratamento contínuo e durante um período maior que 6 meses. Bradicardia sinusal assintomática. Em 2% a 5% dos casos podem aparecer arritmias, tosse, febrícula, dor no peito, sensação de falta de ar, debilidade nos braços e pernas, tremor das mãos. Em pessoas de idade avançada, ataxia e
outros efeitos neurotóxicos.

Precauções:
Ter precaução ao associar com outros antiarrítmicos e com digitálicos. Se a redução da freqüência cardíaca cair a menos de 55 pulsações/min, a terapêutica deve ser suspensa até o retorno de 60 pulsações/min. Ter precaução com o período de lactação, pois 25% da dose é excretada no leite materno.

Interações:
Ao associar com outros antiarrítmicos, aumenta o risco de taquiarritmias. Com anticoagulantes derivados da cumarina inibe o metabolismo e potencia o efeito anticoagulante destes. Os bloqueadores beta-adrenérgicos ou dos canais do cálcio potenciam bradicardias. A amiodarona aumenta a concentração sérica da digoxina e outros glicosídeos cardiotônicos, razão pela qual se deve reduzir a dose destes
a 50%. A associação com diuréticos de alça ou tiazídicos aumenta o risco de arritmias por hipopotassemia. A amiodarona pode aumentar as concentrações plasmáticas de fenitoína, dando lugar a um aumento dos efeitos ou da toxicidade.

Contra-indicações:
Bloqueio auriculoventricular preexistente. Pneumonite. Fibrose pulmonar. Bradicardia por disfunção grave do nódulo sinusal, exceto se controlada por marcapasso. Deverá ser avaliada a relação risco-benefício na presença de insuficiência cardíaca congestiva, disfunção hepática (metabolismo reduzido); hipopotassemia.
AMOXICILINA

AMOXICILINA

Ações terapêuticas.

Antibacteriano.

Propriedades:
De ação bactericida, sua ação depende de sua capacidade em atingir e unir-se às proteínas que ligam penicilinas localizadas nas membranas citoplasmáticas bacterianas. Inibe a divisão celular e o crescimento, produz lise e elongação de bactérias sensíveis, em particular as que se dividem rapidamente, que são, em maior grau, a ação das penicilinas. Distribui-se na maioria dos líquidos corporais e ossos; a inflamação aumenta a quantidade de penicilinas que atravessam a barreira hematoencefálica. Sua absorção oral é de 75% a 90%, pois não é afetada pelos alimentos, e sua união às proteínas é baixa; 60% são metabolizados no fígado e 68% da droga inalterada são excretados por via renal.

Indicações:
Infecções do trato geniturinário produzidas por Escherichia coli, Proteus
mirabilis e Streptococcus faecalis. Gonorréia produzida por Neisseria gonorrhoeae. Otite, faringite e sinusite produzidas por estreptococos, pneumococos, estafilococos não produtores de penicilinase e por
Haemophilus influenzae. Infecções da pele e tecidos moles produzidas por estreptococos, estafilococos não produtores de penicilinase, Escherichia coli e Proteus mirabilis.

Posologia:
A amoxicilina pode ou não ser ingerida junto com alimentos. Dose oral para adultos: 250 a 500mg cada 8 horas; gonorréia: 3g e 1g de probenecid simultaneamente como dose única; dose máxima: até 4,5g/dia. Dose pediátrica: lactentes até 6kg: 25 a 50mg cada 8 horas; lactentes de 6 a 8kg: 50 a 100mg cada 8 horas; lactentes e crianças de 8 a 20kg: 50 a 100mg cada 8 horas; crianças com 20kg ou mais: dose para adultos.

Reações adversas:
Cansaço ou debilidade não-habituais, erupção cutânea, urticária, prurido ou sibilâncias, diarréia leve, náuseas e vômitos.

Precauções:
Recomenda-se ter cuidado em pacientes com antecedentes de anafilaxia frente às penicilinas. Embora atravesse a placenta, não foram descritas
contra-indicações no período de lactação. O uso de penicilinas em lactentes e crianças pode dar lugar a sensibilização, diarréia, candidíase e erupção cutânea. Pode produzir inflamação na boca e glossite.

Interações:
O uso simultâneo com alopurinol pode aumentar a incidência de erupção cutânea, principalmente em pacientes hiperuricêmicos. Os seguintes fármacos bacteriostáticos podem interferir nos efeitos bactericidas das penicilinas: cloranfenicol, eritromicina, sulfamidas ou tetraciclinas. Pode diminuir o efeito dos anticoncepcionais que contenham estrogênios.

Contra-indicações:
Deverá ser avaliada a relação risco-benefício em pacientes com antecedentes de alergia em geral (asma, eczema, urticária, febre do feno), doenças gastrintestinais (colite ulcerosa, enterite regional ou colite associada com antibióticos). Mononucleose infecciosa. Disfunção renal.
ANLODIPINA

ANLODIPINO

Ações terapêuticas.

Anti-hipertensivo. Antianginoso.

Propriedades:
O anlodipino é um antagonista dos canais lentos do cálcio de desenvolvimento recente, derivado do grupo das 1,4-diidropiridinas. Comporta-se como um vasodilatador arterial periférico que atua diretamente sobre o músculo liso vascular para causar uma redução da resistência vascular periférica e uma diminuição da pressão arterial. Em pacientes com angina de esforço, o anlodipino reduz a resistência periférica total (pós-carga), contra a qual o coração trabalha e reduz a pressão, assim como a demanda de oxigênio miocárdico em qualquer nível de exercício. Na angina vasospástica bloqueia a constrição e
restabelece o fluxo nas artérias e arteríolas coronárias como verificado
oportunamente em experiências em animais. Após sua administração oral, tem uma absorção lenta e quase completa. A biodisponibilidade absoluta da droga flutua entre 64% e 90%. Seu pico de concentração plasmática aparece entre 6 e 12 horas e tem amplo volume de distribuição (Vd = 21L/kg). Sua ligação às proteínas plasmáticas é de 95%.Com relação a sua eliminação, o anlodipino metaboliza-se
amplamente, porém de forma lenta, no fígado, com 60% de excreção renal e 20% a 25% pelas fezes. A eliminação do plasma é bifásica com uma meia-vida terminal de eliminação de 30 a 50 horas. A administração oral crônica de 1 dose diária mantém o efeito anti-hipertensivo durante as 24 horas, alcançando-se os níveis de estabilidade plasmática ao cabo de 7 a 8 dias de doses diárias consecutivas.

Indicações:
Hipertensão arterial (só ou em combinação com outros anti-hipertensivos). Angina crônica estável (só ou em combinação com outros agentes antianginosos). Angina vasospástica, de Prinzmetal ou variante (só ou em combinação com outros agentes antianginosos).

Posologia:
Ao começar o tratamento, 5mg 1 vez ao dia. Se for necessário, esta dose
poderá ser aumentada até um máximo de 10mg diários.

Reações adversas:
Ocasionalmente foram observados cefaléia, fadiga, náuseas, rubor, vertigem ou edema, todos de leve intensidade e reversíveis após a suspensão da medicação.

Precauções:
Administrar com precaução em pacientes com insuficiência hepática (levando em consideração que o anlodipino é metabolizada amplamente no fígado e que em pacientes com deterioração hepática a meia-vida plasmática de eliminação é de 56 horas), insuficiência cardíaca ou idade avançada. Não foi estabelecida a segurança durante a gravidez e lactação.

Interações:
Nos estudos clínicos, o anlodipino foi ministrado sem inconvenientes junto com diuréticos tiazídicos, beta-bloqueadores, inibidores da enzima conversora, nitritos de ação prolongada, nitroglicerina sublingual, digoxina, varfarina, antiinflamatórios não-esteróides, antibióticos e hipoglicemiantes orais.

Contra-indicações:
Hipersensibilidade conhecida às diidropiridinas.
ARGININA

ARGININA

Ações terapêuticas.

Aminoácido neurotrófico. Agente de diagnóstico.

Propriedades:
A administração IV de arginina (como cloridrato) poderia induzir à elevação dos níveis plasmáticos do hormônio de crescimento (GH) em pacientes com função pituitária normal. Essa resposta está diminuída ou ausente em pacientes com alterações da função hipofisária. O valor basal esperado de GH em pacientes com deficiência pituitária é de 0 a 4ng/ml (nanogramas/mililitro), enquanto que nos indivíduos normais essa faixa vai de 0 a 6ng/ml; após a administração IV de arginina o valor esperado no indivíduo normal é de 10 a 30ng/ml de GH, enquanto
que no paciente com hipopituitarismo espera-se um valor igual ou menor a 10ng/ml. A L-arginina é um metabólito normal no homem e possui baixa toxicidade.

Indicações:
Estimulante intravenoso da hipófise, como auxiliar no diagnóstico no
pan-hipopituitarismo, nanismo hipofisário, adenoma cromófobo, crânio-faringioma pós-cirúrgico, hipofisectomia, trauma pituitário, acromegalia, gigantismo e problemas de crescimento e estatura. No diagnóstico de diabetes mellitus e na identificação de acidose tubular renal distal. Tratamento único ou coadjuvante em hepatopatias associadas a hiperamoniemia em pacientes com encefalopatia hepática.

Posologia:
Adultos: 300ml de uma solução de 10g de cloridrato de arginina cada
100ml. Crianças: 5ml/kg de peso de uma solução de 10g de cloridrato de
arginina cada 100ml (exemplo: para 35kg de peso administrar 175ml de solução).

Superdosagem:
Provoca acidose metabólica transitória e hiperventilação.

Reações adversas:
Náuseas, vômitos, cefaléias, enrubescimento, irritação venosa local.

Precauções:
Deve-se dispor de um agente anti-histamínico preparado caso ocorra uma reação alérgica durante a administração. Os níveis basais e pós-estimulação de GH encontram-se elevados em pacientes grávidas e nas que tomam anticoncepcionais orais. Por não existirem provas conclusivas, recomenda-se não utilizar em gestantes ou durante a lactação, a menos que o benefício para a mãe supere o risco potencial para o feto.

Contra-indicações:
Hipersensibilidade ao fármaco.
ATENOLOL

ATENOLOL

Ações terapêuticas.

Anti-hipertensivo. Bloqueador beta-adrenérgico.

Propriedades:
Atua preferencialmente sobre os receptores cardíacos b 1, embora também tenha afinidade com os receptores vasculares periféricos ou bronquiais b 2. Como sua cardioseletividade não é absoluta, as doses elevadas de atenolol podem bloquear os receptores b 2. Carece de atividade simpaticomimética intrínseca e de efeito estabilizador da membrana. Seu efeito principal é reduzir a resposta cardíaca frente ao cansaço e ao exercício, razão pela qual é indicado em angina pectoris. Absorvido 50% por via oral, sua fixação às proteínas é baixa (6 a 16%); metaboliza-se minimamente no fígado e 85% a 100% é excretado por via
renal, de forma inalterada. Sua meia-vida é de 6 a 7 horas e aumenta de 16 a 27 horas ou mais em pacientes com disfunção renal.

Indicações:
Hipertensão essencial, angina pectoris. Arritmias cardíacas.Coadjuvante no tratamento da estenose subaórtica hipertrófica.

Posologia:
Hipertensão: a maioria dos pacientes responde a 100mg/dia em uma única dose; alguns podem ser mantidos com 1 dose de 50mg/dia. Angina pectoris: a dose eficaz é de 100mg em dose única diária ou em 2 doses de 50mg. Arritmias: logo após o tratamento IV com atenolol pode ser indicada uma terapêutica de manutenção por via oral com 50 a 100mg/dia. Em pacientes com insuficiência renal a posologia deverá ser ajustada, pois a eliminação desta droga se produz por via urinária.
Em pacientes idosos a redução do metabolismo e da capacidade de excreção pode aumentar a depressão miocárdica e requerer uma diminuição da dose.

Reações adversas:
As mais comuns são frialdade nas extremidades, fadiga muscular e, em casos isolados, bradicardia. Ocasionalmente, foram relatados distúrbios do sono, tal qual com outros beta-bloqueadores. Existem possibilidades de bloqueio A-V, insuficiência cardíaca, crise asmática ou hipoglicemia. Em caso de erupções cutâneas tipo psoríase, o tratamento deverá ser suspenso, por provável hipersensibilidade ao fármaco.

Precauções:
Como com todos os beta-bloqueadores, o tratamento não deve ser interrompido bruscamente por pacientes anginosos, pois pode provocar distúrbios do ritmo, infarto do miocárdio ou morte súbita. Deve-se ter cautela com pacientes asmáticos e com aqueles que apresentam fenômemos de Raynaud.

Interações:
Não deve ser administrado junto com verapamil. O tratamento com um destes fármacos não deverá ser iniciado sem haver suspendido o outro ao menos 7 dias antes. Deve-se ter cautela no caso de associação com antiarrítmicos da classe I como disopiramida. A reserpina é potencializada em associação com beta-bloqueadores. Em tratamentos conjuntos o paciente deverá ser controlado para prevenir a hipotensão ou bradicardia excessiva. Pode ser indicado com clonidina, tendo porém presente a potencialização do efeito bradicárdico. O uso de anestésicos por inalação (halotano) simultaneamente com beta-bloqueadores
pode aumentar o risco de depressão miocárdica. Ao serem indicados com atenolol, os hipoglicemiantes orais ou insulina podem potencializar seu efeito hipoglicêmico.

Contra-indicações.
Bloqueio cardíaco de 2§ e 3§ grau. Choque cardiogênico. Gravidez e lactação. Deve-se ter em mente que o atenolol atravessa a barreira placentária. Crianças. Insuficiência cardíaca manifesta, bradicardia sinusal.
ATORVASTATINA

ATORVASTATINA

Ações terapêuticas.

Hipocolesterolêmico.

Propriedades:
Trata-se de uma estatina (lovastatina, simvastatina, fluvastatina,
pravastatina, cerivastatina) que atua como inibidor competitivo e seletivo da síntese da enzima 3-hidróxi-3-metilglutaril-coenzima A (HMG-CoA) redutase. Esta enzima catalisa a reação determinante da velocidade da síntese de colesterol, visto que intervém na conversão de HMG-CoA a ácido mevalônico. O principal sítio de ação de atorvastatina localiza-se no fígado. Visto que a dose correlaciona-se melhor com a redução do LDL-colesterol do que com a concentração sistêmica, a dose deve basear-se na resposta terapêutica. Além disso, destaca-se seu efeito
redutor dos triglicerídeos. Absorve-se de maneira rápida e completa no trato gastrintestinal; o grau de absorção é dependente da dose, e a ingestão simultânea de alimentos diminui a abosorção em cerca de 9%; não obstante, a redução do LDL-colesterol é simular quando a atorvastatina é administrada com ou sem alimentos.O metabolismo é realizado no fígado, principalmente pelo sistema enzimático do citocromo P450; 70% da atividade inibitória sobre a HMG-CoA
redutase são atribuídos aos metabólitos ativos. A eliminação do fármaco original e de seus metabólitos é realizada principalmente pela bile; apenas cerca de 2% da dose administrada por via oral são recuperados na urina.

Indicações:
Hipercolesterolemias. Dislipidemias. Hipercolesterolemia familiar. Tratamento coadjuvante da dieta para diminuir os níveis elevados de colesterol total, LDL-colesterol, apobetalipoproteínas e triglicerídeos em pacientes com hipercolesterolemia primária (heterozigota familiar e não-familiar) e na dislipemia mista (Fredrickson tipos lla e llb).

Posologia:
Hipercolesterolemia (heterozigota familiar e não-familiar) e dislipemia mista (Fredrickson tipos lla e llb). Adultos: oral, 10 mg uma vez ao dia.
Hipercolesterolemia familiar homozigota. Adultos: oral, 10 a 80 mg uma vez ao dia.

Superdosagem:
Em caso de superdosagem, o paciente deve receber tratamento sintomático e medidas de suporte.

Reações adversas:
Em geral são leves a moderadas, compreendendo constipação, flatulência, dispepsia e dores abdominais. Mais ocasionalmente edema facial, febre, rigidez cervical, mal-estar, reação de fotossensibilidade, edema generalizado, gastrenterite, alterações da função hepática, colite, vômitos, gastrite, boca seca, hemorragia retal, esofagite, eructações, glossite, anorexia, aumento do apetite, estomatite, úlcera duodenal, disfagia, úlcera gástrica, hepatite, pancreatite, icterícia colestática, dispnéia, asma, epistaxe, parestesias, sonolência, alterações do sono, neuropatia periférica, torcicolos, hipercinesia, cãibras musculares, miosite, prurido, dermatite de contato, úlceras cutâneas, disúria, menorragia, nefrite, incontinência urinária, anormalidades de ejaculação, disgeusia, palpitações, hiperglicemia-hipoglicemia, aumento da fosfocreatinoquinase, gota, aumento do peso corporal.

Precauções:
Recomenda-se controlar a função hepática antes e durante o tratamento. Nos casos em que se observe aumento da concentração plasmática de transaminases (GOT e GPT) acima do triplo do valor normal, a dose do medicamento deverá ser reduzida ou o tratamento deverá ser suspenso. Aconselha-se precaução em pacientes com antecedentes de consumo abusivo de álcool ou história prévia de hepatopatias severas ou elevações persistentes das transaminases hepáticas. O tratamento deverá ser suspenso naqueles pacientes que apresentem aumento dos
níveis de fosfocreatino-quinase ou suspeita ou diagnóstico demiopatias. O risco de miopatia durante o tratamento aumenta com a administração concomitante de ciclosporina, derivados do ácido fíbrico, eritromicina, niacina ou antifúngicos azólicos. Antes dos início do tratamento aconselha-se controlar a hipercolesterolemia com uma dieta apropriada, exercício e redução de peso em pacientes obesos. Não se recomenda o uso em crianças devido a ausência de experiência clínica. Estudos realizados em ratos demonstraram que não apresenta efeitos embriotóxicos, carcinogênicos, mutagênicos, nem genotóxicos. Está
contra-indicado em mulheres grávidas ou em período de amamentação em função das reações adversas em crianças.

Interações:
O risco de miopatias durante o tratamento aumenta com a administração
simultânea de ciclosporina, derivados do ácido fíbrico, eritromicina,
antifúngicos azólicos ou niacina. A administração concomitante com antiácidos que contenham hidróxidos de magnésio e alumínio diminui a concentração plasmática de atorvastatina em cerca de 30%; igual efeito é observado quando o fármaco co-administrado é a colestiramina. As concentrações plasmáticas de digoxina aumentam quando administrada juntamente com atorvastatina. A eritromicina aumenta as concentrações plasmáticas de atorvastatina através da inibição da ação do citocromo P450. A administração conjunta com anovulatórios contendo noretindrona e etinilestradiol aumenta as concentrações plasmáticas
destes dois hormônios.

Contra-indicações:
Hipersensibilidade ao fármaco, insuficiência hepática, gravidez,amamentação, mulheres em idade fértil que não utilizam método contraceptivo adequado.
AZITROMICINA

AZITROMICINA

Ações terapêuticas.

Antibiótico.

Propriedades:
Antibiótico macrolídeo. Acredita-se que penetra na membrana da célula
bacteriana e se une de forma reversível à subunidade 50 S dos ribossomos bacterianos ou perto de "P" ou local doador, de forma a bloquear a união do tRNA (RNA transportador) ao local doador. Evita-se a translocação de peptídeos de "A" ou local receptor a "P" ou local doador, como conseqüência, se inibe a síntese de proteínas. A azitromicina é ativa frente a: a) aeróbios gram-positivos: Staphilococcus aureus, Streptococcus pyogenes, Streptococcus pneumoniae, estreptococos alfahemolíticos (grupo viridans) e outros estreptococos, e
Corinebacterium diphteriae; b) aeróbios gram-negativos: Haemophilus influenzae. Haemophilus parainfluenzae, Branhamella catarrhalis,espécies de Acinetobacter, espécies de Yersinia, Legionella, pneumophila, Bordetella pertussis, Bordetella parapertussis, espécies de Shigella, espécies de Pasteurella, Vibrio cholerae e parahaemolíticus, Pleisiomonas shigelloides; c) anaeróbios: Bacteriodes fragilis e espécies de Bacteroides, Clostridium perfringens, espécies de Peptococcus e espécies de Peptostreptococcus,Fusobacterium necrophorum e Proprionibacterium acnes; d) microrganismos causadores de doenças sexualmente transmissíveis: Chlamydia trachomatis, Treponema pallidum, Neisseria gonorrhoeae e Haemophilus ducreyi; e) outros microrganismos: Borrelia burgdorferi (agente da doença de Lyme) Chlamydia pneumoniae, Toxoplasma gondii, Mycoplasma pneumoniae, Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum, Pneumocystis carinii, Mycobacterium avium, espécies de Helicobacter (Campylobacter) e Listeria monocytogenes. Na continuação da administração em seres humanos, a azitromicina é amplamente distribuída em todo o corpo; a biodisponibilidade é de aproximadamente 37%. O período para alcançar concentrações plasmáticas máximas é de 2 a 3 horas. Os estudos farmacocinéticos demonstram níveis de azitromicina predominantemente mais altos em tecidos que o plasma (até 50 vezes a concentração máxima observada
no soro), o que indica que a droga é amplamente unida aos tecidos.As
concentrações em tecidos enfocados, tais como pulmões, amígdalas e próstata, excedem a CIM 90 para os prováveis patógenos logo após uma única dose de 500mg. Aproximadamente 12% de uma dose administrada por via IV é excretada na urina depois de 3 dias, como a droga-mãe; a maioria nas primeiras 24 horas.

Indicações:
É indicada em infecções causadas por microrganismos suscetíveis, infecções do trato respiratório inferior (bronquite e pneumonia), infecções de pele e tecidos moles, otite média e infecções do trato respiratório superior (sinusites, faringites/amigdalites). É indicada no tratamento de infecções genitais não-complicadas devidas a Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae não-multirresistente e doenças sexualmente transmissíveis.

Posologia:
A administração após uma alimentação substanciosa reduz a biodisponibilidade a, pelo menos, 50%. Portanto, de acordo com a prática comum a outros antibióticos, cada dose deveria ser tomada ao menos 1 hora antes ou 2 horas após a ingestão de alimentos. Adultos (incluindo pacientes idosos): para o tratamento de doenças de transmissão sexual causadas por Chlamydia trachomatis ou cepas suscetíveis de Neisseria gonorrhoeae a dose é de 1g administrada
como dose oral única. Para todas as outras indicações, a dose total de 1,5g deverá ser fracionada em 500mg diários durante 3 dias. Como alternativa, a mesma dose total pode ser administrada durante 5 dias; no primeiro dia administram-se 500mg e em seguida 250mg diários, do 2§ ao 5§ dia. Crianças: enquanto não se obtiver embasamento suficiente para garantir a segurança do fármaco em crianças menores, não é aconselhável o seu uso em menores de 3 anos.

Reações adversas:
A azitromicina é bem tolerada, com uma baixa incidência de efeitos adversos. A maioria dos efeitos adversos observados foram de leves a moderados. Em 0,3% de pacientes, foi necessário suspender a administração devido aos efeitos adversos, a maioria origem gastrintestinal, com diarréia e fezes moles, mal-estar abdominal (dor/cãibras), náuseas, vômitos e flatulências. Foram observadas,
ocasionalmente, elevações reversíveis das transaminases hepáticas e, em estudos clínicos, episódios transitórios de uma leve redução na contagem de neutrófilos.

Precauções:
Não é requerido o ajuste da dose em pacientes com insuficiência renal
moderada (liberação de creatinina 40ml/minuto), porém não existem dados referentes ao uso de azitromicina em pacientes com doença hepática significativa. A segurança para o uso durante a gravidez em seres humanos e no período de lactação não foi estabelecida. A azitromicina somente deverá ser utilizada na gravidez ou em mulheres em período de lactação quando não estiverem disponíveis alternativas adequadas.

Interações:
Em pacientes que recebem azitromicina junto com carbamazepina, os níveis desta útima deverão ser cuidadosamente monitorados. A possibilidade teórica de ergotismo contra-indica o uso concomitante de azitromicina com derivados de ergotina. Alguns dos antibióticos macrolídeos relacionados interferem no metabolismo da ciclosporina, portanto, deve-se tomar cuidado com a administração concomitante de azitromicina e esta última droga; se for necessária a administração conjunta, deverão ser monitorados os níveis de ciclosporina e ajustar-se a dose. Em pacientes que recebem concomitante azitromicina e digoxina, deverá ser levada em conta a possibilidade de elevação dos níveis de digoxina. Em pacientes que recebem tanto azitromicina como antiácidos, ambas as drogas não deverão ser ingeridas simultaneamente.

Contra-indicações:
O uso deste fármaco é contra-indicado em pacientes com antecedentes de reações alérgicas à azitromicina ou qualquer antibiótico macrolídeo.
BETACAROTENO

BETACAROTENO

Ações terapêuticas.

Antifotossensibilizante.

Propriedades.
O betacaroteno é um pigmento carotenóide natural, precursor da vitamina A (pró-vitamina A). Estima-se que 6mg equivalem a 1mg de vitamina A. Sua biodisponibilidade é maior quando ingerido junto com alimentos graxos e sua absorção depende da presença de bile no intestino, por ser lipossolúvel. Administrado por via oral, metaboliza-se principalmente no intestino à vitamina A; mesmo assim, uma grande
proporção é absorvida sem modificações e depositada nos tecidos adiposos; e somente uma pequena quantidade é transformada em vitamina A, no fígado. Sua eliminação é fecal. O consumo de grandes quantidades de betacaroteno não é perigoso; no entanto, pode aparecer uma coloração amarelada na pele, que desaparece com a redução do consumo.

Indicações:
O betacaroteno é utilizado na protoporfiria eritropoética para a redução das reações de fotossensibilidade. Também como coadjuvante no tratamento das erupções polimórficas causadas pela luz.

Posologia:
Crianças: de 30 a 150mg/dia, preferentemente com as refeições. Adultos: de 30 a 300mg/dia, preferentemente com as refeições. Requerem-se várias semanas de tratamento para acumular uma quantidade que possua eficácia terapêutica nos tecidos; por isso, os pacientes devem evitar a exposição ao sol durante esse período (seis semanas); além disso, a proteção não é total, razão pela qual cada paciente deve encontrar logo seu limite de exposição ao sol.

Reações adversas:
Muito raramente fezes moles, artralgia.

Precauções:
O betacaroteno não é eficiente como barreira solar. Por não existirem provas conclusivas, recomenda-se não utilizar em gestantes, a menos que o benefício para a mãe supere o risco potencial para o feto.

Interações:
Não é aconselhável o uso simultâneo de vitamina A pelo potencial risco de hipervitaminose.

Contra-indicações:
Hipersensibilidade ao fármaco.
BEZAFIBRATO

BEZAFIBRATO

Ações terapêuticas.

Hipolipemiante.

Propriedades:
O bezafibrato, pertencente ao grupo dos fibratos, possui uma estrutura
mutável que o diferencia, quanto à incidência de efeitos colaterais, dos
hipolipemiantes clássicos. O bezafibrato reduz fundamentalmente os níveis plasmáticos de triglicídios e de lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL).

Indicações:
Distúrbios metabólicos lipídicos quando não forem suficientes as medidas dietéticas. Hiperlipoproteinemias IIb, III, IV e V de Fredrickson.

Posologia:
A dose usual é de 400mg diários, de preferência após as refeições.

Reações adversas:
São pouco freqüentes e, em geral, remitem após poucas semanas, sem
necessidade de interrupção do tratamento: doenças gastrintestinais, erupções cutâneas, sonolência, fadiga, cefaléia, dores e cãibras musculares.

Precauções:
Antecedentes de colelitíase. No início do tratamento, deverão ser realizados controles de lipídios plasmáticos a cada 2 semanas.

Interações:
Pode potencializar os efeitos e a toxicidade da fenitoína, dos hipoglicemiantes e anticoagulantes orais.

Contra-indicações:
Afecções hepáticas graves, cirrose biliar primária. Alterações da função
renal com valores de creatinina sérica superiores a 6mg/100ml, na síndrome nefrótica. Gravidez e lactação.
BIOTINA

BIOTINA

Ações terapêuticas.

Vitamina.

Propriedades:
A biotina encontra-se em quantidades mínimas dentro de todas as células. Participa de numerosas reações de carboxilação como co-fator indispensável. Encontra-se ligada principalmente a proteínas e polipeptídeos. As fontes alimentares mais ricas em biotina são o fígado, o rim, o pâncreas, a levedura e o leite. A proteína avidina contida no ovo em sua forma nativa captura a biotina com grande afinidade, por isso o consumo freqüente de ovo cru pode levar à deficiência de biotina.

Indicações:
Estados carenciais ou deficitários de biotina.

Posologia:
0,15-0,30mg/dia, com as refeições.
BUCLISINA
BUCLIZINA

Ações terapêuticas.

Antiemético.

Propriedades:
A buclizina é um anti-histamínico H 1 que pertence ao grupo dos
derivados da etilenodiamina (prometazina, pirilamina, meclizina, tripelenamina). Seu mecanismo de ação é similar ao dos fármacos que bloqueiam os receptores histaminérgicos H 1 periféricos, evitando assim a liberação de histamina dos seus depósitos. Por sua ação sobre a região quimiorreceptiva medular em nível do centro do vômito no SNC desenvolve efeitos antináuseas e antieméticos. Sua ação antiemética foi demonstrada tanto em forma experimental quanto clínica, em vômitos induzidos por fármacos (apomorfina), estimulação labiríntica ou durante a gravidez.

Indicações:
Prevenção e tratamento de náuseas e vômitos causados por diversas situações: cinetose (doença do movimento), viagens de barco, avião.

Posologia:
Adultos: 50 a 150mg/dia divididos em 2 a 3 doses.

Reações adversas:
Sonolência, secura de boca, cefaléia, nervosismo.

Precauções:
Aconselha-se não dirigir veículos ou operar maquinaria pesada. A segurança e a eficácia do fármaco em crianças não foram estabelecidas.

Contra-indicações:
Gravidez, devido ao risco potencial (teratogenia) para o feto. Hipersensibilidade ao fármaco ou a derivados similares.
CAFEÍNA
CAFEÍNA

Ações terapêuticas.

Estimulante do SNC.

Propriedades:
A cafeína estimula todos os níveis do SNC, embora seus efeitos corticais sejam mais leves e de menor duração que os das anfetaminas. Em doses maiores, estimula os centros medular, vagal, vasomotor e respiratório, o que provoca bradicardia, vasoconstrição e aumento da freqüência respiratória. Estudos recentes indicam que a cafeína exerce grande parte de seus efeitos fisiológicos por antagonismo com os receptores centrais de adenosina. Calcula-se que, tal qual outras metilxantinas, estimula o centro respiratório medular. Como coadjuvante da anestesia, contrai a vasculatura cerebral, acompanhada de decréscimo do fluxo sangüíneo cerebral e da tensão de oxigênio no cérebro. Produz um efeito inotrópico positivo no miocárdio e um efeito cronotrópico positivo no nodo sinoauricular. Estimula o músculo esquelético possivelmente mediante a liberação de acetilcolina, o aumento da força de contração e a diminuição da fadiga muscular. Provoca a secreção de pepsina e ácido gástrico pelas células parietais.Aumenta o fluxo sangüíneo renal e a taxa de filtração glomerular e diminui a reabsorção tubular proximal de sódio e água, provocando uma diurese moderada. Inibe as contrações uterinas, aumenta as concentrações de catecolaminas no plasma e na urina e eleva, de forma transitória, a glicemia por estimulação da glicogenólise e da lipólise. Absorve-se bem e com facilidade com administração oral ou parenteral. Atravessa a placenta e a barreira hematoencefálica. É metabolizada no fígado e seus principais metabólitos são ácidos 1-metilúrico, 1-metilxantina e 7-metilxantina. Nos adultos, parte da dose
metaboliza-se em teofilina, teobromina e ácido trimetildiidroúrico. É eliminada por via renal, principalmente como metabólito.

Indicações:
Fadiga ou sonolência. Em associação com ergotamina, para o tratamento de cefaléias vasculares ou em associação com paracetamol, ácido acetilsalicílico ou dextropropoxifeno, para aumentar o alívio da dor, embora não possua atividade analgésica própria.

Posologia:
Cápsulas: 200 a 250mg; repetir a dose conforme a necessidade, porém, não antes de 3 a 4 horas. Dose máxima: até 1g/dia. Dose pediátrica: não se recomenda o uso em crianças menores de 12 anos. Comprimidos: 100 a 200mg; repetir a dose conforme a necessidade, porém, não antes de 3 a 4 horas. Dose máxima para adultos: até 1g/dia. Citrato de cafeína oral: adultos: 32 a 162mg 3 vezes ao dia, conforme a necessidade. Dose máxima: até 1g/dia.

Reações adversas:
Enjôos, taquicardia, nervosismo, agitação, dificuldade para dormir (estimulação do SNC), vômitos (por irritação gastrintestinal), náuseas.

Sinais de superdosagem: dor abdominal gástrica, agitação, ansiedade, febre, confusão, cefaléias, taquicardia, irritabilidade, centelhas de luz nos olhos.

Precauções:
Consultar o médico se a fadiga e a sonolência persistir por mais de 2
semanas. Suspender o medicamento se apresentar pulso rápido, enjôos ou batimentos cardíacos extremamente fortes. Com o uso prolongado pode-se produzir hábito ou dependência psicológica. Durante o período de lactação, se a mãe ingerir 6 a 8 xícaras com bebidas que contenham cafeína, o lactente poderá apresentar sintomas de estimulação por cafeína, tais como hiperatividade e insônia. As crianças são especialmente sensíveis à superdosagem de cafeína e seus efeitos adversos sobre o SNC.

Interações:
Pode aumentar o metabolismo dos barbitúricos, potencializar os efeitos
inotrópicos dos betabloqueadores. O uso simultâneo com complementos de cálcio pode inibir a absorção de cálcio. A cimetidina pode diminuir o metabolismo hepático da cafeína. Os anticoncepcionais orais podem reduzir o metabolismo da cafeína. A absorção de ferro pode decrescer devido à formação de complexos menos solúveis e insolúveis.

Contra-indicações:
A relação risco-benefício deve ser avaliada na presença de doença cardíaca grave, disfunção hepática, úlcera péptica, hipertensão e insônia.
CAPTOPRIL

CAPTOPRIL

Ações terapêuticas.

Anti-hipertensivo.

Propriedades:
O captopril é o primeiro de uma nova classe de agentes anti-hipertensivos, os inibidores competitivos específicos da enzima conversora de angiotensina I (ECA). Esta última é responsável pela conversão de angiotensina I em angiotensina II. O captopril é eficiente também no controle da insuficiência cardíaca (IC). Seus efeitos benéficos sobre a hipertensão arterial e a IC são resultantes da supressão do sistema renina-angiotensina-aldosterona. Logo após a
administração de uma dose terapêutica oral, a absorção de captopril é rápida e o pico sangüíneo é obtido em 1 hora. A presença de alimentos no tubo gastrintestinal reduz a absorção em 30% a 40%, devendo, portanto, ser administrado 1 hora antes das refeições. A absorção mínima média de captopril é de 75%. Em um período de 24 horas, aproximadamente 95% da dose absorvida é eliminada pela urina, de 40% a 50% como droga inalterada; a maior parte da droga restante é eliminada como dímero dissulfeto de captopril e como dissulfeto de
cistina-captopril.Aproximadamente de 25% a 30% da droga circulante encontra-se unida às proteínas plasmáticas. A meia-vida aparente de eliminação é, provavelmente, menor que 2 horas.

Indicações:
Hipertensão arterial. Insuficiência cardíaca refratária ao tratamento
clássico com diuréticos e digitais.

Posologia:
Hipertensão arterial: sugere-se começar com 25mg três vezes por dia;
dose que pode ser aumentada a 50mg três vezes por dia. Se for necessário diminuir mais a pressão arterial, a dose pode ser aumentada até 100mg três vezes por dia, e depois, se for necessário, até 150mg três vezes por dia. Não se deve ultrapassar a dose máxima de 450mg diários.

Reações adversas:
As reações adversas, de pouquíssima incidência, podem ser agrupadas por órgãos e aparelhos. Renais: proteinúria, insuficiência renal, síndrome nefrótica, poliúria, oligúria e aumento da freqüência das micções.

Dermatológicas: exantema maculopapular leve, freqüentemente com prurido e, algumas vezes, com febre. Cardiovasculares: hipotensão, taquicardia, dor precordial, palpitações. Outros efeitos: disgeusia, angioedema e tosse.

Precauções:
Em pacientes com deterioração da função renal pode ser necessária a
diminuição da dose de captopril ou a suspensão do diurético. Em pacientes que tomavam captopril também foi verificado um aumento de potássio sérico. A tosse que sobreveio em alguns pacientes medicados com captopril é seca, improdutiva e persistente, porém sanável com a suspensão do tratamento.

Interações:
Deve-se prestar atenção especial na associação com produtos que podem potencialmente causar hiperpotassemia. A hipotensão é um efeito freqüente quando o captopril é administrado junto com diuréticos, agentes bloqueadores ganglionares e betabloqueadores. A indometacina e outros AINE podem reduzir o efeito anti-hipertensivo do captopril. A administração simultânea de lítio com captopril pode aumentar os níveis de litemia e originar sintomas de intoxicação
com lítio.

Contra-indicações:
O captopril é contra-indicado em pacientes com hipersensibilidade à droga e a outros inibidores da ECA.
CARISOPRODOL

CARISOPRODOL

Ações terapêuticas.

Relaxante muscular.

Propriedades:
O carisoprodol (meprobamato de isopropila) é um miorrelaxante que age a nível do SNC diminuindo os reflexos polissinápticos e bloqueando a atividade interneuronal na formação reticular descendente e na medula espinhal. Em animais, o carisoprodol produz relaxamento muscular por inibição da atividade interneuronal na formação reticular descendente e na medula espinhal. A ação começa rapidamente (30 minutos) após a sua administração e tem uma duração de quatro a seis horas. O carisoprodol não produz relaxamento direto do músculo esquelético em seres humanos; seu mecanismo de ação nessa espécie não foi completamente elucidado, mas pode estar relacionado com sua propriedades sedativas. A absorção no trato gastrintestinal é rápida, distribui-se facilmente e finalmente é metabolizado no fígado; um dos seus metabólitos é o meprobamato.Sua meia-vida é de 8 horas e a sua eliminação é renal. Passa ao leite materno, onde atinge uma concentração até 4 vezes maior do que no plasma materno.

Indicações:
Transtornos musculares dolorosos. Fibrosite, torcicolo, reumatismo de partes moles, contraturas miotendinosas, lombalgias.

Posologia:
350mg por via oral quatro vezes ao dia.

Superdosagem:
Estupor, coma, choque, depressão respiratória, morte.

Reações adversas:
Tonturas, vertigem, ataxia, tremores, agitação, dor de cabeça, insônia,
síncope, reações depressivas. Eritema, erupções, episódios asmáticos.
Taquicardia, hipotensão ortostático, náuseas, vômitos, soluço, sonolência.

Precauções:
Em pacientes com problemas renais ou hepáticos aconselha-se ajustar a dose. A primeira dose de carisoprodol pode provocar reações adversas que aparecem nos primeiros minutos ou horas: debilidade extrema, quadriplegia transitória, tonturas, perda temporária da visão, diplopia, midríase. Os pacientes que recebem carisoprodol devem ser advertidos para não realizar tarefas perigosas nem operar máquinas ou dirigir. Os psicotrópicos e o carisoprodol podem produzir efeito sinérgico, por isso deve-se evitar o consumo simultâneo de ambos os
fármacos. Não administrar em mulheres que amamentam: o carisoprodol atinge uma concentração quatro vezes maior no leite do que no plasma da mãe. Recomenda-se não administrar em mulheres grávidas. A aparição de sonolência ou outros efeitos neurodepressores podem requerer uma redução da dose.

Interações:
Psicotrópicos, álcool: efeitos aditivos.

Contra-indicações:
Porfiria intermitente aguda, reações alérgicas ou idiossincráticas ao
carisoprodol ou a fármacos relacionados (meprobamato, mebutamato e
tibamato).
CARVEDILOL

CARVEDILOL

Ações terapêuticas.

Anti-hipertensivo. Bloqueador alfa-adrenérgico e beta-adrenérgico.

Propriedades:
É um novo bloqueador não-seletivo dos receptores adrenérgicos alfa, beta 1 e beta 2, quimicamente relacionado com as ariletanolaminas.
Produz vasodilatação periférica devido ao bloqueio dos receptores alfa
1 adrenérgicos, redução da resistência vascular periférica e hipotensão
arterial. É um bloqueador adrenérgico não-cardiosseletivo, que carece de atividade simpaticomimética intrínseca (ASI) e somente possui uma fraca ação estabilizante de membrana (AEM). Seu efeito anti-hipertensivo é potencializado agregando outros fármacos, como diuréticos tiazídicos (hidroclorotiazida), beta-bloqueadores (atenolol, labetalol, propranolol) e antagonistas do cálcio (nifedipina, nitrendipina).Também demonstrou ser eficaz em indivíduos com angina de peito estável ou insuficiência cardíaca (classes II ou III) com melhora dos diferentes parâmetros hemodinâmicos. Após a sua administração por via oral, o carvedilol é absorvido de forma rápida e atinge seu pico sérico máximo 1 ou 2
horas após a sua ingestão. Devido ao seu caráter lipofílico distribui-se
amplamente pelos tecidos extravasculares. Sua biodisponibilidade é baixa e variável (25%) por sofrer uma importante biotransformação hepática (fenômeno de primeira passagem hepática). Estudos experimentais e clínicos confirmaram que o carvedilol é um bloqueador dos receptores adrenérgicos alfa 1, beta 1, beta 2. Seu metabolismo é fundamentalmente hepático; 60% eliminam-se pela bile e fezes, por outro lado a eliminação pela urina é mínima ( 2%); por isso, em indivíduos com insuficiência hepática severa (cirrose) deve-se evitar seu uso, à diferença do que ocorre em pacientes com falha renal.Apresenta uma elevada ligação às proteínas plasmáticas (= 95%) e uma meia-vida prolongada ( 14 horas).

Indicações:
Hipertensão arterial leve ou moderada, especialmente quando associado com hiperlipidemia, insuficiência renal ou diabete não-insulino dependente.

Posologia:
A dose média é de 25 a 50mg por dia. Recomenda-se no início do tratamento utilizar 12,5mg diários durante 2 ou 3 dias; pode-se aumentar a dose a 25mg por dia se a resposta terapêutica não for adequada. Em pacientes hipertensos refratários podem-se empregar 50mg por dia em uma tomada única e é possível adicionar outros agentes anti-hipertensivos (diuréticos, antagonistas do cálcio, IECA). Em hipertensos idosos aconselha-se iniciar o tratamento com doses baixas
(12, 5mg) e ir aumentando a dose cada 2 semanas até um máximo de 50mg/dia. Em presença de insuficiência renal não é necessário modificar a dose.

Reações adversas:
A tolerância do fármaco é boa e somente em uma baixa proporção (7%) dos pacientes ocorreram cefaléia, fadiga, vertigem, broncospasmo, náuseas, rash cutâneo. Em indivíduos maiores de 65 anos foi informada ocasionalmente hipotensão ortostática (2%), com tonturas e vertigem quando são empregadas doses superiores a 25mg por dia.

Precauções:
Apesar do carvedilol não afetar a homeostase da glicose, a glicemia deverá ser controlada periodicamente, devido ao risco potencial de uma hipoglicemia brusca em pacientes diabéticos insulino-dependentes ou não.

Contra-indicações:
Insuficiência hepática severa, bloqueio A-V de segundo e terceiro graus,
bradicardia severa, choque, doenças pulmonares obstrutivas (asma brônquica, enfisema), insuficiência cardíaca descompensada. Acidose metabólica. Deve-se avaliar a relação risco-benefício na gravidez e na lactação.
CEFALEXINA

CEFALEXINA

Ações terapêuticas.

Antibiótico.

Propriedades:
A cefalexina é um cefalosporina de primeira geração. Desenvolve sua ação preferencialmente sobre germes Gram-positivos e, com muito menos freqüência, sobre Gram-negativos. É um antibiótico betalactâmico, cujo mecanismo de ação é a lise da parede bacteriana. No espectro útil, são considerados: Streptococcus b-hemolítico, Staphylococcus aureus, incluindo cepas produtoras de penicilinase, Escherichia coli, Proteus mirabilis, Klebsiella sp., Haemophilus influenzae e Moraxella (Branhamella) catarrhalis. A cefalexina é um ácido estável que pode ser administrado por boca juntamente com as refeições; é absorvido com rapidez no trato gastrintestinal e atinge o pico de concentração plasmática 1 hora após a administração. Pode-se determinar os níveis plasmáticos até 6 horas após a ingestão. 70% da droga são excretados por filtração glomerular e secreção tubular, sem modificações, na urina, durante 12 horas após a administração. A meia-vida de eliminação é de uma hora e meia.

Indicações:
Infecções do trato respiratório, pele, osso e geniturinário por germes
suscetíveis.

Posologia:
Adultos: 1 a 4g/dia, divididos em 4 vezes por dia. Crianças: 50 a 100mg/dia, divididos em 4 vezes/dia.

Reações adversas:
Distúrbios gastrintestinais, raramente náuseas, vômitos e colite
pseudomembranosa; mais freqüentemente, diarréia, dor abdominal, dispepsia, gastrite e icterícia. Hipersensibilidade: exantema, urticária, angioedema e raramente eritema multiforme, Síndrome de Stevens-Johnson, epidermólise tóxica e anafilaxia. Outras reações colaterais informadas são prurido anal e genital, enjôos, cefaléia e alucinações; artralgias, nefrite intersticial, eosinofilia, neutropenia, trombocitopenia e elevação transitória de transaminases.

Precauções:
Antes de indicar cefalexina, devem ser investigadas as reações de
hipersensibilidade prévia às cefalosporinas ou penicilinas. Foram descritas reações parciais cruzadas de hipersensibilidade com as penicilinas. O tratamento com antibióticos de amplo espectro pode alterar a flora do cólon e permitir o crescimento de Clostridium difficile, cuja toxina produz diarréia associada com colite pseudomembranosa. Foram relatados exames de Coombs positivos. Deve ser administrada com cuidado na presença de insuficiência renal. Com o uso de cefalexina, pode ocorrer reação de glicose na urina com resultado falso-positivo.

Interações:
Quando administrada com aminoglicosídeos, deve ser controlada a função renal.

Contra-indicações:
Pacientes com alergia conhecida ao grupo de antibióticos betalactâmicos (penicilinas e cefalosporinas).
CETOPROFENO

CETOPROFENO

Ações terapêuticas.

Antiinflamatório. Anti-reumático. Analgésico.

Propriedades:
É um analgésico antiinflamatório não-esteróide derivado do ácido propiônico, relacionado com o diclofenaco, ibuprofeno, naproxeno e o ácido tiaprofênico. Inibe a atividade da enzima cicloxigenase para provocar uma diminuição da formação de precursores das prostaglandinas e dos tromboxanos, a partir do ácido araquidônico. Os efeitos analgésicos podem implicar o bloqueio da geração do impulso doloroso mediante uma ação periférica por inibição da síntese das prostaglandinas. Como antidismenorréico, diminui as contrações e aumenta a perfusão uterina, alivia a dor isquêmica e a espasmódica. Diminui a aderência plaquetária e inibe de forma reversível a agregação, porém em menor grau que o ácido acetilsalicílico. Absorve-se por via oral de forma rápida e completa; sua união às proteínas é muito alta, especialmente com a albumina, mesmo que diminuída em pacientes com cirrose hepática. Metaboliza-se no fígado e elimina-se por via renal. Na artrite reumatóide, a ação começa em uma semana. O cetoprofeno é dialisável.

Indicações:
Artrite reumatóide; osteoartrite, dor leve ou moderada, dismenorréia; inflamação não-reumática.

Posologia:
Adultos: 75mg 3 vezes ao dia ou 50mg 4 vezes ao dia, com ajustes posteriores, conforme a resposta do paciente; como antidismenorréico: 50mg a cada 6 ou 8 horas; em pacientes com disfunção renal, recomenda-se reduzir a dose de 33 a 50%. Dose máxima para adultos: 300mg/dia em 3 a 4 ingestões.

Reações adversas:
Incidência maior que 3%: edema, náuseas, irritação gastrintestinal,
cefaléias, nervosismo, constipação, problemas para dormir. Incidência de 1 a 3%: visão turva, irritação do trato urinário, erupção cutânea, zumbido nos ouvidos. Menos de 1%: hematúria, calafrios, urticária, confusão, perda da memória, dor de garganta, febre, cansaço ou debilidade não-habituais, melena, hematêmese.

Precauções:
O álcool e o uso de outros AINE podem aumentar os efeitos colaterais
gastrintestinais. Pode aparecer fotossensibilidade. Não é recomendável o emprego no final da gravidez, devido aos possíveis efeitos adversos ao feto, tais como fechamento prematuro do canal arterial, que pode produzir hipertensão pulmonar persistente ao recém-nascido. Pode produzir inflamação, irritação ou ulceração da mucosa oral.

Interações:
O uso simultâneo de paracetamol pode aumentar o risco de efeitos renais adversos. Os corticóides, ACTH, ácido acetilsalicílico ou outros AINE, podem aumentar o risco de efeitos colaterais gastrintestinais, incluindo úlcera ou hemorragia. Reduz ou reverte os efeitos de muitos anti-hipertensivos. O cetoprofeno reduz o grau de aumento das concentrações de potássio e cloro induzido pela hidroclorotiazida. O uso simultâneo de dipiridamol, piperacilina, ticarcilina ou ácido valpróico aumenta o risco de hemorragia. Diminui a excreção renal do metotrexato. É recomendável precaução com o uso de nifedipino ou verapamil, porque o cetoprofeno pode aumentar as concentrações plasmáticas de uma ou outra droga.

Contra-indicações:
Anemia, asma, função cardíaca comprometida, hipertensão, hemofilia ou outros problemas hemorrágicos; disfunção hepática, úlcera péptica, colite ulcerativa, disfunção renal, sintomas de broncospasmo. Ter cuidado em pacientes geriátricos, nos quais é mais provável o desenvolvimento de efeitos renais, hepáticos ou gastrintestinais graves.
CICLOBENZAPRINA

CICLOBENZAPRINA

Ações terapêuticas.

Miorrelaxante.

Propriedades:
Usada como cloridrato, a ciclobenzaprina suprime o espasmo do músculo esquelético de origem local, sem interferir com a função muscular. Foi demonstrado que a ação sobre a formação reticular reduz o tônus motor, influenciando o sistema motor gama e alfa. Diminui o tônus muscular aumentado do músculo esquelético sem afetar o SNC nem a consciência.

Indicações:
Cervicobraquialgias, lombalgias, torcicolos, fibrosite, periartrite escapuloumeral. Espasmos musculares associados com dor aguda e de etiologia musculoesquelética.

Posologia:
A dose usual de ciclobenzaprina é de 10mg 2 a 3 vezes ao dia,distribuídos em intervalos iguais. Conforme critério médico, podem ser administrados 40mg ao dia; não se recomenda exceder 60mg diários.

Reações adversas:
Nas doses recomendadas, a ciclobenzaprina é muito bem tolerada.
Ocasionalmente, podem ocorrer enjôos, secura bucal e sonolência.

Precauções:
A ciclobenzaprina deve ser usada somente por períodos não maiores que 2 a 3 semanas. Deve ser administrada com cautela a pacientes medicados com fármacos anticolinérgicos, pessoas que operam máquinas ou dirigem veículos. Como se carece de experiência, não se recomenda sua administração a crianças.

Interações:
Não administrar simultaneamente com antidepressivos tricíclicos (p. ex
amitriptilina, imipramina), inibidores da monoaminoxidase (fenilzina,
tranilcipromina). Pode potencializar os efeitos do álcool, barbitúricos ou
outros fármacos depressores do sistema nervoso central.

Contra-indicações:
Hipersensibilidade à ciclobenzaprina e glaucoma. Retenção urinária. Uso simultâneo de IMAO. Fase aguda pós infarto do miocárdio. Pacientes com arritmias cardíacas, bloqueio ou alterações da conduta; insuficiência cardíaca congestiva. Hipertireoidismo.
CIMETIDINA

CIMETIDINA

Ações terapêuticas.

Antagonista dos receptores H 2 da histamina. Antiulceroso.
Inibidor da secreção ácida gástrica.

Propriedades:
Derivado imidazólico antagonista dos receptores H 2 da histamina
que inibe a secreção ácida gástrica basal e noturna. Também inibe a secreção ácida gástrica estimulada por alimentos, betazol, pentagastrina, cafeína e insulina. Pode aumentar a defesa da mucosa gástrica e o restabelecimento dos transtornos relacionados com ácido, principalmente a ulceração e hemorragia induzida por estresse, aumentando a produção de muco gástrico, o conteúdo de glicoproteína do muco, a secreção de bi arbonato da mucosa, a síntese endógena
de prostaglandinas da mucosa e a renovação celular epitelial. É absorvida com rapidez no trato gastrintestinal; a velocidade de absorção é retardada com os alimentos. É metabolizada no fígado. A administração oral e parenteral proporciona até 80% de inibição da secreção ácida gástrica basal durante 4 a 5 horas após a administração de uma dose de 300mg.É eliminada, em sua maioria, por via renal; 10% por via fecal; e, também, excretada no leite materno.

Indicações:
Profilaxia e tratamento da úlcera péptica. Síndrome de Zollinger-Ellison.
Refluxo gastroesofágico. Ulceração e hemorragia gastrintestinal alta. Não é recomendada para distúrbios digestivos menores.

Posologia:
O efeito terapêutico ótimo na forma oral é atingido quando tomado junto com as refeições e ao deitar. Dose para adultos: úlcera duodenal: 300mg 4 vezes ao dia ou 400mg 2 vezes ao dia, pela manhã e ao deitar, ou 800mg ao deitar; profilaxia da úlcera duodenal recorrente: 400mg ao deitar; úlcera gástrica benigna ativa e síndrome de Zollinger-Ellison: 300mg 4 vezes ao dia. Dose máxima para adultos de 2 a 4g/dia, embora tenham sido empregados até 10g/dia para o tratamento de patologias hipersecretoras. Doses pediátricas - 20 a 40mg/kg quatro vezes ao dia. Injetável: via IM, 300mg, cada 6 a 8 horas; via IV, 300mg, cada 6 a 8 horas. Doses pediátricas: via IM, 5 a 10mg/kg cada 6 a 8 horas, via
IV, 5 a 10mg/kg cada 6 a 8 horas.

Reações adversas:
Raramente observam-se arritmias e hipotensão após a administração rápida intravenosa em bolus. Febre. Hematomas não-habituais, bradicardia, cansaço ou debilidade não-habituais, diarréias, cefaléias, erupção cutânea.

Precauções:
Os pacientes geriátricos com função renal ou hepática diminuída podem ser mais sensíveis aos efeitos da dose usual dos adultos. Os pacientes que não toleram a famotidina ou a ranitidina podem não tolerar a cimetidina. A idade avançada é um fator que contribui para os estados de confusão ocasionais.

Interações:
Pode reduzir a eliminação de todo medicamento que requeira metabolismo hepático ou dos que são preferencialmente eliminados pelo fígado (anticoagulantes derivados da cumarina, benzodiazepinas, metoprolol, metronidazol, propranolol, cafeína, teofilina). Pode aumentar o risco de neutropenia ou outras discrasias sangüíneas ao administrar depressores da medula óssea. A administração simultânea de cetoconazol faz com que este tenha reduzida sua absorção pelo aumento do pH gastrintestinal pela cimetidina. Aumenta a concentração plasmática de mexiletina e de nifedipino.

Contra-indicações:
A relação risco-benefício deverá ser avaliada em pacientes com cirrose ou disfunção hepática grave e disfunção renal. Gravidez, lactação e menores de 16 anos.
CINARIZINA

CINARIZINA

Ações terapêuticas.

Anti-histamínico, antivertiginoso, vasodilatador cerebral.

Propriedades:

A cinarizina é um bloqueador dos receptores H 1 da histamina com
efeitos depressores do SNC, usado fundamentalmente como inibidor da
vasoconstrição periférica e central. Este efeito deve-se à sua capacidade de bloquear os canais do cálcio. Em estudos in vitro foi demonstrado que a cinarizina previne o dano celular causado por uma sobrecarga de cálcio intracelular, inibe as contrações do músculo liso vascular e protege as células endoteliais, os eritrócitos e os neurônios cerebrais dos efeitos da hipoxia. Esta poderia ser a explicação do efeito da cinarizina no tratamento da enxaqueca. Foram evidenciados efeitos depressores vestibulares, anti-histamínicos, anticonvulsivos e antiarrítmicos. Os efeitos da cinarizina na melhora das funções cognitivas são ainda discutíveis, portanto, são necessários mais estudos clínicos para uma confirmação da real utilidade terapêutica da droga.A absorção oral da cinarizina é rápida, embora um importante metabolismo de primeiro passo hepático tenha sido descrito. Os estudos permitem observar uma considerável variação de um indivíduo para outro nas concentrações plasmáticas em estado de equilíbrio.

Indicações:
Alterações do equilíbrio, síndrome de Méni-re, enjôo, acúfenos,vertigem,
zumbidos no ouvido e cinetose.

Posologia:
De 75 a 150mg/dia em dose única ou divididos em 2 vezes. Para tratar
distúrbios do equilíbrio, enjôos e vertigens, recomenda-se um tratamento sem interrupções durante várias semanas.

Reações adversas:
A sonolência foi informada com maior freqüência. Outros efeitos colaterais são a astenia (2%), aumento de peso e os distúrbios gastrintestinais. Um número significativo de pacientes apresentou sinais motores extrapiramidais e depressão psíquica. Entre os sinais descritos figuram parkinsonismo, discinesia tardia orofacial e acatisia; todos desaparecem em geral quando o tratamento é suspenso. Todavia, em alguns pacientes os sinais podem melhorar apenas parcialmente e requerem tratamento antiparkinsoniano.

Precauções:
A droga deve ser administrada cuidadosamente na presença de insuficiência hepática e em pacientes idosos com risco ou antecedentes de enfermidade extrapiramidal.

Contra-indicações:
Hipersensibilidade à cinarizina. Gravidez. Lactação.
CIPROEPTADINA

CIPROEPTADINA

Ações terapêuticas.

Anti-histamínico.

Propriedades:
Derivado da piperidina. Como anti-histamínico no tratamento da alergia,
compete com a histamina pelos receptores H 1 presentes nas células de
efeito. Desta forma evita, porém, não reverte as respostas obtidas exclusivamente pela histamina. As ações antimuscarínicas produzem um efeito secante sobre a mucosa nasal. Ao competir com a serotonina pelos receptores, bloqueia as respostas da musculatura lisa vascular, intestinal e de outros músculos lisos. É possível que estimule o apetite ao alterar a atividade serotoninérgica no centro do apetite hipotalâmico. É bem absorvida após a administração oral ou parenteral. Metaboliza-se quase por completo no fígado. A duração da ação é de 8 horas. Éeliminada por via renal, como metabólitos, em 24 horas.

Indicações:
Tratamento sintomático da rinite alérgica, perene e estacional; conjuntivite alérgica (devida a alérgenos de inalação e a alimentos). Reações cutâneas alérgicas não-complicadas, rinorréia associada ao resfriado comum. Urticária.

Posologia:

Para diminuir a irritação gástrica, pode ser ingerida com alimentos, leite ou água. Dose para adultos: 4mg a cada 6 a 8 horas, conforme a necessidade. Dose máxima: até 0,5mg/kg/dia. Dose pediátrica: 0,125mg/kg a cada 8 a 12 horas, conforme a necessidade; crianças de 2 a 6 anos: 2mg a cada 8 a 12 horas, sem ultrapassar 12mg/dia; crianças de 6 a 14 anos: 4mg a cada 8 a 12 horas, sem ultrapassar 16mg/dia.

Reações adversas:
Em pacientes de idade avançada é mais comum que apareçam confusão, sonolência, enjôos e secura na boca, nariz ou garganta. Em crianças podem ocorrer pesadelos, excitação não-habitual, nervosismo e irritabilidade. Podem surgir cansaço ou debilidade não-habituais, micção dificultada ou dolorosa, taquicardia, erupção cutânea.

Precauções:
Deverá ser evitada a ingestão de álcool ou outros depressores do SNC. Ter cuidado se ocorrer sonolência. Em crianças e pacientes de idade avançada, é mais provável que se produzam efeitos antimuscarínicos e estimulantes do SNC. Pode inibir a lactação; por seu efeito antimuscarínico, pode diminuir a secreção salivar, o que contribui para o desenvolvimento de cáries, doença periodontal, candidíase oral e mal-estar.

Interações:
São potencializados os efeitos depressores sobre o SNC de antidepressivos tricíclicos: álcool, maprotilina. Aumentam os efeitos antimuscarínicos pelo uso simultâneo de haloperidol, ipratrópio, fenotiazinas ou procainamida. Não se recomenda o uso junto com inibidores da MAO, pois pode prolongar e intensificar os efeitos antimuscarínicos e depressores do SNC dos anti-histamínicos.

Contra-indicações:
A relação risco-benefício deverá ser avaliada na presença de asma aguda, obstrução do colo vesical, hipertrofia prostática, retenção urinária, glaucoma de ângulo fechado ou aberto, gravidez e lactação.
CIPROFIBRATO

CIPROFIBRATO

Ações terapêuticas.

Hipolipemiante.

Propriedades:
É um moderno derivado cuja estrutura relaciona-se com os fibratos
(bezafibrato, fenofibrato, clofibrato); sua maior atividade consiste na
normalização do perfil lipídico. Diminui os valores elevados de triglicerídeos e de colesterol total, ao reduzir os de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e de densidade muito baixa (HLDL); além disso, aumenta o colesterol ligado às frações lipoprotéicas de alta densidade (HDL). Sua absorção é rápida e completa no trato gastrintestinal, especialmente se administrado com as refeições.

Indicações:
Distúrbios metabólicos lipídicos, complemento terapêutico dos regimes
dietéticos antiaterogênicos. Hipercolesterolemias. Hiperlipidemias (tipos II, III e IV).

Posologia:
A dose habitual é de 100mg/dia, administrados preferencialmente após as refeições. Em caso de necessidade, conforme a resposta terapêutica e a critério médico, poderão ser empregados 200mg diários.

Reações adversas:
Podem ser pouco freqüentes e leves; remitem de forma espontânea durante o decorrer do tratamento. Foram relatados náuseas, diarréia, dispepsia, vômitos, mialgias, erupções cutâneas, cefaléia, diminuição da libido.

Precauções:
Antes do início do tratamento deverá ser realizado o controle lipídico
mediante dieta e outras medidas apropriadas. Em caso de infarto recente do miocárdio deve-se esperar a estabilização do estado clínico antes de iniciar o tratamento.

Interações:
Devido à sua elevada proporção de ligação protéica, o ciprofibrato pode
deslocar outros fármacos de suas uniões protéicas e aumentar seu efeito terapêutico, como ocorre, por exemplo, na fenitoína e nos anticoagulantes orais dicumarínicos.

Contra-indicações:
Insuficiência hepática ou renal grave. Hipersensibilidade ao fármaco e aos derivados fenoxisobutiratos. Gravidez e lactação.
CIPROFLOXACINA

CIPROFLOXACINA

Ações terapêuticas.

Antimicrobiano. Quinolona de segunda geração.

Propriedades:
Agente antibacteriano de efeito rápido que não apresenta resistência cruzada com as penicilinas, cefalosporinas, tetraciclinas e aminoglicosídeos. Atua por inibição do DNA-girase bacteriana, interferindo na replicação do DNA. Na forma oral, combina uma biodisponibilidade elevada com grande penetração tissular que permite seu emprego como monoterapia ou em combinação com outros antibióticos. Atua sobre germes Gram-positivos: Staphylococcus aureus, pyogenes e pneumoniae, Streptococcus faecalis, Mycobacterium tuberculosis; microrganismos Gram-negativos: Escherichia coli, Klebsiellas, Enterobacter, Salmonella, Shigella, Proteus mirabillis, Pseudomonas, Haemophilus influenzae, Neisseria gonorrhoeae, Aeromonas, Vibrium Brucella melitensis.

Indicações:
Infecções das vias respiratórias. Broncopneumonia e pneumonia lobar.
Bronquite aguda, bronquiectasias, empiema. Infecções do trato geniturinário: uretrites complicadas, pielonefrite, prostatite, gonorréia. Infecções osteoarticulares: osteomielite, artrite séptica. Infecções gastrintestinais: diarréia infecciosa, febre entérica. Infecções sistêmicas graves: septicemias, bacteremias, infecção das vias biliares, pélvicas e otorrinolaringológicas.

Posologia:
A dose será determinada pela gravidade da infecção, pela sensibilidade dos organismos causadores, idade, peso e função renal do paciente. Dose média por via oral/adultos - infecções do trato urinário: 250 a 500mg a cada 12 horas; cistite aguda não-complicada: 250mg a cada 12 horas, durante 3 dias; infecções das vias respiratórias, infecções osteoarticulares, de pele e tecidos moles: 250 a 500mg a cada 12 horas, podendo ser elevada a 750mg a cada 12 horas, em caso de maior gravidade; infecções por pseudomonas no trato respiratório inferior: a
dose normal é de 750mg, 2 vezes ao dia; gonorréia: dose única de 250mg. Na maioria das outras infecções, de 500 a 750mg, 2 vezes ao dia. O período de tratamento habitual para infecções agudas é de 5 a 10 dias e deve ser continuado 3 dias após o desaparecimento dos sinais e sintomas. Em pacientes com função renal alterada, em geral não é necessário ajustar a dose, exceto em insuficiência renal grave.Nestes casos, pode-se reduzir a dose diária total pela metade. Não se recomenda seu emprego em crianças e adolescentes em crescimento.
Caso seja necessária sua indicação, a dose a ser empregada pode ser de 7,5 a 15mg/kg/dia por via oral, administrada a cada 12 horas.

Reações adversas:
Ocasionalmente pode produzir náuseas, diarréias, vômitos, dispepsia.
Alterações do SNC: vertigem, cefaléias, cansaço, insônia, tremor. Em raras ocasiões: sudorese, convulsões, estados de ansiedade. Reações de hipersensibilidade, erupções cutâneas, prurido, febre medicamentosa.

Reações anafilactóides: edema facial, vascular e laríngeo. Nestes casos, o tratamento deverá ser suspenso imediatamente. Podem aparecer aumentos transitórios nas enzimas hepáticas, principalmente em pacientes com lesão hepática prévia. Distúrbios sangüíneos: muito raramente eosinofilia, trombocitose, leucocitose, anemia. Dores musculares, tenossinovite, fotossensibilidade.

Precauções:
Devido aos efeitos colaterais que pode produzir no SNC, somente deverá ser utilizado quando os benefícios terapêuticos superarem os riscos descritos, principalmente em pacientes com antecedentes de crises epilépticas ou outros distúrbios do SNC (baixo limiar convulsivo, alteração orgânica cerebral ou AVC). Não é recomendado seu uso na gravidez nem no período de lactação. Em raras ocasiões foi observada cristalúria relacionada com o emprego de ciprofloxacino, por isso, os pacientes deverão estar bem hidratados e evitar uma alcalinidade excessiva da urina.

Interações:
Os níveis séricos de teofilina se elevam quando administrado com quinolonas. Junto com ciclosporina, aumenta os valores séricos de creatinina. A fim de não interferir na absorção de antiácidos (com hidróxido de magnésio ou alumínio), somente deverá ser administrado 1 ou 2 horas após a ingestão destes.

Contra-indicações:
Pacientes com hipersensibilidade à droga e a outras quinolonas. Gravidez. Lactação. Crianças.
CISTEINA

CISTEÍNA

Ações terapêuticas.

Nutriente.

Propriedades:
A cisteína é um aminoácido sulfurado, sintetizado a partir da metionina
através da via de transulfuração durante a vida adulta. Em lactantes sua síntese é insuficiente, por isso considera-se um aminoácido essencial. Metaboliza-se a piruvato e sulfato inorgânico e é a fonte de sulfato inorgânico que se introduz nos polissacarídeos complexos e outras substâncias estruturais do organismo. A cisteína é incorporada diretamente no metabolismo dos hidratos de carbono na etapa do piruvato; seus três átomos de carbono são conversíveis em glicose.
Apresenta-se em solução estéril apirogênia para injeção IV, incluída em uma perfusão que contenha aminoácidos para nutrição parenteral total.

Indicações:
Completamento dos requerimentos nutricionais das crianças que recebem alimentação por via parenteral total.

Posologia:
Administra-se diluída na solução de aminoácidos utilizada para nutrição
parenteral total, em uma proporção de 0,5g de cloridrato de cisteína para cada 12,5g de aminoácidos. A preparação deve ser realizada em forma asséptica.

Reações adversas:
Transtornos digestivos (náuseas, vômitos) ou reações febris.

Precauções:
Seu efeito sobre o feto é desconhecido, por isso se deve administrar na
gestante somente se for claramente necessário.

Contra-indicações:
Insuficiência hepática ou renal severa. Anúria.
CLARITROMICINA

CLARITROMICINA

Ações terapêuticas.

Antibiótico.

Propriedades:
Trata-se de um antibiótico macrolídeo obtido pela substituição do grupo
hidroxila em posição 6 por um grupo CH 3O no anel lactônico da eritromicina. Especificamente, a claritromicina é uma 6-0 metil eritromicina A. Exerce sua ação antibacteriana mediante a união das subunidades ribossômicas 50S das bactérias suscetíveis e a inibição da síntese protéica. A claritromicina demonstrou excelente atividade in vitro contra cepas padronizadas de bactérias e de isolados clínicos e atua contra uma grande variedade de microrganismos aeróbicos e anaeróbicos Gram-positivos e Gram-negativos. As concentrações inibitórias mínimas (CIMs) da claritromicina são geralmente uma diluição log 2 mais potente que as CIMs da eritromicina. Os dados in vitro indicam também que a claritromicina exerce uma excelente ação
sobre a Legionella pneumophila, Mycoplasma pneumoniae e Helicobacter (Campylobacter) pylori.O espectro antibacteriano da claritromicina in vitro é o seguinte: bactérias usualmente sensíveis: Streptococcus agalactiae, Streptococcus pyogenes, Streptococcus viridans, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, Haemophilus parainfluenzae, Neisseria gonorrhoeae, Listeria monocytogenes, Legionella pneumophila, Pasteurella multocida, Mycoplasma pneumoniae, Helicobacter (Campylobacter) pylori,
Campylobacter jejuni, Chlamydia pneumoniae (TWAR), Chlamydia trachomatis, Moraxella (Branhamella) catarrhalis, Bordetella pertussis, Borrelia burgdorferi, Staphylococcus aureus, Clostridium perfringens, Peptococcus niger, Propionibacterium acnes, Bacteróides melaninogenicus, Mycobacterium leprae, Mycobacterium kansasii, Mycobacterium chelonae, Mycobacterium fortuitum, Mycobacterium avium complex (MAC), consistindo de: Mycobacterium avium, Mycobacterium intracellulare. Bactérias não sensíveis: Enterobacteriaceae, Pseudomonas sp. Seu principal metabólito é a
14-OH-claritromicina, que é microbiologicamente ativa.Este metabólito é uma ou cerca de duas vezes menos ativo que o fármaco-mãe para muitos microrganismos, exceto para H. influenzae, contra o qual é duas vezes mais ativo. A substância intacta e o metabólito 14-OH exercem um efeito aditivo ou sinérgico sobre H. influenzae in vitro e in vivo, dependendo das cepas bacterianas. A claritromicina é rapidamente absorvida do trato gastrintestinal e sua biodisponibilidade absoluta é de aproximadamente 50%. A absorção e a formação do metabólito 14-OH-claritromicina são ligeiramente retardadas pelo alimento, mas a extensão da biodisponibilidade não é afetada pela administração do composto fora do estado de jejum. Sua farmacocinética não é linear e depende
da dose; doses elevadas podem produzir aumentos desproporcionais da concentração máxima do fármaco, devido à saturação das vias metabólicas. Estudos in vitro demonstraram que a união a proteínas plasmáticas é de aproximadamente 70%. A eliminação da substância intacta e seus metabólitos é efetuada principalmente por via renal.Sua concentração em pacientes com insuficiência hepática não difere daquela observada em indivíduos normais. Os pacientes com insuficiência renal apresentam aumentos das concentrações plasmáticas, da meia-vida, e das Cmáx e Cmín da claritromicina e de seu
metabólito 14-OH.

Indicações:
Infecções produzidas por microrganismos suscetíveis em infecções do trato respiratório superior (p.ex. faringite estreptocócica), infecções do trato respiratório inferior (p.ex. bronquite, pneumonia), otite média aguda, infecções da pele e tecidos moles (p.ex. impetigo, foliculite, celulite, abscessos), infecções produzidas por Mycobacterium avium, M. intracellulare, M. Chelonae, M. fortuitum ou M. kansasii.

Posologia:
Dose usual em crianças: via oral, 7,5mg/kg por dia durante 5 a 10
dias. O tratamento de faringite estreptocócica deve ser de pelo menos 10 dias. Dose usual em adultos: via oral, 250mg duas vezes ao dia. A dose pode ser aumentada para 500mg duas vezes ao dia. A dose intravenosa habitual é de 500mg duas vezes ao dia, administrada como infusão intravenosa durante 60 minutos. Doses em pacientes com disfunção renal: depuração de creatinina 30ml/min, a dose de claritromicina deve ser reduzida à metade, p.ex. até 250mg uma vez ao dia, ou 250mg duas vezes ao dia em infecções mais severas. A posologia não deve ser mantida por mais de 14 dias nestes pacientes. Dose em pacientes com infecções por micobactérias disseminadas ou localizadas (M. avium,
M. intracellulare, M. Chelonae, M. fortuitum, M. kansasii): a dose recomendada é de 15 a 30mg/kg de claritromicina ao dia divididos em duas tomadas.

Superdosagem:
A tomada de quantidades expressivas de claritromicina pode provocar sintomas gastrintestinais e reações alérgicas que deverão ser tratados mediante a imediata eliminação da substância ainda não absorvida e instituição de medidas de suporte. Como com outros macrolídeos, os níveis séricos não são significativamente afetados pela hemodiálise ou diálise peritoneal.

Reações adversas:
As principais reações adversas incluem náusea, dispepsia, dores abdominais, vômitos, diarréia, cefaléia, alteração do paladar e elevação transitória das enzimas hepáticas. Menos freqüentemente foi registrada insuficiência hepática, com aumento das enzimas e/ou hepatite colestásica, com ou sem icterícia, que usualmente é reversível. A administração intravenosa pode causar flebite e dor no ponto da injeção. Em pacientes pediátricos imunocomprometidos, observaram-se tinito, surdez, vômitos, náuseas, dores abdominais, pancreatite e aumento da
amilase.

Precauções:
Recomenda-se administrar com precaução em pacientes com função hepática e/ou renal deteriorada. Pode haver resistência cruzada com outros macrolídeos, assim como com lincomicina e clindamicina. É conveniente realizar controles periódicos do estado do paciente, em função da possibilidade de ocorrência de colite pseudomembranosa. Não se recomenda sua administração juntamente com citrato de ranitidina bismuto em pacientes com clearance de creatinina inferior a 25
ml/min. Esta associação não está recomendada em pacientes com histórico de porfiria aguda. Não administrar durante a gravidez e a amamentação.

Interações:
Pode ocorrer aumento significativo dos níveis de teofilina ou carbamazepina quando qualquer desses fármacos são administrados concomitantemente com claritromicina. O uso simultâneo com substâncias metabolizadas pelo sistema citocromo P450 (varfarina, alcalóides do ergot, triazolam, midazolam, lovastatina, disopiramida, fenitoína, ciclosporina e rifabutina) pode estar associado com elevações dos níveis séricos destas substâncias. Houve raros relatos de rabdomiólise coincidente com a co-administração de claritromicina e
estatinas (lovastatina e sinvastatina). Registraram-se níveis elevados de
cisaprida em pacientes sob tratamento concomitante com claritromicina, o que pode provocar arritmias cardíacas e prolongamento do intervalo QT, incluindo taquicardia ventricular, fibrilação ventricular e torsades des pointes. Efeitos similares foram observados em pacientes sob tratamento com claritromicina e pimozida concomitantemente.Dados os relatos de concentrações elevadas de digoxina em pacientes que recebem claritromicina concomitantemente, recomenda-se nesses casos a monitoração dos níveis séricos do digitálico. A claritromicina altera o metabolismo da terfenadina, provocando níveis elevados
desta última, o que tem sido ocasionalmente associado com arritmias cardíacas, tais como prolongamento do intervalo QT, taquicardia ventricular, fibrilação ventricular e torsades des pointes. A administração simultânea com zidovudina ou dideoxinosina pode diminuir as concentrações destas substâncias. O ritonavir parece inibir o metabolismo da claritromicina. Devido à grande janela terapêutica da claritromicina, não é necessária qualquer redução de dose em pacientes com função renal normal.Não obstante, para pacientes com insuficiência
renal, deve-se considerar a necessidade dos seguintes reajustes de dose: para pacientes com depuração de creatinina de 30 a 60ml/min, a dose de claritromicina deve ser reduzida em 50%; para pacientes com depuração de creatinina 30ml/min, a dose de claritromicina deve ser diminuída a 75%. Doses de claritromicina superiores a 1g/dia não devem ser co-administradas com ritonavir.

Contra-indicações:
Hipersensibilidade aos antibióticos macrolídeos e com administração
concomitante de astemizol, cisaprida, pimozida e terfenadina.
CLORTALIDONA

CLORTALIDONA

Ações terapêuticas.

Diurético tiazídico. Anti-hipertensivo.

Propriedades:
Atua sobre o mecanismo tubular renal de absorção de eletrólitos, eleva a
excreção urinária de sódio e água por inibição da reabsorção de sódio no início dos túbulos distais, e aumenta a excreção de potássio, aumentando a secreção deste íon no túbulo contornado distal e em tubos coletores. Absorve-se bem e com relativa rapidez após a administração oral. Sua união às proteínas é alta (75%) e aumenta a afinidade com anidrase carbônica nos glóbulos vermelhos. Seu efeito
diurético começa 2 horas após a administração que é quando se obtém a máxima concentração, e seu efeito dura de 24 a 72 horas. É eliminada por via renal de forma inalterada.

Indicações:
Edema associado com insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática com ascite, terapêutica com corticosteróides ou estrogênios e algumas formas de disfunção renal (síndrome nefrótica, glomerulonefrite aguda e insuficiência renal crônica). Hipertensão.

Posologia:
Adultos: diurético, de 25 a 100mg 1 vez ao dia ou de 100 a 200mg 1 vez ao dia em dias alternados, ou 1 vez ao dia, 3 dias por semana.Anti-hipertensivo: de 25 a 100mg/kg/dia durante 3 dias da semana.

Reações adversas:
A maioria é dependente da dose: secura na boca, aumento da sede; arritmias cardíacas, cãibras ou dores musculares, náuseas ou vômitos, cansaço ou debilidade não-habituais.

Precauções:
Pode ser necessário suplementar a dieta com potássio. Pode aumentar a
glicemia (pacientes diabéticos). É possível que produza fotossensibilidade, sendo portanto recomendado evitar a exposição excessiva ao sol ou o uso de lâmpadas solares. É preferível tomar a dose única pela manhã, ao se levantar, para minimizar o efeito de aumento da freqüência de micção durante o sono. A relação risco-benefício deve ser avaliada na presença de gravidez. As pessoas de
idade avançada podem ser mais sensíveis aos efeitos hipotensores e
eletrolíticos.

Interações:
Os corticóides, a ACTH e a anfotericina-B parenteral podem diminuir os
efeitos natriuréticos e diuréticos e intensificar o desequilíbrio eletrolítico,
particularmente a hipopotassemia. É provável que se requeira ajustar a dose de alopurinol, colchicina ou probenecida, dado que a clortalidona pode aumentar a concentração de ácido úrico no sangue. O uso simultâneo com amiodarona pode aumentar o risco de arritmias associadas com hipopotassemia. Pode diminuir o efeito do anticoagulantes derivados da cumarina. Ao aumentar a glicemia, talvez
seja necessário ajustar a dose de insulina ou hipoglicemiantes orais em
pacientes diabéticos. Os AINE, estrogênios ou drogas simpaticomiméticas podem antagonizar a natriurese e aumentar a atividade da renina plasmática produzida pela clortalidona. A colestiramina pode inibir a absorção gastrintestinal do diurético. O uso de glicosídeos digitálicos pode potencializar a possibilidade de toxicidade por digital associada com hipopotassemia.Não se recomenda o uso simultâneo com lítio, pelo risco de causar toxicidade por lítio devida à diminuição de liberação renal e, também, porque o lítio é nefrotóxico. A clortalidona pode potencializar o efeito dos bloqueadores neuromusculares não-despolarizantes (por hipopotassemia).

Contra-indicações:
A relação risco-benefício deve ser avaliada na presença de anúria ou
disfunção renal grave, diabetes mellitus, antecedentes de gota ou hiperuricemia, disfunção hepática, hipercalcemia, hiponatremia, antecedentes de lúpus eritematoso, pancreatite, simpatectomia, lactação (por risco de icterícia neonatal). Hipersensibilidade à droga e às sulfamidas.
CROMO

CROMO

Ações terapêuticas.

Nutriente

Propriedades:
O íon cromo trivalente (Cr 3+) é um fator de tolerância à glicose
que age em todas as reações mediadas pela insulina. Ajuda a manter o metabolismo normal da glicose e a função dos nervos periféricos. Apresenta-se como uma solução de administração parenteral para completar os regimes de nutrição parenteral total (NPT) e com isso evitar os sintomas de deficiência de cromo (tolerância reduzida à glicose, neuropatia periférica, ataxia e um estado similar à encefalopatia hepática). O cromo sérico circula ligado à proteína transferrina, que forma parte da fração beta-globulina. A administração de cromo pode corrigir a resposta típica similar à do diabético que os pacientes com
deficiência de cromo apresentam.Seus níveis (1 a 5mg/litro) não refletem de maneira adequada o estado dos depósitos tissulares. A excreção de cromo por via renal é de 3 a 50mg por dia, o qual deve ser considerado ao administrá-lo em pacientes com doença renal.

Indicações:
Suplemento das soluções de nutrição parenteral total intravenosa, para
prevenir a deficiência.

Posologia:
Adultos: 10 a 15mg por dia, diluídos na solução de nutrientes parenterais. Crianças: 0,14 a 0,20mg por kg de peso e por dia.

Superdosagem:
A toxicidade por cromo inclui náuseas, vômitos, úlceras do trato gastrintestinal, hepatotoxicidade e nefrotoxicidade. Coma.

Precauções:
Não administrar por via intramuscular, pois a acidez da solução pode provocar uma irritação severa. Não administrar em pacientes com doença renal, pois sua eliminação está limitada e por isso é mais difícil que ocorra a deficiência. Por não existirem provas conclusivas, recomenda-se não usar em mulheres grávidas ou enquanto amamentarem, a menos que o benefício para a mãe supere o risco potencial para o feto.
DEFLAZACORTE
DEFLAZACORTE

Ações terapêuticas.

Antiinflamatório.

Propriedades:
Deflazacorte é um glicocorticóide com propriedades antiinflamatórias e
imunodepressoras. Devido a sua propriedade de não afetar substancialmente a espoliação de cálcio ósseo, seu uso pode ser conveniente para pessoas que necessitam de tratamento glicocorticóide, especialmente aquelas com maior risco de
osteoporose; seus reduzidos efeitos diabetogênicos permitem indicar a droga para pacientes diabéticos ou pré-diabéticos.

Indicações:
Doenças endócrinas: insuficiência supra-renal primária ou secundária (a
hidrocortisona ou a cortisona são as drogas eleitas; deflazacorte, em função de seus mínimos efeitos mineralocorticóides, deve ser usado em conjunto com um mineralocorticóide), hiperplasia supra-renal congênita, tireoidite não supurativa. Doença reumática: artrite psoriásica, artrite reumatóide, espondilite anquilosante, bursite aguda e subaguda, tenossinovite aguda não específica, artrite gotosa aguda, osteoartrite pós-traumática, sinovite de osteoartrite, epicondilite. Doenças do colágeno: lúpus eritematoso sistêmico, cardite reumática aguda, polimialgia reumática, poliarterite nodosa, dermatomiosite sistêmica (polimiosite), arterite temporal, granulomatose de Wegener. Doenças dermatológicas: pênfigo, dermatite ampolar herpetiforme, eritema multiforme grave (síndrome de Stevens-Johnson), dermatite esfoliativa,
micose fungóide, psoríase grave, dermatite seborréica grave.Doenças alérgicas: controle de reações alérgicas graves ou incapacitantes, que não respondem a drogas não esteróides, rinite alérgica estacional ou permanente, asma brônquica, dermatite de contato, dermatite atópica, doença do soro, reações de hipersensibilidade a medicamentos. Doenças respiratórias: sarcoidose sistêmica, síndrome de Loeffler, sarcoidose, pneumonia alérgica, fibrose pulmonar idiopática, pneumonia aspirativa. Doenças oftálmicas: inflamação da córnea, uveíte difusa posterior e coroidite, queratite, coriorretinite, irite e iridociclite, neurite ótica, oftalmia simpática, herpes zoster oftálmica, conjuntivite alérgica. Doenças hematológicas; púrpura trombocitopênica idiopática, trombocitopenia secundária, anemia hemolítica adquirida (autoimune),
eritroblastopenia, anemia congênita hipoplásica (eritróide). Doenças
neoplásicas: leucemia, linfoma, mieloma múltiplo. Doenças renais: síndrome nefrótica.Doenças gastrintestinais: colite ulcerativa, enterite regional, hepatite crônica. Doenças neurológicas: esclerose múltipla exacerbada.

Posologia:
A dose requerida é variável e deve ser individualizada com base na doença a ser tratada e na resposta de cada paciente. Adultos: dose inicial: de 6 a 90mg/dia, dependendo da gravidade dos sintomas. Nas doenças menos graves, doses baixas podem ser suficientes, enquanto nas doenças graves pode ser necessário administrar doses maiores. A dose inicial deve ser mantida ou ajustada até obter-se uma resposta clínica satisfatória. Se esta não acontecer após um período razoável, o tratamento com deflazacorte deve ser interrompido e substituído por outro. Após uma resposta inicial favorável, a dose adequada de manutenção deve ser determinada pela diminuição da dose inicial a pequenas frações, até alcançar a menor dose capaz de manter uma resposta clínica adequada. Dose de manutenção: os pacientes devem ser cuidadosamente monitorados pelos sinais sintomáticos que possam indicar a necessidade de ajuste da dose - inclusive com mudanças no quadro clínico resultante da remissão ou exacerbação da doença, resposta individual à droga e efeito do estresse (por exemplo, cirurgia,
infecção, traumatismo).Durante o estresse pode ser necessário aumentar temporariamente a dose. Crianças: 0,22 a 1,65mg/kg/dia ou em dias alternados. Tal qual outros glicocorticóides, para a suspensão do tratamento a dose de deflazacorte deve ser reduzida gradualmente. Os efeitos antiinflamatórios da droga são comparáveis aos de outros esteróides antiinflamatórios, com uma média de equivalência em relação à prednisona de 0,8 (por exemplo, 6mg de deflazacorte = 5mg de prednisona).

Reações adversas:
Os glicocorticóides relacionam-se com reações adversas que dependem da dose e da duração do tratamento, e incluem: aumento da suscetibilidade à infecções, efeitos gastrintestinais (dispepsia, ulceração péptica, perfuração da úlcera péptica, hemorragia, pancreatite aguda, especialmente em crianças); alterações no equilíbrio hidroeletrolítico, equilíbrio negativo de nitrogênio, debilidade muscular e esquelética (miopatia e fraturas), fragilidade e adelgaçamento da pele, retardamento no processo de cicatrização, acne, alterações neuropsiquiátricas (cefaléia, vertigem, euforia, insônia, agitação, hipomania ou depressão, hipertensão endocraniana, convulsões, pseudotumor cerebral em
crianças), efeitos oftálmicos (catarata posterior subcapsular, aumento da
pressão intraocular, supressão da função hipotalâmica-pituitária-supra-renal), alterações corporais (distribuição cushingóide, aumento de peso e rosto arredondado), hirsutismo, amenorréia, diabetes mellitus, diminuição do crescimento em crianças e casos raros de reações alérgicas.O deflazacorte demonstrou uma menor incidência de reações adversas ao nível ósseo e do metabolismo dos carboidratos, em comparação com outros glicocorticóides.

Precauções:
Aqueles pacientes em tratamento ou com terapêutica de glicocorticóides, submetidos a estresse não habitual, podem necessitar uma dose maior antes, durante e após a condição estressante. Os glicocorticóides podem mascarar sinais de infecção ou novas infecções podem se apresentar durante seu uso. Os pacientes com infecções ativas (virais, bacterianas ou micóticas) devem ser estreitamente monitorados. Em pacientes com tuberculose ativa ou latente a terapêutica deve limitar-se àqueles casos nos quais deflazacorte é utilizado junto com o regime antituberculoso adequado. O uso prolongado de glicocorticóides pode produzir catarata posterior subcapsular ou glaucoma. Durante o tratamento com glicocorticóides, os pacientes não devem receber imunizações, especialmente se
for em altas doses, devido à possibilidade de disseminação de vacinas vivas (por exemplo, antivariólica) e falha na resposta dos anticorpos. A supressão da função hipotalâmica-pituitária-supra-renal, induzida por glicocorticóides, depende da dose e duração do tratamento.O restabelecimento ocorre de forma gradual, conforme a redução da dose ou a suspensão do fármaco. Não obstante, por alguns meses após a suspensão do tratamento pode persistir uma insuficiência relativa; portanto, em qualquer situação de estresse, a terapêutica deve ser
reinstituída. Considerando que a secreção mineralocorticóide pode estar
prejudicada, devem ser administrados sais ou mineralocorticóides de forma concomitante. Após um tratamento prolongado, a retirada de glicocorticóides deve ser lenta e gradual para evitar a síndrome de deprivação brusca: febre, mialgia, artralgia e mal-estar generalizado. Isso também pode ocorrer em pacientes sem evidência de insuficiência supra-renal. O uso de deflazacorte requer cuidados especiais nas seguintes condições clínicas: cardiomiopatias ou insuficiência
cardíaca congestiva (devido ao aumento da retenção de água); hipertensão e manifestações tromboembólicas.Os glicocorticóides podem causar retenção de sais e água e aumento da excreção do potássio. Pode fazer-se necessário adotar uma dieta com suplemento de potássio e restrição do sal. Gastrite ou esofagite, diverticulite, colite ulcerativa, anastomose intestinal recente, úlcera péptica ativa ou latente. Diabetes mellitus, osteoporose, miastenia grave, insuficiência renal. Instabilidade emocional ou tendências psicóticas, epilepsia.
Hipotireoidismo e cirrose (podem aumentar os efeitos glicocorticóides). Herpes simples ocular devido à possível perfuração da córnea. O uso pediátrico prolongado pode suprimir o crescimento e odesenvolvimento. Considerando que as complicações do tratamento com glicocorticóides dependem da dose e duração do tratamento, deve se tomar uma decisão baseada na relação risco-benefício para cada caso individual, tanto para a dose e duração do tratamento como para optar entre uma terapêutica diária ou intermitente.Não existem estudos adequados sobre reprodução humana com glicocorticóides. Foram descritos efeitos teratogênicos em animais pelo uso de glicocorticóides. A administração durante a gravidez e lactação somente deve ser considerada quando os benefícios superarem os riscos potenciais do seu uso. As crianças cujas mães receberam glicocorticóides durante a gravidez devem ser observadas com cuidado em relação a possíveis sinais de hipoadrenalismo ou diminuição do crescimento; portanto, as mães que recebem glicocorticóides devem ser advertidas para não amamentar.

Interações:
Apesar de não terem sido detectadas interações medicamentosas durante as investigações clínicas, devem ser tomados os mesmos cuidados dedicados aos outros glicocorticóides (por exemplo, pode ocorrer diminuição dos níveis de salicilato, aumento do risco de hipopotassemia com o uso concomitante de digitálicos ou diuréticos, anticolinesterásicos; drogas que alteram o metabolismo dos glicocorticóides, como rifampicina, barbituratos, difenil hidantoína); a eritromicina e os estrogênios podem aumentar os efeitos dos corticosteróides. Os corticóides podem alterar os efeitos dos anticoagulantes do tipo cumarínico.

Contra-indicações:
Contra-indicado em pacientes com hipersensibilidade ao deflazacorte.
DEXAMETASONA

DEXAMETASONA

Ações terapêuticas.

Antiinflamatório esteróide, imunossupressor.

Propriedades:
Difunde-se através das membranas celulares e forma complexos com os
receptores citoplasmáticos específicos. Estes complexos penetram no núcleo da célula, unem-se ao DNA e estimulam a transcrição do mRNA e a posterior síntese de enzimas, que são as responsáveis por dois tipos de efeitos dos corticosteróides sistêmicos. E, estes agentes podem suprimir a transcrição do mRNA em algumas células (por ex.: linfócitos). Como antiinflamatório esteróide, inibe a acumulação de células inflamatórias, incluindo macrófagos e leucócitos, na zona de inflamação. Inibe a fagocitose, a liberação de enzimas lisossômicas e a síntese ou liberação de alguns mediadores químicos da inflamação. Como imunossupressor, reduz a concentração de linfócitos dependentes do timo, monócitos e eosinófilos. Diminui a união das imunoglobulinas aos receptores celulares da superfície e inibe a síntese ou liberação de interleucinas, e reduz a importância da resposta imune primária.Estimula o catabolismo protéico e induz o metabolismo dos aminoácidos. Aumenta a disponibilidade de glicose. Absorve-se rapidamente por via oral e por completo por via IM. Metaboliza-se no fígado, porém de forma mais lenta que outros corticóides. Elimina-se principalmente mediante o metabolismo, por excreção renal dos metabólitos inativos.

Indicações:
É indicada no tratamento de várias patologias devido a seus efeitos antiinflamatórios e imunossupressores; proporciona um alívio sintomático, porém não tem efeito sobre o desenvolvimento da doença subjacente. Terapêutica substitutiva no tratamento de insuficiência supra-renal. Diagnóstico da síndrome de Cushing. Isquemia cerebral. Prevenção da Síndrome de membrana hialina (aceleração da maturação pulmonar fetal). Tratamento da síndrome de angústia respiratória em adultos por insuficiência pulmonar pós-traumática. Tratamento do choque por insuficiência adrenocortical e como coadjuvante no tratamento do choque associado com reações anafiláticas. É selecionável quando se requer um corticóide de ação prolongada.

Posologia:
Adultos - via oral: 500mg (0,5mg) a 9mg/dia em 1 só dose ou fracionada em várias doses. Doses pediátricas: 0,0233mg/kg ou 0,67mg/m 2 ao dia fracionada em 3 doses. Em crianças e adolecentes o tratamento crônico com dexametasona, tanto em doses fisiológicas como farmacológicas pode produzir inibição do crescimento. Teste diagnóstico da Síndrome de Cushing: oral: 1mg em 1 só dose à noite ou 0,5mg a cada 6 horas durante 48 horas. Parenteral: adultos: injeção intra-articular ou em tecidos moles: 4 a 16mg repetidas a cada 1 a 3 semanas; intramuscular: 8 a 16mg com intervalos de 1 a 3 semanas. Não foi estabelecida a dose para crianças.

Reações adversas:
O risco de se produzirem reações adversas, tanto sistêmicas quanto locais, aumenta com a duração do tratamento ou com a freqüência de administração. As perturbações psíquicas também podem estar relacionadas com a dose. Com a injeção local podem aparecer lesões em tecidos articulares ou reações alérgicas locais. São de incidência menos freqüente: visão turva, polidipsia, diminuição do crescimento em crianças e adolecentes, ardor, dor e formigamento na região da injeção, perturbações psíquicas (obnubilações, paranóia, psicose, ilusões, delírio), erupção cutânea. Durante o uso a longo prazo podem ocorrer: ardor abdominal, melena, Síndrome de Cushing, hipertensão, cãibras, mialgias, náuseas, vômitos, debilidade muscular, miopatia por esteróides, hematomas não habituais.

Precauções:
Considerar que aumenta o risco de infecção durante o tratamento; em pacientes geriátricos e pediátricos aumenta o risco de reações adversas. As injeções intraarticulares serão repetidas com uma freqüência não superior a 3 semanas. Após cada uma, deverá ser feito repouso. Não foram descritos problemas na lactação com doses fisiológicas baixas, porém doses maiores excretam-se no leite materno e podem causar diminuição do crescimento de crianças e inibição da produção de esteróides andrógenos.

Interações:
Aumenta o risco de hepatoxicidade quando empregada simultaneamente com doses elevadas de paracetamol ou em tratamentos crônicos. Aumenta o risco de úlcera ou hemorragia gastrintestinal com os antiinflamatórios não esteróides (AINE). A anfotericina-B parenteral pode provocar hipocalemia grave em associação com glicocorticóides. O uso de antiácidos diminui a absorção da dexametasona. Devido à sua atividade hiperglicemiante intrínseca, a pode ser necessário ajustar a dose de insulina ou de hipoglicemiantes orais. O uso conjunto de glicosídeos digitálicos aumenta a possibilidade de arritmias. Aumenta o metabolismo da
mexiletina, diminuindo sua concentração plasmática. Não se recomenda a administração de vacinas de vírus vivos, dado que pode ser potencializada a replicação dos vírus da vacina.

Contra-indicações:
Para injeção intrarticular: distúrbios de coagulação sangüínea, fratura
intra-articular, infecção periarticular, articulação instável. A relação
risco-benefício deverá ser avaliada para todas as indicações a seguir: AIDS, insuficiência cardíaca congestiva, disfunção renal ou hepática grave, infecção sistêmica por fungos, infecções virais ou bacterianas não-controladas, glaucoma de ângulo aberto, lúpus eritematoso, tuberculose ativa.
DIIDROERGOTOXINA

DIIDROERGOTOXINA

Ações terapêuticas.

Vasodilatador cerebral.

Propriedades:
A diidroergotoxina é uma mistura em partes iguais de 3 alcalóides do esporão do centeio, a diidroergocristina, a hidroergocornina e a-b-diidroergocriptina. Não existem evidências específicas que estabeleçam com clareza o mecanismo pelo qual a diidroergotoxina produz efeitos mentais; até o momento não foi concluído se a droga afeta particularmente a arteriosclerose cerebral ou a insuficiência
cerebrovascular. A diidroergotoxina é rapidamente absorvida no trato
gastrintestinal com um pico de concentração plasmática entre 36 e 78 minutos. O fármaco mostra um perfil cinético com considerável metabolismo de primeiro passo hepático. A meia-vida da diidroergotoxina é de 3 a 5 horas.

Indicações:
Sinais e sintomas de deterioração mental. Distúrbios cerebrovasculares
agudos.

Posologia:
De 3 a 6mg/dia divididos em 3 vezes. No tratamento dos sintomas de
deterioração mental a melhora é gradual e não pode ser observada até 3 a 4 semanas após o início do tratamento.

Reações adversas:
Não foram informados efeitos adversos de importância com a diidroergotoxina. Raramente foram observadas obstrução nasal, náuseas e distúrbios gastrintestinais. A diidroergotoxina não possui os efeitos vasoconstritivos dos alcalóides naturais do ergot.

Precauções:
Observar cuidadosamente o aparecimento de bradicardia ou hipotensão após a administração parenteral. Deve ser realizado um diagnóstico cuidadoso e exaustivo antes de indicar a diidroergotoxina, pois os sintomas e sinais sobre os quais o fármaco atua são de etiologia desconhecida.

Interações:
Vasodilatadores cerebrais.

Contra-indicações:
Hipersensibilidade conhecida à droga. Não deve ser administrada a pacientes com psoríase aguda ou crônica sem um estudo etiológico prévio.
DILTIAZEM

DILTIAZEM

Ações terapêuticas.

Antianginoso.

Propriedades.
O diltiazem é um antagonista dos canais de cálcio e, portanto, possui a
capacidade de inibir o fluxo de saída do cálcio durante a despolarização da membrana do músculo liso e do músculo cardíaco. Exerce um potente efeito vasodilatador das artérias coronárias, tanto das epicárdicas como das endocárdicas. O espasmo coronário espontâneo e o induzido pela ergonovina são inibidos pelo diltiazem. Por outro lado, ele produz um aumento da tolerância ao exercício, por reduzir a resistência vascular periférica e a demanda de oxigênio pelo miocárdio. O fármaco não modifica substancialmente o potencial de ação; previne o espasmo arterial coronário espontâneo e o provocado pela ergonovina.
Com a administração crônica em doses de até 240mg/dia foi evidenciado um aumento do intervalo PR, sem uma prolongação anormal.Absorve-se por via oral com uma biodisponibilidade de 40% comparada com a biodisponibilidade da via intravenosa. Metaboliza-se no fígado, e somente 2% a 4% são excretados em forma não modificada na urina. In vitro, a ligação às proteínas plasmáticas é de 70%. Após 30 a 60 minutos já é detectado no sangue. O pico plasmático é atingido após 2 a 3 horas da ingestão. A meia-vida de eliminação é de três horas e meia aproximadamente.

Indicações:
Angina de peito de diferentes tipos (silente, por esforço, por espasmo
coronário, de início recente). Insuficiência coronariana. Cardiopatia isquêmica. Hipertensão arterial.

Posologia:
A dose deve ser ajustada conforme a necessidade de cada paciente. Dose inicial: 120 mg/dia dividida em 4 doses. Doses subseqüentes: 180 a 360 mg/dia.

Reações adversas:
As reações adversas são raras, porém são graves em pacientes com piora da função ventricular esquerda. Os efeitos adversos mais comuns são edema (2,4%), cefaléia (2%), náuseas (1,9%), enjôos (1,5%), eczema (1,3%) e astenia (1,2%). Mais raramente: angina, arritmia, diversos tipos e graus de bloqueio da condução, vermelhidão, taquicardia, amnésia, depressão, alucinações, sonolência, insônia, anorexia, disgeusia, diarréia, fotossensibilidade, petequias, hiperglicemia e congestão nasal.

Precauções:
Condução cardíaca: o diltiazem prolonga o período refratário do nódulo A-V sem prolongar significativamente o tempo de recuperação do nódulo sinusal, exceto em pacientes com doenças do nódulo sinoauricular, insuficiência cardíaca congestiva: o uso de diltiazem deve ser cuidadoso, só ou associado com betabloqueadores. Hipotensão: pode ser agravada com diltiazem. Dano hepático agudo com aumento transitório de enzimas, como GOT, GPT, LDH, fosfatase alcalina. Se a droga for administrada por tempo prolongado, deve ser monitorada.
Deve ser ministrado com cuidado em pacientes com dano renal e hepático.

Interações:
A administração conjunta de diltiazem e propranolol dá como resultado um aumento da concentração de propranolol. O diltiazem aumenta a concentração plasmática de digoxina em 20%. A depressão da contratilidade do miocárdio, a automacidade e a dilatação vascular observadas com o uso de anestésicos podem ser agravadas ao usar concomitantemente diltiazem.

Contra-indicações:
Doença do nódulo sino-auricular, exceto na presença de marcapassos, bloqueio A-V de segundo e terceiro graus, hipotensão (90mmHg), enfarte agudo do miocárdio e edema pulmonar, gravidez e lactação.
DIOSMINA

DIOSMINA

Ações terapêuticas.

Antivaricoso sistêmico e vasoprotetor.

Propriedades:
A diosmina é um bioflavonóide utilizado no tratamento dos distúrbios venosos e da circulação periférica de retorno. Age basicamente de 3 formas na circulação de retorno: prolonga a atividade da norepinefrina pariental das veias, aumentando o tônus venoso e reduzindo a venostase; na microcirculação, reduz a hiperpermeabilidade capilar e reduz a fibrinólise; nos vasos linfáticos, aumenta a freqüência e a intensidade das contrações. A diosmina é rapidamente absorvida
por via oral, atingindo pico plasmático em torno de 2 horas, sendo que a forma micronizada é absorvida pelo menos 2 vezes mais rapidamente. É metabolizada em diversos ácidos fenóis. Elimina-se basicamente por via fecal, com eliminação urinária de cerca de 14%, e tem meia-vida em torno de 11 horas. A diosmina costuma ser utilizada em associação com a hesperidina, outro flavonóide, que reforça a ação da diosmina.

Indicações:
Todas as manifestações da doença venosa dos membros inferiores. Hemorróidas e crise hemorroidária. Estados hemorrágicos ligados à fragilidade capilar (petéquias). Hemorragias ginecológicas.

Posologia:
900mg em dose única diária, pela manhã, na insuficiência venosa. Na crise hemorroidária a dose é de 2.700mg/dia, fracionada em 3 tomadas, durante os 4 primeiros dias, baixando para 1.800mg/dia nos 3 dias subseqüentes, passando a seguir para a dose de manutenção de 900mg/dia.

Precauções:
Por não existirem dados sobre sua passagem ao leite materno, é desaconselhável a utilização de diosmina em mulheres no período de lactação. Embora não possua efeito teratogênico, deve-se evitar o uso no primeiro trimestre da gestação.

Contra-indicações:
Hipersensibilidade à diosmina, embora não hajam, até o momento, casos
relatados.
DIPIRONA SÓDICA

DIPIRONA SÓDICA

Ações terapêuticas.

Analgésico. Antipirético.

Propriedades:
Conhecida nos Estados Unidos e vários outros países como dipirona, derivado pirazolônico; é o sulfonato de sódio da amidopirina. Sua meia-vida no organismo é de 7 horas e excreta-se por via urinária como 4-metilaminoantipirina, 4-aminoantipirina e 4-acetilaminoantipirina. Atua também como inibidor seletivo das prostaglandinas F 2a.

Indicações:
Algias por afecções reumáticas, cefaléias ou odontalgias. Dores ulteriores a intervenções cirúrgicas, espasmos do aparelho gastrintestinal, condutos biliares, rins e vias urinárias. Febre, no caso de outra medicação antifebril não ser eficaz.

Posologia;
Por via oral, 300 a 600mg/dia; a dose máxima diária é de 4g. Ampolas: 0,5 a 1g por via SC, IM ou IV.

Reações adversas:
Por ser um derivado pirazolônico, as reações mais comuns são as de
hipersensibilidade, que podem chegar a produzir distúrbios hemáticos por mecanismos imunes, sendo de maior significância a agranulocitose. Podem aparecer bruscamente, com febre, angina e ulcerações bucais; nestes casos deve-se suspender imediatamente o medicamento e realizar um controle hematológico. Embora a agranulocitose, a leucopenia e a trombocitopenia sejam pouco freqüentes, têm gravidade suficiente para serem levadas em consideração. Outra reação essencial de hipersensibilidade é o choque, manifestando-se com prurido, suor frio, obnubilação, náuseas, descoloração da pele e dispnéia. Podem ocorrer reações de hipersensibilidade cutânea, nas mucosas oculares e na região nasofaríngea.

Precauções:
Com a administração desta droga, os pacientes que padecem de asma brônquica ou infecções crônicas das vias respiratórias e os afetados por reações de hipersensibilidade, inclusive a substâncias não-medicamentosas, estão expostos ao risco de choque. Durante o primeiro trimestre da gravidez e em suas últimas semanas, assim como em lactentes, crianças pequenas e pacientes com distúrbios hematopoiéticos somente deverá ser administrada com prescrição médica. Na forma injetável é imprescindível ter cuidado com pacientes cuja pressão arterial for inferior a 100mmHg, os que se encontram em situação de instabilidade circulatória ou que sofram alterações prévias do sistema hematopoiético (por exemplo, tratamento com citostáticos).

Interações:
Pode reduzir a ação da ciclosporina e são potencializados os efeitos com a ingestão simultânea de álcool.

Contra-indicações:
Pacientes com hipersensibilidade às pirazolonas e na presença de determinadas doenças metabólicas (porfiria hepática, déficit congênito de glicose-6-fosfato desidrogenase).
DOMPERIDONA

DOMPERIDONA

Ações terapêuticas.

Antiemético.

Propriedades.
Antagonista da dopamina, com efeitos antieméticos similares ao da
metoclopramida, porém com efeitos extrapiramidais menos freqüentes. Estimula a liberação da prolactina. É absorvida rapidamente após administração oral, alcançando o pico de concentração plasmática em 1 hora. A biodisponibilidade oral é baixa (15%), devido a extenso metabolismo de primeira passagem. A acidez gástrica interfere na sua absorção. Tem elevada ligação a proteínas plasmáticas (91%). É eliminada na urina e nas fezes na proporção de 33% e 66%, respectivamente. A sua meia-vida plasmática é de 7 a 9 horas. Administrar com cautela em pacientes com insuficiência renal, procedendo-se ao ajuste posológico, sempre que necessário.

Indicações:
Síndromes dispépticas associadas a retardo no esvaziamento gástrico
(gastroparesia), refluxo gastroesofágico e esofagite. Náuseas e vômitos de origem funcional, ou orgânica, causados por drogas, radioterapia ou alimentos. Indica-se especificamente em pacientes cujos vômitos e náuseas são causados pelos antagonistas dopaminérgicos (bromocriptina) utilizados para o tratamento da doença de Parkinson.

Posologia:
Adultos: 10 a 20mg, 3 ou 4 vezes/dia. Crianças: 0,25 a 0,5mg/kg , 3 ou 4
vezes/dia.

Superdosagem:
Sonolência, reações extrapiramidais, desorientação. Não existe antídoto
específico, entretanto os anticolinérgicos, antiparkinsonianos e anti-histamínicos podem ser administrados para controlar os efeitos
extrapiramidais. Lavagem gástrica e tratamento de suporte.

Reações adversas:
Cólicas. Hiperprolactinemia, que pode provocar galactorréia e ginecomastia. Raramente ocorrem reações extrapiramidais. Erupções e urticária.

Precauções:
A administração a lactentes deve ser cuidadosamente supervisionada pelo médico, pois neles a barreira hemato-encefálica não está desenvolvida e isso eleva o risco de efeitos tóxicos centrais. Administrar com precaução em pacientes com insuficiências hepática e renal. O risco/benefício deve ser avaliado durante a gravidez e o aleitamento.

Interações:
Antiácidos (bicarbonato de sódio) e inibidores das secreções(cimetidina)
interferem na absorção do fármaco.

Contra-indicações:
Hipersensibilidade à domperidona. Hemorragia gastrintestinal e sempre que a estimulação da motilidade gastrintestinal oferecer risco. Tumor hipofisário produtor de prolactina.
DOXAZOSINA

DOXAZOSINA

Ações terapêuticas.

Anti-hipertensivo.

Propriedades.
Anti-hipertensivo de tipo quinazolínico, exerce seu efeito vasodilatador pelo bloqueio dos receptores alfa 1 adrenérgicos pós-sinápticos. A doxazosina é bem absorvida por via oral. O pico de concentração plasmática ocorre em aproximadamente 2 horas. Apresenta cinética de eliminação bifásica, com meia-vida de 22 horas. Tem elevada ligação às proteínas plasmáticas (98%). Cerca de 5% do fármaco eliminam-se sob forma inalterada. A deficiência renal não interfere significativamente na sua eliminação. No tratamento da obstrução do fluxo urinário devido à hiperplasia prostática benigna seu efeito é observado em aproximadamente 2 semanas. A redução da hipertensão se observa 2 a 6 horas após sua administração, mantendo-se por cerca de 24 horas. Até o presente não foi descrito desenvolvimento de tolerância em tratamentos prolongados. A doxazosina produz também diminuição das taxas de triglicérides e colesterol totais,e elevação da relaçãoHDL/colesterol total. Tem-se observado regressão na hipertrofia ventricular esquerda e elevação da sensibilidade à insulina (em pacientes diabéticos). A doxazosina pode ser administrada tanto em pacientes normotensos como hipertensos.

Indicações:
Hiperplasia prostática benigna: para o tratamento dos sintomas associados a ela; obstrução urinária, sintomas obstrutivos, sintomas irritativos. Hipertensão arterial: como agente único ou em combinação com outras drogas (diuréticos tiazídicos, betabloqueadores), IECA (inibidores da enzima transformadora da angiotensina) e antagonistas cálcicos.

Posologia:
Hipertensão: iniciar com dose única de 1mg dia, aumentando para 2mg/ dia, após uma ou duas semanas, segundo a necessidade do paciente; intervalos similares devem ser respeitados para aumentar para 4,8 e até o máximo de 16mg/dia (dose recomendada: 2 a 4mg/dia). Hiperplasia prostática benigna: iniciar com dose única de 1mg/dia, aumentando para 2mg/dia, após uma ou duas semanas, segundo a necessidade do paciente; intervalos similares devem ser respeitados para aumentar para 4 e até o máximo de 8mg/dia (dose recomendada: 2 a 4mg/dia).

Superdosagem:
Em caso de hipotensão, o paciente deverá ser colocado em posição supina, com a cabeça para baixo e iniciar tratamento sintomático.

Reações adversas:
Enjôos, cefaléias, cansaço, mal-estar, vertigem, edema, astenia, sonolência, náusea e rinite. Raramente observa-se incontinência urinária. Taquicardia, palpitações, dores no peito, angina pectoris. Infarto do miocárdio tem sido observado em pacientes hipertensos, mas não pode ser atribuído somente à doxazosina.

Precauções:
Sua administração pode afetar a capacidade de operar máquinas pesadas e dirigir veículos, especialmente no princípio do tratamento. O risco-benefício deve ser avaliado durante a gravidez e o aleitamento. A segurança e a eficácia do fármaco em crianças não foram ainda estabelecidas.

Contra-indicações:
Hipersensibilidade aos derivados quinazolínicos.
DOXICICLINA

DOXICICLINA

Ações terapêuticas.

Antibacteriano. Antiprotozoário.

Propriedades.
Usada como cloridrato, a doxiciclina é uma tetraciclina bacteriostática de
amplo espectro, que atua por inibição da síntese de proteínas e bloqueia a união do RNA de transferência ao complexo ribossômico do RNA mensageiro. A união reversível é produzida na subunidade ribossômica 30 S dos organismos sensíveis. Não inibe a síntese da parede celular bacteriana. É absorvida por via oral, de 90% a 100%. É parcialmente inativada pelo metabolismo hepático. Sua meia-vida normal é de 12 a 22 horas e é eliminada por via renal por filtração glomerular e por via fecal; também se excreta no leite materno.

Indicações:
Infecções do trato geniturinário causadas por Chlamydia trachomatis,
uretrite causada por C. trachomatis e Ureaplasma urealyticum, infecções retais não-complicadas causadas por Chlamydia trachomatis,otite média e faringite bacteriana produzida por Staphylococcus aureus.

Posologia:
Adultos -
100mg a cada 12 horas no primeiro dia, em seguida de 100 a 200mg uma vez ao dia ou de 50 a 100mg a cada 12 horas; dose máxima: até 300mg/dia ou até 600mg/dia durante 5 dias em infecções gonocócicas agudas. Doses pediátricas - crianças de 45kg ou menos: 2,2mg/kg a cada 12 horas no primeiro dia, em seguida de 2,2 a 4,4mg/kg uma vez ao dia; crianças com mais de 45kg: a mesma dosagem que para adultos.

Reações adversas:
Descoloração permanente dos dentes em lactentes e crianças, cãibras com gastrite, coloração ou escurecimento da língua, diarréia, aumento da fotossensibilidade cutânea, náuseas ou vômitos, inflamação da boca e glossite.

Precauções.
As tetraciclinas podem produzir coloração permanente (amarelo, cinza ou marrom) dos dentes e hipoplasia do esmalte e diminuição do índice de crescimento lineal ósseo em lactentes prematuros, não sendo recomendado, portanto, seu uso em lactentes e crianças menores de 8 anos; também não se recomenda seu uso durante a segunda metade da gravidez e no período de lactação. Pode contribuir para o desenvolvimento de candidíase oral.

Interações.
O uso simultâneo com laxantes ou antiácidos que contenham magnésio pode originar uma diminuição da absorção devida ao aumento do pH intragástrico. Os barbitúricos, fenitoína e carbamazepina podem originar a diminuição das concentrações séricas de doxiciclina. Posto que as penicilinas podem interferir com o efeito bacteriostático da doxiciclina, é melhor evitar o tratamento combinado. O bicarbonato de sódio também pode diminuir a absorção das tetraciclinas.

Contra-indicações.
A relação risco-benefício deverá ser avaliada em pacientes com disfunção hepática e disfunção renal, em menores de 8 anos e nos casos de gravidez e lactação.
ENALAPRIL

ENALAPRIL

Ações terapêuticas.

Anti-hipertensivo. Inibidor da enzima conversora da angiotensina (ECA).

Propriedades.
Usado como maleato, é um derivado dos aminoácidos L-alanina e L-prolina. É absorvido de forma rápida e rapidamente hidrolisado em enalaprilato, inibidor da enzima de conversão de angiotensina de ação prolongada.

Indicações.
Em todos os graus de hipertensão essencial e na hipertensão vasculorrenal. Pode ser empregado como indicação inicial ou associado com outros agentes anti-hipertensivos, principalmente diuréticos.

Posologia.
Só deve ser administrado por via oral. A dose usual diária varia de 10 a 40mg em todas as indicações. Pode ser administrado 1 ou 2 vezes ao dia. A dose máxima é de 80mg/dia. Quando houver insuficiência renal, insuficiência cardíaca congestiva ou o paciente estiver recebendo tratamento com diuréticos, deverá ser administrada uma dose inicial mais baixa. Hipertensão arterial essencial: dose inicial de 5mg/dia. A dose de manutenção é de 20mg uma vez ao dia, ajustando-a conforme as necessidades de cada paciente. Em indivíduos com mais de 65 anos, a dose inicial é de 2,5mg. Hipertensão vasculorrenal: dose inicial de 2,5 a 5mg, para realizar um ajuste posterior conforme o quadro clínico do paciente. Aqueles que estiverem em tratamento com diuréticos deverão suspendê-lo 2 ou 3 dias antes de iniciar o enalapril; se não for possível, a dose inicial deve ser baixa (2,5 a 5mg) para determinar o efeito sobre a tensão arterial. Insuficiência cardíaca congestiva: dose inicial de 2,5 a 5mg através de cuidadoso controle médico. Dose usual de manutenção: 10 a 20mg diários em dose única ou divididos.Durante o tratamento a pressão arterial e a tensão renal devem ser controladas.

Reações adversas.
Em geral são leves e transitórias. As mais comuns são sensação de
instabilidade e cefaléias. Em raras ocasiões, fadiga e astenia, hipotensão
ortostática, síncope, náuseas, cãibras musculares e erupção cutânea. Podem ser aumentados os valores séricos de uréia e creatinina, em geral quando é administrado com diuréticos. Em alguns pacientes foram descritos ligeira diminuição da hemoglobina, hematócrito, plaquetas e leucócitos, e aumento das enzimas hepáticas.

Precauções.
Hipotensão sintomática após a dose inicial ou no curso do tratamento,
principalmente em pacientes com insuficiência cardíaca e em tratamento com diuréticos. Nestes casos reduzir a dose ou suspender o tratamento com enalapril de forma transitória. Em pacientes com função renal alterada, foi observado um aumento de creatinina e uréia séricas, reversível com a supressão do tratamento. Pode ocorrer edema angioneurótico no rosto, extremidades, glote, língua ou laringe. Nestes casos o tratamento deve ser suspenso até que desapareça a tumefação. Somente deverá ser empregado durante a gravidez se o benefício
justificar o risco potencial para o feto, pois pode produzir hipotensão fetal, baixo peso ao nascer e decréscimo da perfusão renal; portanto, devem ser controlados o fluxo de urina e a tensão arterial do neonato no momento do nascimento.

Interações.
Seu efeito é potencializado ao ser administrado com outros anti-hipertensivos. A prescrição junto com propranolol reduz as concentrações séricas de enalaprilato. Não é aconselhável sua utilização junto com suplementos de potássio ou diuréticos retentores de potássio como espironolactona, triantereno ou amilorida, já que pode produzir aumento de potássio sérico.

Contra-indicações.
Hipersensibilidade à droga. Estenose unilateral ou bilateral da artéria
renal. Gravidez.
ERITROMICINA

ERITROMICINA

Ações terapêuticas.

Antibiótico.

Propriedades.
Trata-se de um antibiótico macrolídico bacteriostático, produzido por uma cepa de Streptomyces aerythreus; não obstante, pode ser bactericida em concentrações elevadas ou quando utilizado contra microorganismos altamente sensíveis. Admite-se que penetra na membrana da célula bacteriana e liga-se de forma reversível à subunidade 50S dos ribossomas bacterianos nas imediações do
sítio "P" ou doador, de forma que a união do tRNA (RNA de transferência) ao sítio doador é bloqueada. Deste modo, impede-se a translocação de peptídeos do sítio "A" ou aceptor para o sítio "P" ou doador, e, conseqüentemente, a síntese de proteínas é inibida. A eritromicina é eficaz somente frente a microorganismos que se encontram em fase de divisão ativa. Administrada por via oral, é
absorvida com facilidade e rapidamente é metabolizada no fígado de forma parcial dando origem a metabólitos inativos; pode acumular-se em pacientes com enfermidade hepática grave. Etilsuccinato de eritromicina: é hidrolizado liberando o fármaco livre no trato gastrintestinal e no sangue.Estolato de eritromicina: se dissocia no éster propanoato no trato gastrintestinal, se absorbe e mais tarde se hidroliza parcialmente a fármaco livre no sangue. Estearato de eritromicina: dissocia-se liberando o fármaco livre no trato gastrintestinal. Sua união às proteínas é alta, obtendo-se a concentração plasmática máxima dentro de 1 a 4 horas. O fármaco é eliminado por via hepática (através de concentração no fígado e excreção na bile). Por via renal (por filtração glomerular), de 2% a 5%. É eliminado inalterado após a administração
oral; de 10% a 15% são eliminados inalterados após a administração intravenosa.

Indicações.
Gonorréia produzida por Neisseria gonorrhoeae, pneumonia por
Mycoplasma pneumoniae, febre reumática, infecções de pele e tecidos moles produzidas por S. Epidermidis e Staphylococcus aureus, uretrite
não gonocócica, difteria produzida por Corynebacterium diphteriae,
endocardite bacteriana em pacientes alérgicos a penicilinas, faringite
bacteriana por Streptococcus epidermidis. Infecções produzidas por
Chlamydia trachomatis: conjuntivite do recém-nascido, pneumonia da
infância, infecções urogenitais durante a gravidez.

Posologia.
Adultos: a dose usual é de 250mg cada 6 horas, que pode ser aumentada até 4 g ou mais ao dia, de acordo com a gravidade da infecção. Dose usual em pediatria: 15 a 50mg/kg ao dia em doses divididas (cada 12 horas); em infecções mais graves a dose pode ser duplicada. Tanto em adultos como em crianças pode-se administrar a metade da dose total diária a cada 12 horas. Em infecções estreptocócicas a dose usual é de 20 a 50mg/kg ao dia em doses fracionadas. O tratamento de infecções por estreptococos beta-hemolíticos do grupo A deve ser realizado durante 10 dias. Na conjuntivite do recém-nascido por C. trachomatis o tratamento é feito com suspensão de eritromicina oral, em dose de 50mg/kg ao dia
divididos em quatro tomadas durante pelo menos duas semanas. Infecções urogenitais durante a gravidez: a dose sugerida é de 500mg por via oral, quatro vezes ao dia durante pelo menos 7 dias; caso não haja boa tolerabilidade a este tratamento, pode-se indicar 250mg quatro vezes ao dia durante 14 dias.

Reações adversas.
As reações mais freqüentes são gastrintestinais: mal-estar e cólicas
abdominais. As náuseas, vômitos e diarréias apresentam-se em baixa freqüência com as doses orais habituais. Em tratamentos prolongados ou repetidos pode existir a possibilidade de proliferação excessiva de bactérias e fungos não sensíveis. Neste caso a droga deve ser suspensa e o tratamento apropriado deve ser instaurado. Foi relatada a apresentação de reações alérgicas leves como urticárias e "rash" cutâneo. Em alguns casos informaram-se perdas reversíveis da
audição, particularmente em pacientes com insuficiência renal ou naqueles sob tratamento com doses altas de eritromicina. O estolato de eritromicina pode produzir icterícia colestática.

Precauções.

Deve evitar-se a prescrição de eritromicina para pacientes com enfermidade hepática preexistente. Em caso de colite pseudomembranosa, cuja intensidade pode variar de leve a grave, o tratamento deverá ser suspenso imediatamente. Podem aparecer valores anormais da função hepática, eosinofilia periférica e leucocitose, casos em que o tratamento também deverá ser suspenso.

Interações.
Em pacientes que estão fazendo uso de doses altas de teofilina, a
administração de eritromicina pode acarretar aumento dos níveis séricos de teofilina e da possibilidade de que esta última tenha efeitos tóxicos. Nestes casos a dose de teofilina deve ser reduzida. Pode haver uma inibição competitiva entre eritromicina, clindamicina, lincomicina e cloranfenicol, visto que estes fármacos competem pelos mesmos receptores celulares. Pode haver aumento do tempo de protrombina com a administração de anticoagulantes orais. A administração
conjunta de eritromicina com carbamazepina ou digoxina produz uma elevação dos níveis plasmáticos destas drogas, fato que, em alguns pacientes, ocasiona toxicidade da carbamazepina ou da digoxina. Em alguns casos observam-se reações isquêmicas quando se administra com ergotamina ou fármacos que a contenham. Aumenta as concentrações séricas de ciclosporina, o que aumenta o risco de nefrotoxicidade.

Contra-indicações.
Pacientes com hipersensibilidade conhecida ao antibiótico. Deverá realizar-se a avaliação da relação risco-benefício em pacientes com disfunção hepática ou perda de audição.
ESPIRONOLACTONA

ESPIRONOLACTONA

Ações terapêuticas.

Diurético, anti-hipertensivo, anti-hipopotassêmico.

Propriedades.
Ambos os efeitos, diurético e anti-hipertensivo, ocorrem pela ação de
bloqueio do intercâmbio de sódio por potássio no túbulo distal renal, o que provoca um aumento na secreção de água e sódio e a retenção de potássio. A espironolactona é um inibidor competitivo da aldosterona. É bem absorvida por via oral, com uma biodisponibilidade maior que 90%. Sua união às proteínas é muito alta (90%). Metaboliza-se rapidamente no fígado em canrenona (metabólito ativo eliminado por via renal).

Indicações.
Estados edematosos (insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática e síndrome nefrótica). Coadjuvante no tratamento da hipertensão. Diagnóstico e tratamento a curto e longo prazo do hiperaldosteronismo primário. Prevenção e tratamento da hipopotassemia.

Posologia.
Adultos - Antiedematoso: 25 a 200mg ao dia em 2 a 4 ingestões durante pelo menos 5 dias; dose de manutenção: 75 a 400mg/dia em 2 a 4 ingestões. Anti-hipertensivo: 50 a 100mg em dose única diária em 2 a 4 ingestões durante 2 semanas; manutenção: ajustar a dose segundo as necessidades individuais de cada paciente. Hiperaldosteronismo primário: 100 a 400mg por dia divididos em 2 a 4 ingestões antes da operação. Agente de diagnóstico: teste longo: 400mg por dia em 2 a 4
ingestões durante 3 a 4 semanas; teste curto: 400mg/dia divididos em 2 a 4 ingestões diárias durante 4 dias. Dose máxima: 400mg/dia. Dose pediátrica - 1 a 3mg/kg/dia como dose única ou dividido em 2 a 4 ingestões, reajustando a dose após 5 dias.

Reações adversas.
Podem aparecer sinais de hiperpotassemia (arritmiacardíacas),náuseas, vômitos, diarréia e, com menor freqüência, ginecomastia (após vários meses de tratamento); torpor, tonturas, falta de energia, cefaléias. Em raras ocasiões: erupção cutânea ou prurido (reação alérgica).

Precauções.
Evitar a ingestão excessiva de alimentos ricos em potássio, o uso de
substitutos do sal e outros suplementos de potássio. Nos idosos pode haver maior risco de desenvolver hiperpotassemia. Doses maiores que 100mg/dia podem produzir efeitos endócrinos ou antiandrogênicos.

Interações.
O uso simultâneo de cloreto de amônia pode produzir acidose sistêmica. O uso de corticóides, ACTH e mineralocorticóides pode diminuir os efeitos natriuréticos e diuréticos e reverter o efeito retentor de potássio. Pode diminuir o efeito anti-hipertensivo ao associar estrogênios, AINE ou drogas simpaticomiméticas. A dopamina pode aumentar o efeito diurético. O uso crônico ou excessivo de laxantes pode reduzir as concentrações séricas de potássio e interferir no efeito retentor de potássio.

Contra-indicações.
Hiperpotassemia. A relação risco-benefício deverá ser avaliada na presença de anúria ou disfunção renal, diabetes mellitus, nefropatia diabética, disfunção hepática, hiponatremia, distúrbios menstruais, ginecomastia.
ESTRADIOL

ESTRADIOL

Ações terapêuticas.

Estrogenoterapia sistêmica, antineoplásico.

Propriedades.
Os estrogênios aumentam a síntese celular de cromatina (DNA), de RNA e de diversas proteínas nos tecidos sensíveis. Diminuem a secreção de hormônio liberador de gonadotropina no hipotálamo, o que reduz a de FSH e a de LH na hipófise. As proteínas receptoras específicas dos tecidos formam complexos com os estrogênios nos tecidos sensíveis a estes. Seu metabolismo é principalmente hepático e sua via de excreção é renal.

Indicações.
Tratamento na deficiência de estrogênios, vaginite atrófica, hipogonadismo feminino, insuficiência ovariana primária, menopausa, hemorragia uterina nduzida por desequilíbrio hormonal. Carcinoma metastásico de mama em mulheres pós-menopáusicas. Carcinoma de próstata avançado, osteoporose pós-menopáusica.

Posologia.
Estrogenoterapia substituta (insuficiência ovariana primária): administração por via oral, de 1 a 2mg/dia durante 21 dias; repetir a dose ciclicamente depois de 7 dias de descanso. Antineoplásico - carcinoma de mama (inoperável ou progressivo): 1mg, 3 vezes ao dia durante, pelo menos, 3 meses; carcinoma de próstata (inoperável ou progressivo): 1 a 2mg, 3 vezes ao dia. Ampolas de cipionato de estradiol - adultos (terapêutica de substituição): hipogonadismo feminino: IM, de 1,5 a 2mg
administrados com intervalos mensais; sintomas menopáusicos: IM, de 1 a 5mg a cada 2 ou 4 semanas. Valerato de estradiol (terapêutica de substituição): IM, 10 a 20mg a cada 4 semanas; antineoplásico: carcinoma de próstata (inoperável ou progressivo): IM, 30mg a cada 1 ou 2 semanas; ajustar a dose segundo as necessidades. Estradiol sistema transdérmico (terapêutica de substituição); cada sistema transdérmico libera em torno de 0,05 a 0,10mg/dia: 1 sistema 2 vezes por semana durante 3 semanas; a dose é repetida de forma cíclica após 1 semana de descanso.O tratamento é iniciado com 0,05mg e a dose deve ser ajustada segundo as necessidades para controlar os sintomas.

Reações adversas.
Em homens, a dose elevada de estrogênios foi associada a um aumento do risco de enfarte do miocárdio, embolia pulmonar e tromboflebite. Pode produzir hipercalcemia grave em pacientes com câncer de mama ou metástases ósseas tratadas com estrogênios. Edema (por retenção de sal e líquidos). Incidência menos freqüente ou rara: cefaléias, perda repentina da coordenação, sensação de falta de ar, tensão maior, anorexia, náuseas, alterações do ciclo menstrual: hemorragia prolongada ou amenorréia.

Precauções.
Via oral: durante as refeições ou imediatamente após, para reduzir as
náuseas. Se houver suspeita de gravidez, interromper imediatamente o tratamento e consultar o médico. O uso prolongado aumenta o risco de câncer do endométrio em mulheres pós-menopáusicas. As injeções intramusculares devem ser administradas de forma lenta e em profundidade. Não é aconselhável usar estrogênios durante a gravidez, pois existem antecedentes de malformações congênitas. São excretados no leite materno, tendem a inibir a lactação e a diminuir a qualidade do leite (não são recomendados para mães em lactação).
Devido a seus efeitos sobre o fechamento epifisário, os estrogênios devem ser usados com precaução em crianças cujo crescimento dos ossos não tenha se completado; podem estar predispostas a hemorragias gengivais.

Interações.
O uso simultâneo de glicocorticóides pode alterar o metabolismo destes ao aumentar sua meia-vida de eliminação e com ele seus efeitos terapêuticos e tóxicos. Os estrogênios podem produzir amenorréia, e interferir assim nos efeitos da bromocriptina. Ao associar-se com ACTH pode-se potencializar os efeitos antiinflamatórios do cortisol endógeno. Aumenta o risco de hapatotoxicidade ao administrar-se com medicamentos hepatotóxicos. Se acelera a maduração da epífisis no uso simultâneo com somatotropina. Pode interferir o efeito terapêutico do tamoxifeno.

Contra-indicações.
Câncer de mama (exceto em pacientes tratados por doenças metastáticas), hemorragia vaginal, anormal ou não-diagnosticada. A relação risco-benefício deve avaliar-se em presença de asma, insuficiência cardíaca, epilepsia,cefaléias, insuficiência renal, tromboflebites em homens, antecedentes de icterícia colestática, antecedentes de hipertensão, hipercalcemia associada com doença
metastática de mama, miomas uterinos e porfíria hepática.
ESTRIOL

ESTRIOL

Ações terapêuticas.

Estrogenoterapia. Antineoplásico.

Propriedades.
Os estrogênios aumentam a síntese do DNA, do RNA e de diversas proteínas nos tecidos sensíveis. Diminuem a secreção do hormônio liberador de gonadotrofina no hipotálamo, reduzindo a secreção de FSH e do LH na hipófise. As proteínas receptoras específicas dos tecidos formam complexos com os estrogênios nos tecidos a eles sensíveis. Seu metabolismo é principalmente hepático e sua eliminação é renal.

Indicações.
Tratamento da deficiência de estrógenos, vaginite atrófica, hipogonadismo feminino, insuficiência ovariana primária, menopausa, hemorragia uterina induzida por desequilíbrio hormonal. Carcinoma metastático de mama na pós-menopausa, carcinoma avançado de próstata, osteoporose na pós-menopausa.

Posologia.
Tópica: no tratamento da atrofia vaginal, devida à deficiência estrogênica, deve-se realizar uma aplicação tópica/dia de creme a 0,1%, durante algumas semanas até a melhora dos sintomas, a seguir, a dose pode ser reduzida de forma gradual até atingir 2 aplicações por semana. Via oral: 4 a 8mg/dia durante algumas semanas até a regressão dos sintomas, podendo-se, a seguir, reduzi-la gradualmente até atingir 1-2mg/dia. No tratamento pré e pós-operatório em pacientes submetidas a cirurgia vaginal na pós-menopausa. Tópica: 1 aplicação diária de creme a 0,1% durante 2 semanas antes do ato cirúrgico e 2 aplicações
semanais nas duas semanas posteriores; via oral: 4 a 8mg/dia durante as 2 semanas antes do ato cirúrgico e 1 a 2mg/dia nas duas semanas posteriores. Tratamento da menopausa, via oral: 4 a 8mg/dia durante as primeiras semanas até a redução dos sintomas; a dose deve ser reduzida de forma gradual até atingir-se o efeito terapêutico desejado. Auxiliar o diagnóstico em caso de estiramento muscular atrófico duvidoso: 2 a 4 mg/dia por via oral ou 1 aplicação de creme a
0,1% em dias alternados, durante a semana anterior ao diagnóstico.

Reações adversas.
Em homens, a dose elevada de estrogênios pode estar associada com a elevação do risco de infarto do miocárdio, embolia pulmonar e tromboflebite. Hipercalcemia severa em pacientes com câncer de mama ou metástases ósseas tratadas com estrogênios. Edema (por retenção de sal e líquidos). Raramente ocorrem: cefaléia, perda repentina da coordenação, sensação de falta de ar, tensão, anorexia, náuseas, alterações do ciclo menstrual: hemorragia prolongada ou amenorréia.

Precauções.
Via oral: administrar a droga durante as refeições ou imediatamente após para reduzir as náuseas; interromper imediatamente o tratamento se houver suspeita de gravidez e consultar o médico. O uso por tempo prolongado aumenta o risco de câncer do endométrio na pós-menopausa. As injeções intramusculares devem ser administradas de forma lenta e profunda. Não é recomendado utilizar estrogênios
durante a gravidez, já que existem antecedentes de má-formação congênita. É excretado no leite materno, tende a inibir a lactação e a diminuir a qualidade do leite (não é recomendado durante a fase de aleitamento). Devido a seus efeitos sobre o fechamento epifisário, os estrogênios devem ser usados com precaução em crianças que não tenham ainda completado o crescimento ósseo; podem predispor hemorragias gengivais.
I
nterações.
O uso simultâneo de glicorticóides pode alterar o seu metabolismo, ao elevar sua meia-vida de eliminação e, assim, seus efeitos terapêuticos e tóxicos. Os estrogênios podem produzir amenorréia e interferir nos efeitos da bromocriptina. Quando associado com o ACTH pode potenciar os efeitos antiinflamatórios do cortisol endógeno. Aumenta o risco de hepatotoxicidade, quando administrado com medicamentos hepatotóxicos. Acelera o amadurecimento da epífise na vigência de
somatotrofina. Pode interferir no efeito terapêutico do tamoxifeno.

Contra-indicações.
Câncer de mama (exceto em pacientes portadores de doenças metastásicas), hemorragia vaginal anormal ou não-diagnosticada. A relação risco-benefício deve ser avaliada em situações clínicas como: asma, insuficiência cardíaca, epilepsia, cefaléias, insuficiência renal, tromboflebite em homens, antecedentes de icterícia colestásica, antecedentes de hipertensão, hipercalcemia associada com doença metastásica da mama, miomas uterinos e porfiria hepática.
FAMOTIDINA

FAMOTIDINA

Ações terapêuticas.

Antiulceroso. Antagonista dos receptores H 2 da histamina.
Inibidor da secreção gástrica ácida.

Propriedades.
Antagonista dos receptores H 2 derivado do tiazol, bloqueia a
secreção gástrica ácida basal e noturna pela inibição competitiva da ação da histamina sobre os receptores H 2 das células parietais; também bloqueia a secreção gástrica ácida estimulada pelos alimentos e a pentagastrina. É absorvida por via oral de forma incompleta (biodisponibilidade de 40 a 45%). Sua união às proteínas é baixa (15 a 20%). É metabolizada no fígado com um metabolismo de primeiro passo mínimo. O início da ação fica evidente uma hora após a administração oral. A duração de sua ação se mantém por 10 a 12 horas e é eliminada por via renal e metabólica.

Indicações.
Tratamento a curto prazo da úlcera duodenal ativa, estados hipersecretórios gástricos, Síndrome de Zollinger-Ellison.

Posologia.
Adultos: úlcera péptica, 40mg 1 vez ao dia, ao deitar, ou 20mg 2 vezes ao
dia. Profilaxia da úlcera duodenal recorrente: 20mg ao deitar. Síndrome de Zollinger-Ellison, estados hipersecretórios gástricos: 20mg a cada 6 horas, e ajustar a dose segundo a necessidade; continuar o tratamento durante o tempo clinicamente indicado. Em pacientes com disfunção renal grave: 20mg ao deitar.

Reações adversas.
São de rara incidência: taquicardia, palpitações, febre, hemorragias ou
hematomas injustificados e cansaço ou debilidade não-habituais. Podem ser observados de forma menos freqüente: ansiedade, constipação, sonolência, secura da boca, artralgias, mialgias, náuseas ou vômitos, erupção cutânea ou prurido, perda temporal de cabelo e anorexia.

Precauções.
Evitar a ingestão de alimentos, bebidas ou outros fármacos que possam
produzir irritação gastrintestinal. É possível que os pacientes que não toleram a ranitidina ou a cimetidina também não tolerem esta medicação.

Interações.
A administração simultânea de cetoconazol com famotidina pode provocar uma redução na absorção do cetoconazol, dado que a famotidina aumenta o pH gastrintestinal.

Contra-indicações.
A relação risco-benefício deverá ser avaliada em presença de disfunção
hepática ou renal grave.
FENOFIBRATO

FENOFIBRATO

Ações terapêuticas.

Hipolipemiante.

Propriedades.
O fenofibrato é um composto relacionado estruturalmente com o clofibrato, embora tenha menor toxicidade e maior que este, que pertence ao grupo dos ácidos fíbricos. Os ésteres do ácido fíbrico são rápida e completamente absorvidos no trato gastrintestinal, particularmente quando são administrados junto com as refeições.

Indicações.
Coadjuvante com a dieta no tratamento dos distúrbios lipídicos. Dislipemias tipo IIb, III e IV.

Posologia.
Adultos: 300mg diários divididos em 3 ingestões, junto com as principais refeições. Crianças maiores de 10 anos: 5mg/kg/dia.

Reações adversas.
Dispepsias, náuseas (ocasionalmente). Reações alérgicas cutâneas, sensação de calor, rubor (no início do tratamento).

Precauções.
Reduzir a dose na presença de insuficiência renal leve. Controle trimestral das transaminases séricas durante o primeiro ano.

Interações.
Pode potencializar o efeito e a toxicidade da fenitoína, dos hipoglicemiantes orais e dos anticoagulantes orais (vigiar o tempo de protrombina e ajustar a dose do anticoagulante). Não associar com medicamentos potencialmente hepatotóxicos (IMAO, perexilina).

Contra-indicações.
Gravidez e lactação. Insuficiência renal ou hepática.
FERRO

FERRO

Ações terapêuticas.

Antianêmico.

Propriedades.
Os sais ferrosos são três vezes mais bem absorvidos que os férricos, e a
diferença é acentuada nas doses altas. As variações dos diversos sais ferrosos têm pouco efeito sobre a biodisponibilidade. Assim, sulfato, fumarato, succinato, gluconato e outros sais são absorvidos em iguais proporções. Deve-se conhecer a quantidade total de cada preparado e não sua massa total. A maior vantagem do uso parenteral de ferro é a possibilidade de formar com rapidez reservas do elemento, que por via oral levariam meses a alcançar-se (por exemplo, em pacientes que receberam epoetina). O intestino delgado regula a absorção e previne a entrada de grande quantidade de ferro na corrente sangüínea.

Indicações.
Anemia ferropriva.

Posologia.
As doses devem ser individualizadas, já que a resposta da anemia ferropriva ao tratamento depende de vários fatores, entre eles a causa e gravidade da anemia, a presença de outras doenças e a capacidade do paciente para tolerar e absorver o ferro medicinal. A resposta à terapêutica com ferro é avaliada mediante o índice de produção de reticulócitos e a elevação da hemoglobina ou do hematócrito. Uma decisão sobre a efetividade do tratamento não deve ser tomada
até serem transcorridas 3 a 4 semanas. O emprego profilático de ferro oral deve ser reservado para pacientes de alto risco: grávidas, fluxo menstrual excessivo, doadores de sangue e lactentes. Doses terapêuticas usuais: 200mg/dia (2 a 3mg/kg) em 3 ingestões diárias, baseando-se no conteúdo de ferro do preparado. Para prevenção: 15 a 30mg/dia. Oralmente, são mais bem absorvidos quando ingeridos em jejum. A aplicação parenteral deve ser reservada para indicações
específicas (ver acima).

Reações adversas.
A intolerância aos preparados orais de ferro ocorre principalmente em função da quantidade de ferro solúvel presente no trato gastrintestinal e de fatores psicológicos. Pirose, náuseas, vômitos, mal-estar gástrico superior, constipação e diarréia. Com doses mais altas, são mais comuns náuseas e dor abdominal. Fezes escuras causadas pelo ferro. Hemocromatose, somente em pacientes com deficiência na absorção de ferro. Após a injeção intramuscular, podem ocorrer incômodos prolongados no local da aplicação, descoloração da pele e alterações malignas no local da injeção. A superdosagem de ferro é particularmente grave em crianças, razão pela qual é necessária atenção imediata caso se tenha ultrapassado 30mg/kg ingeridos. O tratamento é realizado com deferoxamina.

Precauções.
Deve-se ter especial cuidado em pacientes que possam desenvolver uma sobrecarga de ferro, bem como aqueles com hemocromatose, anemia hemolítica ou aplasia eritrocitária. No caso de falha na resposta ao tratamento, devem ser investigadas outras causas de anemia. Não convém usar ferro durante o primeiro trimestre de gravidez.

Interações.
O ferro forma quelatos com as tetraciclinas, diminuindo-se a absorção de ambos. A absorção de ferro é menor na presença de penicilamina e antiácidos. Pelas interações potenciais, convém separar por várias horas a administração de ferro e outros fármacos.

Contra-indicações.
Hipersensibilidade ao ferro. Pacientes com sobrecarga de ferro.
FINASTERIDA

FINASTERIDA

Ações terapêuticas.

Redução da hiperplasia prostática benigna.

Propriedades.
A finasterida é um composto 4-azasteróideo sintético, inibidor específico da enzima 5a-redutase, que converte a testosterona no potente andrógeno ativo 5a-diidrotestosterona (DHT). Por outro lado, a finasterida não tem qualquer afinidade pelo receptor androgênico. No homem, uma dose oral única de 5mg produz rápida redução das concentrações séricas de DHT, sendo o efeito máximo observado horas após a primeira dose. A dose de 5mg por dia de finasterida durante 24 meses reduziu as concentrações séricas de DHT em cerca de 70%. Os níveis circulantes médios de testosterona são aumentados em cerca de
10%, porém permanecem dentro do intervalo fisiológico. Quanto à sua
farmacocinética, após a administração de uma dose oral de finasterida,de 32% a 46% são eliminados em forma de metabólitos pela urina e entre 51% e 64%, pelas fezes. O principal metabólito isolado na urina foi o ácido monocarboxílico, e não se detectou virtualmente nenhuma quantidade do fármaco original. A biodisponibilidade da finasterida em administração oral (que não é afetada pelas
refeições) foi de aproximadamente 63% e a concentração plasmática máxima média foi de 37ng/ml, alcançada 1 a 2 horas após a tomada. Cerca de 90% da finasterida irculante apresenta-se ligada a proteínas plasmáticas. A velocidade de eliminação do fármaco diminui em pacientes idosos porém não há necessidade de nenhum tipo de ajuste posológico. A meia-vida terminal em pacientes de 70 anos ou mais foi de aproximadamente 8 horas (intervalo: 6 a 15 horas), comparada com
6 horas em pacientes na faixa etária de 45 a 60 anos.Não há necessidade de ajuste de dose em pacientes com insuficiência renal. Administrado em doses de 1mg por dia, comprovou-se que o fármaco apresenta ação antialopécica, com estimulação do crescimento do cabelo em cerca de 30 a 35% dos pacientes tratados cronicamente durante períodos prolongados (mais de 1 ano).

Indicações.
Tratamento da hiperplasia prostática benigna sintomática, é necessário um mínimo de 6 meses de tratamento para determinar a resposta favorável. Conforme a dose, também está indicada no tratamento de homens com padrão masculino de perda de cabelo (alopecia androgênica), para aumentar o crescimento do cabelo e evitar a sua queda.

Posologia.
Como redutor da hiperplasia prostática benigna, recomendam-se 5mg diários em tomada única, em qualquer momento do dia. Como estimulante piloso: 1mg por dia, em tomada única.

Precauções.
Deve-se realizar-se exame de toque retal em todos os pacientes com
hipertrofia prostática benigna antes de iniciar a terapêutica com a finasterida e, posteriormente, o exame deve ser repetido regularmente. Apesar de a finasterida produzir queda na concentração sérica do antígeno prostático específico em pacientes com hipertrofia prostática benigna, mesmo em presença de neoplasia prostática, esta diminuição não deve ser interpretada como um efeito benéfico contra o câncer de próstata. Considerando que o fármaco é metabolizado extensamente no fígado, devem tomar-se certas precauções quanto à sua administração a pacientes com insuficiência hepática.

Interações.
Em pacientes com hipertrofia prostática benigna, a finasterida não tem efeito sobre os níveis circulantes de cortisol, estradiol, prolactina, tirotrofina ou tiroxina. Não tem nenhum efeito sobre o perfil de lipídeos plasmáticos. A finasterida diminui o nível sérico do antígeno prostático específico; não interfere no metabolismo realizado pelo sistema isoenzimático do citocromo P450 de fármacos como a antipirina. Não interage tampouco com fármacos tais como propranolol, digoxina e varfarina. Apesar de aumentar a depuração e diminuir a meia-vida da teofilina, estes efeitos não são clinicamente significativos.

Contra-indicações.
Hipersensibilidade comprovada ao fármaco. Gravidez.
FLUCONAZOL

FLUCONAZOL

Ações terapêuticas.

Antimicótico.

Propriedades.
O fluconazol é membro da família de agentes antifúngicos triazólicos;
trata-se de um inibidor potente e específico da síntese de esteróis nos fungos. O fluconazol, administrado tanto por via oral como intravenosa, é ativo em uma variedade de infecções fúngicas em animais. Sua atividade foi demonstrada contra micoses oportunistas, como as infecções por Candida spp, inclusive candidíases sistêmicas e em animais imunocomprometidos; por Criptococcus neoformans, inclusive infecções intracranianas; por Microsporum spp e por Trichophytom spp. O fluconazol também demonstrou ser ativo em animais com micose endêmica, inclusive infecções por Blastomyces dermatidis, Coccidioides immite, inclusive infecções intracranianas, e por Histoplasma capsulatum em animais normais e imunocomprometidos. As propriedades farmacodinâmicas do fluconazol são similares após sua administração por via oral ou intravenosa.É bem absorbido após a administração oral e os níveis plasmáticos (e a biodisponibilidade sistêmica) estão acima de 90% dos que são obtidos após a administração intravenosa. A absorção oral não é afetada pela ingestão simultânea de alimentos. As concentrações plasmáticas máximas obtidas em condição de jejum são alcançadas entre 0,5 e 1,5 horas após a administração, com uma meia-vida de eliminação plasmática de cerca de 30 horas. As concentrações plasmáticas são proporcionais à dose. No quarto ou quinto dia após múltiplas doses administradas uma vez ao dia alcançam-se 90% dos níveis plasmáticos estáveis. A administração de uma dose de ataque (no primeiro dia), o dobro da dose habitual diária, permite que os níveis plasmáticos se aproximem dos 90% dos níveis do estado de equilíbrio já no segundo dia. O volume de distribução aparente se aproxima do da água total do organismo. A união às proteínas plasmáticas é baixa (11% a 12%). O fluconazol penetra em todos os líquidos orgânicos estudados. Os níveis de fluconazol na saliva e no esputo são similares aos plasmáticos.Nos pacientes com meningite fúngica os níveis de fluconazol no líquido cefalorraquidiano situam-se ao redor de 80% dos níveis plasmáticos correspondentes. A via principal de eliminação é renal; aproximadamente 80% da dose administrada aparecem na urina na forma de droga inalterada. A depuração plasmática é proporcional à depuração de creatinina. Não
existem evidências de metabólitos circulantes. A prolongada meia-vida de eliminação permite a administração de uma dose única no tratamento da candidíase vaginal e uma dose diária no tratamento de todas as demais indicações. O fluconazol é altamente específico para as enzimas fúngicas dependentes do citocromo P-450. Uma dose de 50mg ao dia administrada até 28 dias não interferiu com as concentrações plasmáticas de testosterona no homem ou com as dos esteróides nas mulheres em idade fértil. Em voluntários sadios do sexo masculino, o fluconazol em dose de 200 a 400mg diários não apresentou nenhum
efeito clínico significativo sobre os níveis endógenos de esteróides ou sobre a resposta à estimulação com ACTH.

Indicações.
Candidíase orofaríngea, esofágica, infecções por Candida do trato
urinário, peritonite, e formas sistêmicas de candidíase. Meningite criptocócica, e infecções criptocócicas em outras localizações. Podem ser tratados os pacientes imunocompetentes, pacientes com síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS), com transplante de órgãos ou com outras causas de imunodepressão. O fluconazol pode ser usado como terapia de manutenção para prevenir a recaída da enfermidade criptocócica em pacientes com AIDS. Podem ser tratados os pacientes
com enfermidades neoplásicas, internados em unidades de terapia intensiva ou que recebam tratamento citotóxico ou terapêutica imunossupressora, como também aqueles que apresentam fatores predisponentes para infecção por Candida.

Posologia.
A dose diária de fluconazol deve ser ajustada conforme a natureza e a
gravidade da infecção fúngica. A maioria dos casos de candidíase vaginal respondem a uma terapia de dose única. A terapêutica para aqueles tipos de infecções que requerem tratamento com dose múltiplas deve prosseguir até que os parâmetros clínicos e as provas de laboratório indiquem que a infecção fúngica ativa tenha desaparecido. Um período inadequado de tratamento pode levar a uma recorrência da infecção ativa. Os pacientes com AIDS e meningite criptocócica ou candidíase orofaríngea recorrente em geral requerem terapia de manutenção para evitar a recaída. Adultos: na meningite criptocócica e nas infecções criptocócicas de outros parênquimas, a dose habitual é de 400mg no primeiro dia, seguidos por 200mg a 400mg uma vez ao dia. A duração do tratamento de infecções criptocócicas dependerá da resposta clínica e micológica, porém o das meningite criptocócicas é em geral de 6 a 8 semanas.Prevenção das recaídas das meningites criptocócicas em pacientes com AIDS: após haver recebido um curso completo de terapêutica primária, o fluconazol pode ser administrado indefinidamente em uma dose diária de 200mg. Na candidemia, candidíase disseminada e outras infecções candidiásicas invasoras, a dose habitual é de 400mg no primeiro dia, seguidos por 200mg diários. Na dependência da avaliação da resposta clínica, esta dose pode ser aumentada até 400mg diários. A duração do tratamento estará baseada na resposta clínica do paciente. Na candidíase orofaríngea a dose habitual é de 50mg uma vez ao dia, durante 7 a 14 dias. Caso necessário, o tratamento pode ser prolongado, particularmente em pacientes com comprometimento imunitário importante. Na candidíase atrófica (associada com próteses odontológicas totais), a dose habitual é de 50mg uma vez ao dia durante 14 dias, administrada simultaneamente com medidas antissépticas locais sobre a dentadura. Em outras
infecções candidiásicas em mucosas (exceto candidíase vaginal), por
ex.esofagite, candidúria e candidíase mucocutânea, a dose habitual efetiva é de 50mg diários administrados durante 14 a 30 dias. Nos casos especialmente difíceis de tratar de infecções candidiásicas mucosas, a dose pode ser aumentada a 100mg ao dia. Na candidíase vaginal devem ser administrados 150mg de fluconazol como dose oral única.Prevenção das infecções fúngicas em pacientes com enfermidades malignas: a dose deve ser de 50mg administrada uma vez por dia, enquanto o paciente estiver sob risco de infectar-se como conseqüência de
quimioterapia citotóxica ou de radioterapia. Para dermatomicose, inclusive tinea do corpo, do pé, crural ou infecções por Candida, a dose recomendada é 150mg, uma vez por semana. A duração do tratamento é normalmente de 2 a 4 semanas, porém a tinea pedis pode requerer até 6 semanas. Para pitiríase versicolor, a dose recomendada é de 50mg ao dia, durante 2 a 4 semanas.Crianças: apesar de não haver recomendação para o uso de fluconazol em crianças com idade
abaixo de 16 anos, como se cita na seção Precauções e advertências, quando o médico considerar que seu uso é imperativo, recomendam-se as seguintes doses diárias para crianças de 1 ano ou maiores com função renal normal: 1 a 2mg/kg para infecções candidiásicas superficiais e 3 a 6mg/kg para infecções candidiásicas/criptocócicas sistêmicas. Estas recomendações se aproximam às doses usadas em adultos com base na relação mg/kg. Não obstante, dados preliminares em crianças entre 5 e 13 anos indicam que a eliminação de fluconazol pode ser mais rápida do que em adultos. Portanto, para infecções
graves ou com risco de morte, podem ser necessárias doses diárias mais altas. A dose máxima aprovada em adultos não deve exceder 400mg. Para crianças com função renal deficiente a dose diária deverá ser reduzida de acordo com as instruções dadas para os adultos, na dependência do grau de comprometimento renal. Idosos: não havendo evidências de insuficiência renal, devem adotar-se as doses normais
recomendadas.Para pacientes com insuficiência renal (depuração ("clearance") de creatinina 40 ml/min), o esquema das doses deve ser ajustado como se descreve a seguir. Pacientes com insuficiência renal: o fluconazol é eliminado predominantemente pela urina na forma de droga inalterada. Não é necessário nenhum ajuste nas terapias com dose única. Nos tratamentos com doses múltiplas, em pacientes com insuficiência renal, as doses normais devem ser administradas
nos dias 1 e 2 do tratamento e, em seguida, os intervalos das doses ou a dose diária devem ser modificadas de acordo com a depuração ("clearance") de creatinina da seguinte maneira: para uma depuração de creatinina entre 21-40 ml/min, o intervalo de doses deverá ser de 48 horas; para uma depuração de creatinina entre 10-20 ml/min, o intervalo de dose será de 72 horas; para pacientes em diálise regular, uma dose após cada sessão de diálise.

Superdosagem.
Frente a uma superdosagem pode ser adequado o tratamento sintomático (com medidas de suporte e lavagem gástrica se necessário). O fluconazol é eliminado principalmente pela urina; a diurese forçada possivelmente provoca aumento da velocidade média de eliminação. Uma sessão de hemodiálise de três horas diminui os níveis plasmáticos da droga em cerca de 50%.

Reações adversas.
Náuseas, dores abdominais, diarréia e flatulência. Erupções. Alguns
pacientes, em particular aqueles com enfermidades subjacentes graves, como AIDS ou câncer, apresentaram alterações nas funções renais, e nas provas hematológicas foram observadas anormalidades de função hepática. Os pacientes com AIDS são mais propensos a desenvolver reações cutâneas graves com muitos fármacos; um reduzido número de pacientes com AIDS apresentou tais reações quando recebeu fluconazol de forma simultânea com outros agentes conhecidos por
provocar exfoliação grave. Caso haja desenvolvimento de erupção cutânea em um paciente tratado por uma infecção fúngica superficial que for considerado atribuível ao fluconazol, deve evitar-se toda terapêutica posterior com este agente. Os pacientes com infecções fúngicas invasoras/sistêmicas que desenvolvam erupção cutânea devem ser atentamente monitorados e a terapia com fluconazol
deve ser suspensa caso haja manifestação de lesões bolhosas ou desenvolvimento de um eritema multiforme. Em raras ocasiões relatou-se ocorrência de anafilaxia.

Precauções.
Na ausência de provas concludentes, recomenda-se não usar em mulheres grávidas, exceto se o benefício esperado para a mãe supere o risco potencial para o feto. A amamentação deve ser suspensa. A segurança e a eficácia da droga em crianças não foi estabelecida. Foram descritos casos muito raros de necrose hepática em achados post mortem. Estes pacientes recebiam medicação simultânea múltipla (alguns fármacos eram potencialmente hepatotóxicos), e tinham enfermidades concorrentes que poderiam haver causado a necrose hepática. Em conseqüência, devido ao fato de uma relação causal com fluconazol não poder ser excluída, naqueles pacientes nos quais se produz um aumento significativo das enzimas hepáticas deve ser avaliada a relação risco-benefício do tratamento continuado. Estudos em animais revelaram que o fluconazol pode desenvolver efeitos carcinogênicos; não obstante, este fato não foi comprovado em seres
humanos.

Interações.
Da droga: o fluconazol prolongaria o tempo de protrombina após a
administração de anticoagulantes varfarínicos; recomenda-se uma cuidadosa monitoração do tempo de protrombina em pacientes que recebem anticoagulantes cumarínicos. O fluconazol prolonga a meia-vida plasmática das sulfoniluréias orais administradas de modo simultâneo (clorpropamida, glibenclamida, glipizida e tolbutamida) em voluntários sadios. O fluconazol e as sulfoniluréias orais podem ser coadministrados em pacientes diabéticos, porém deve levar-se em
consideração a possibilidade de um episódio de hipoglicemia. Em um estudo de interação farmacocinética, a coadministração de hidroclorotiazida em doses múltiplas, em voluntários sadios que receberam fluconazol, causou elevação das concentrações plasmáticas deste último em cerca de 40%.A administração conjunta de fluconazol e fenitoína pode elevar os níveis desta última a um grau clinicamente significativo; caso seja necessário administrar ambas as drogas
conjuntamente, os níveis de fenitoína devem ser monitorados e sua dose ajustada de forma a manter os níveis terapêuticos. A administração conjunta de fluconazol e rifampicina tem como resultado uma diminuição de cerca de 25% na área sob a curva e uma meia-vida mais curta (a redução é em torno de 20%). Nos pacientes que recebem de forma simultânea rifampicina, deve-se considerar a necessidade de
aumentar a dose de fluconazol. Recomenda-se a monitoração da concentração plasmática de ciclosporina em pacientes que recebem fluconazol. Os pacientes que recebem doses altas de teofilina ou aqueles que se encontram em risco de toxicidade por esta causa devem ser observados quanto à apresentação de sinais de toxicidade pela teofilina, enquanto estejam sendo medicados com o fluconazol, e sua terapia deve ser modificada apropriadamente caso se manifestem sinais de toxicidade.

Contra-indicações.
Não deve ser usado nos pacientes com conhecida sensibilidade à droga ou aos compostos azólicos relacionados.
FLUNARIZINA

FLUNARIZINA

Ações terapêuticas.

Antagonista seletivo de cálcio.

Propriedades.
É um bloqueador seletivo da entrada de Ca++, sem efeito sobre a
função cardíaca, que é caracterizado pela sua ação prolongada. Atua no nível cerebral inibindo a crise de enxaqueca. Impede a vasoconstrição produzida pela hipóxia ao nível periférico e normaliza a deformação do eritrócito com melhoria das propriedades do sangue.

Indicações.
Distúrbios vestibulares, enjôos, vertigens de origem central ou periférica, Síndrome de Méni-re. Distúrbios circulatórios periféricos. Hipotermia nas extremidades, claudicação intermitente. Profilaxia da enxaqueca. Não é aconselhável seu uso em afecções cerebrais degenerativas como o mal de Alzheimer.

Posologia.
Dose habitual: 10mg diários em 1 só dose, ao deitar. Esta dose não deverá ser ultrapassada.

Reações adversas.
No início do tratamento podem ocorrer distúrbios gastrintestinais, sinais de cansaço e sonolência que remitem após a redução da dose durante alguns dias. Em casos excepcionais pode apresentar um aumento progressivo da fadiga, originando apatia ou inércia. Foram observados casos de depressão e reações extrapiramidais ou parkinsonismo com sintomas como bradicinesia, rigidez, discinesia orofacial ou tremores.

Precauções.
No tratamento da enxaqueca, dever-se-á esperar de 3 a 4 meses para avaliar a resposta. Se após este período não se observar melhora dos sintomas, o tratamento deve ser suspenso. Não utilizar na crise de enxaqueca, porém no caso de estar recebendo esta medicação, ela não deve ser suspensa. A flunarizina pode originar sintomas depressivos e extrapiramidais e manifestar parkinsonismo subjacente, principalmente em pacientes predispostos como os idosos. Nesses casos, o tratamento deverá ser suspenso.

Interações.
Potencializa os efeitos sedativos dos depressores do SNC e o efeito de
medicamentos anticolinérgicos (atropina) e antidepressivos tricíclicos. Em pacientes com tratamento anti-hipertensivo, será necessário reajustar a dose da medicação hipotensora.

Contra-indicações.
Fase aguda do íctus cerebral. Mal de Parkinson ou pacientes com
sintomatologia extrapiramidal. Síndromes depressivas. Gravidez.
FLUTAMIDA

FLUTAMIDA

Ações terapêuticas.

Antiandrógeno.

Propriedades.
A ação antiandrogênica da flutamida é exercida pela inibição da captação e da união a receptores nucleares, dos andrógenos nas células brancas. O carcinoma prostático é sensível aos andrógenos e responde ao tratamento contrapondo-se ao efeito da testosterona, como ocorre com a castração (remoção da principal fonte de andrógenos). A flutamida é total e rapidamente absorvida no nível gastrintestinal. Metaboliza-se no nível hepático, gerando metabólitos inativos e
ativos (derivados a-hidroxilados). A meia-vida de eliminação da droga
biologicamente ativa é de 6 a 8 horas; o equilíbrio de concentração plasmática é alcançado em 30 horas. A união às proteínas plasmáticas é de 95%. O metabólito ativo é encontrado na próstata em concentrações maiores que a flutamida. Após a administração de flutamida podem ocorrer elevações plasmáticas de testosterona e estradiol. Não é dialisável.

Indicações.
Carcinoma prostático metastásico (estágio D2). Pode ser usado simultaneamente com agonistas LH-RH para aumentar a efetividade.

Posologia.
3 doses diárias até um total de 750mg/dia.

Reações adversas.
As mais freqüentes são: ondas de calor, impotência e perda da libido
(associadas com a diminuição dos efeitos androgênicos); diarréia (mais comum que em tratamento sobre a base de agonistas LH-RH isolados). Outras reações menos freqüentes incluem hipertensão (1%), sonolência, confusão, depressão, ansiedade (1%), distúrbios gastrintestinais (6%), anemia (6%), leucopenia (3%) e trombocitopenia (1%). Foram informadas alterações na coloração da urina, icterícia, hepatite grave, fotossensibilidade, anemia hemolítica e metaemoglobinemia. Anormalidades laboratoriais: aumento de TGO(AST), TGP(ALT),
bilirrubinemia e creatininemia.

Precauções.
Em 9% dos pacientes que receberam flutamida mais castração médica, ocorreu ginecomastia. Dado que foi observado aumento nas transaminases, icterícia colestásica, necrose hepática e encefalopatia hepática, devem ser realizadas análises seriadas da função hepática. Em caso de icterícia ou evidência de dano hepático com ausência de metástase hepática (por punção biópsia), a administração de flutamida deve ser suspensa. O dano hepático pode ser reversível, embora tenham sido informados casos de morte por hepatites graves com o uso da flutamida. Deve ser informado ao paciente que a flutamida é usada
de forma concomitante com terapêutica de castração medicamentosa e que seu tratamento não deve ser interrompido sem antes consultar um médico.

Interações.
Foi observado prolongamento do tempo de protrombina em pacientes que haviam recebido, por um longo período, terapêutica com anticoagulantes orais e logo após acrescentada a flutamida. Devem, portanto, ser ajustadas as doses dos anticoagulantes quando associados ao tratamento com flutamida.

Contra-indicações.
Hipersensibilidade à flutamida.
FUROSEMIDA

FUROSEMIDA

Ações terapêuticas.

Diurético de alça, anti-hipertensivo, anti-hipercalcêmico.

Propriedades.
Como diurético atua principalmente na porção ascendente da alça de Henle, inibindo a reabsorção de eletrólitos. Diminui a reabsorção do cloreto de sódio e aumenta a excreção de potássio no túbulo distal. Exerce um efeito direto no transporte de eletrólitos no túbulo proximal. É absorvido de 60 a 70% de uma dose oral de furosemida. Os alimentos podem diminuir a velocidade de absorção sem alterar a biodisponibilidade nem o efeito diurético. A absorção diminui a 43
ou 46% na doença renal terminal. Sua união às proteínas é muito elevada (94 a 96%). Metaboliza-se no fígado e sua meia-vida em um paciente normal é de 30 minutos a 1 hora e em um anúrico de 75 a 155 minutos; no neonato é maior. Elimina-se por via renal 88% e por via biliar 12%. É excretada no leite materno.

Indicações.
Edema associado com insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática e doença renal. Coadjuvante no tratamento do edema agudo de pulmão. Hipertensão leve a moderada, geralmente associada a anti-hipertensivos.

Posologia.
Como diurético, de 20 a 80mg em 1 só dose ou aumentar a dose para 20 a 40mg com intervalos de 6 a 8 horas, até obter a resposta desejada. Como anti-hipertensivo: 40mg 2 vezes ao dia. Dose máxima: até 600mg ao dia. Crianças: 2mg/kg em 1 só dose ou aumentar a dose para 1 a 2mg/kg a cada 6 ou 8 horas, até obter a resposta desejada; não se recomendam doses maiores que 6mg/kg. Ampolas - adultos: como diurético, de 20 a 40mg como dose única ou aumentar a dose para
20mg a cada 2 horas até obter a resposta desejada; no edema agudo de pulmão: 40mg por via IV, e administrar outra dose de 80mg em 1 só hora ou se não tiver havido resposta satisfatória; como anti-hipertensivo de 40 a 80mg por via IV. Crianças - como diurético: 1 mg/kg por via IM ou IV em 1 só dose.

Reações adversas.
Existindo hipercalciúria, com a administração de furosemida pode ocorrer nefrocalcinose ou nefrolitíase. Podem ocorrer enjôos ou sensação de enjôo como resultado de hipotensão ortostática. Com menor freqüência, pode aparecer bradicardia, visão turva, diarréia, cefaléias, aumento de sensibilidade da pele à luz solar, anorexia e, raras vezes, erupção cutânea, febre, dor de garganta, artralgias, alterações de audição.

Precauções.
Pode haver risco de hipopotassemia e ser necessário o suplemento de potássio na dieta. Informar se ocorrerem náuseas, vômitos e diarréia para evitar o risco de desidratação. Não ingerir álcool. Nos diabéticos, pode aumentar os níveis sangüíneos de açúcar. Evitar a exposição ao sol em demasia ou o uso de lâmpadas solares. Deve-se ter cuidado em pacientes tratados com digitálicos e aqueles com cirrose hepática e ascite, nefropatias com perda de potássio ou insuficiência cardíaca congestiva, pelo maior risco de hipopotassemia. Em neonatos, é
necessário ter cautela devido à prolongada meia-vida da furosemida. Os idosos são mais sensíveis aos efeitos hipotensores e eletrolítico.

Interações.
Os corticóides e ACTH diminuem os efeitos natriuréticos e diuréticos e
aumentam o desequilíbrio eletrolítico. Os efeitos diuréticos/hipotensores do álcool e dos hipotensores são potencializados. A furosemida aumenta a concentração de ácido úrico no sangue, o que torna necessário o ajuste da dose da medicação antigotosa. O uso simultâneo com clofibrato pode aumentar o efeito de ambos os fármacos, o que produz dor muscular, rigidez e aumento da diurese. Aumentam as concentrações de glicose no sangue, o que obriga a ajustar a dose de
insulina ou de hipoglicemiantes orais. Com AINE e probenecida, pode antagonizar a natriurese e aumentar a atividade da renina plasmática produzida pelos diuréticos de alça. Os estrogênios podem diminuir os efeitos antihipertensivos dos diuréticos de alça, e o uso simultâneo com bicarbonato de sódio pode aumentar a possibilidade de aparição de alcalose hipoclorêmica.

Contra-indicações.
A relação risco-benefício deverá ser avaliada nos casos de anúria, disfunção renal grave, diabetes mellitus, gota, disfunção hepática e enfarte agudo do miocárdio; também na gravidez e lactação.
GABA
GABA

Ações terapêuticas.

Ativador do metabolismo cerebral. Coadjuvante da terapêutica
anticonvulsivante.

Propriedades.
O ácido gama-aminobutírico (GABA) é um aminoácido que ocorre no SNC em altas concentrações, e que desempenha uma função importante na bioquímica neuronal cerebral e nos fenômenos de regulação pós-sináptica e da neurotransmissão autonômica. O GABA ativa os fenômenos enzimáticos (transaminação, descarboxilação) do ciclo de Krebs, sendo consumido pelas células nervosas na qualidade de material energético do metabolismo cerebral. Estudos clínicos e
experimentais empregando GABA tanto por via oral como parenteral demonstraram que este fármaco atravessa a barreira hematoencefálica e atua em nível central, modulando e moderando a excitabilidade sináptica neuronal.Em associação com o fenobarbital e a difenil-hidantoína (fenitoína)a tem sido empregado no tratamento antiepiléptico, onde demonstrou desenvolvimento de interesante efeito sinérgico, razão pela qual as doses dos fármacos anticonvulsivantes citados podem ser reduzidas.

Indicações.
Transtornos de aprendizagem em crianças e retardo mental. Complemento terapêutico em seqüelas de acidentes vasculares cerebrais e de arteriosclerose.

Posologia.
Adultos: 3g ao dia (1g a cada 8 horas). Por via intravenosa (IV), 1g em 250ml de solução a 5% de dextrose, a cada 6 horas (4g ao dia). Em crianças usa-se a solução oral, que contém 1g em 15ml, recomendando-se 2 a 4 vezes ao dia, conforme a idade.

Reações adversas.
Não foram observados efeitos secundários significativos; ocasionalmente, náuseas, dispepsia, cefaléia, nervosismo.

GENFIBROZILA

GENFIBROZILA

Ações terapêuticas.

Antilipêmico.

Propriedades.
A genfibrozila reduz as concentrações plasmáticas de triglicerídeos
(lipoproteínas de densidade muito baixa - VLDL) e também, em forma suave, as de colesterol (lipoproteínas de baixa densidade - LDL). O mecanismo não é conhecido por completo, porém pode estar relacionado com a inibição da lipólise periférica, diminuição da extração hepática de ácidos graxos livres, que reduz a produção hepática de triglicerídeos; inibição da síntese de apoproteína portadora de VLDL, que também diminui a produção de VLDL, e reduz a incorporação
de ácidos graxos de cadeia grande nos triglicerídeos novamente formados; aceleram-se a reabsorção e a eliminação hepática do colesterol e aumenta-se a excreção de colesterol nas fezes. É bem absorvido no trato gastrintestinal. Metaboliza-se no fígado e é eliminado por via renal (70%) e fecal (6%). A meia-vida em dose única é de 1,5 hora e, em doses múltiplas 1,3 hora. A redução das concentrações de VLDL no plasma fica evidente em 2 a 5 dias.

Indicações.
Coadjuvante do tratamento em hiperlipidemia primária grave (tipo IV) e ao existir um risco significativo de doença arterial coronária que não responda a dieta e outras medidas. Seu emprego está limitado às hiperlipidemias do tipo II e III, devido a seu efeito reduzido sobre as concentrações de colesterol. Não é útil no tratamento da hiperlipidemia tipo I.

Posologia.
Dose usual para adultos: 1,2g ao dia em 2 doses, 30 minutos antes do desjejum e do jantar. Não foi estabelecida a dose pediátrica. Se após 3 meses de tratamento a resposta for inadequada, deve-se interromper a terapêutica com genfibrozila, sendo recomendado seguir uma dieta com baixo teor de lipídios.

Reações adversas.
Devido à semelhança química e farmacológica com o clofibrato, podem aparecer efeitos similares a longo prazo. São de incidência mais freqüente (10%): mialgias, diarréia, cãibras musculares, náuseas, vômitos, erupção cutânea, febre e calafrios.

Precauções.
É importante não ingerir nem mais nem menos que a dose indicada. Ao avaliar a eficácia do tratamento, devem-se ter presentes as variações estacionais nos níveis de lipídios (mais elevados no inverno, menores na primavera e outono). Dado que aumenta a excreção de colesterol na bile, dever-se-á interromper o tratamento se aparecerem cálculos biliares. Recomenda-se avaliar periodicamente a função hepática e suspender o fármaco se persistirem alterações ½aumento de transaminase glutâmico-oxalacético (TGO), AST transaminase glutâmico-pirúvico (TGP), ALT, LDH e fosfatase alcalina!. No início do tratamento podem ocorrer
diminuição da hemoglobina, leucócitos e hematócrito, que se estabilizam no decorrer da terapêutica.

Interações.
O uso simultâneo com anticoagulantes derivados da cumarina aumenta o efeito destes e pode diminuir o do ácido quenodexosicólico, posto que aumenta a saturação de colesterol na bile.

Contra-indicações.
Cirrose biliar primária; a relação risco-benefício deverá ser avaliada em
doenças da vesícula biliar, cálculos biliares, disfunção hepática ou renal
grave.
GENTAMICINA

GENTAMICINA

Ações terapêuticas.

Antibiótico sistêmico, tópico e oftálmico.

Propriedades.
Pertence ao grupo dos aminoglicosídeos. Estes são transportados de forma ativa através da parede bacteriana, unem-se irreversivelmente a uma ou mais proteínas receptoras específicas da subunidade 30 S dos ribossomos bacterianos e interferem com o complexo de iniciação entre o RNA mensageiro e subunidade 30 S. O RNA pode ser lido de forma errônea, o que origina a síntese de proteínas não-funcionais; os polirribossomos separam-se e não são capazes de sintetizar proteínas. Os aminoglicosídeos são antibióticos bacterianos. A gentamicina é totalmente absorvida após sua administração por via intramuscular; em troca, sua absorção é escassa por via oral. Por via local tópica podem ser absorvidas quantidades significativas na superfície corporal. Distribui-se principalmente no líquido extracelular, com acumulação nas células do córtex renal. Atravessa a placenta. As concentrações na urina são altas, podendo superar os 100mg/ml. Não se metaboliza.

Indicações.
a) Por via sistêmica, para o tratamento de infecções ósseas, infecções em queimaduras, meningite, otite média aguda, otite média crônica supurada, pneumonia, septicemia, sinusite, infecções de pele e tecidos moles e infecções urinárias produzidas por Pseudomonas, Proteus, Escherichia coli, Klebsiella, Enterobacter, Serratia, Citrobacter e Staphylococcus (coagulase positivos e negativos); tratamento da endocardite bacteriana (administrada simultaneamente com uma penicilina). b) Por via oftálmica: tratamento de blefarite, blefaroconjuntivite, conjuntivite, dacriocistite, queratite e queratoconjuntivite produzidas por microrganismos sensíveis. c) Por via tópica: tratamento de foliculite, furunculose, paroníquia e outras infecções bacterianas cutâneas menores produzidas por Staphylococcus, Streptococcus, Proteus vulgaris, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter aerogenes.

Posologia.
Administração parenteral - dose para adultos (intramuscular ou por infusão intravenosa): 1 a 1,7mg/kg a cada 8 horas; doses pediátricas usuais - nascidos pré-termo e neonatos de até 1 semana: 2,5mg/kg a cada 12 horas durante 7 a 10 dias; neonatos maiores e lactentes: 2,5mg/kg a cada 8 horas; crianças: de 2 a 2,5mg/kg a cada 8 horas. Em pacientes com insuficiência renal, a dose deve ser modificada de acordo com os valores da liberação de creatinina. Pomada por via oftálmica: aplicar uma película de aproximadamente 1mm, com intervalos de 6 a 12
horas. Solução oftálmica: 1 gota a cada 4 a 8 horas. Por via tópica: aplicar na pele de 3 a 4 vezes ao dia.

Reações adversas.
Via parenteral: ototoxicidade (perda de audição, sensação de tamponamento dos ouvidos), ototoxicidade vestibular (instabilidade, enjôos); nefrotoxicidade (hematúria, aumento ou diminuição do volume de urina); neurotoxicidade; náuseas e vômitos. Vias oftálmica e tópica: prurido, vermelhidão, edema ou outros sinais de irritação.

Precauções.
Atravessa a placenta e pode ser nefrotóxica para o feto. Deve ser utilizada com precaução em prematuros e neonatos devido à sua imaturidade renal. Em pacientes com desidratação ou disfunção renal, aumenta significativamente o risco de toxicidade devido às elevadas concentrações séricas. A gentamicina pode ocasionar bloqueio neuromuscular, sendo necessário administrar com cuidado em
pacientes com miastenia grave ou parkinsonismo. Em geral, é aconselhável fazer audiogramas e determinações da função renal e vestibular durante o tratamento com este antibiótico.

Interações.
O uso simultâneo com anfotericina-B parenteral, bacitracina parenteral,
cefalotina, ciclosporina, ácido etacrínico parenteral, furosemida parenteral, estreptomicina ou vancomicina pode aumentar a capacidade para ototoxicidade ou nefrotoxicidade. A administração junto com anestésicos por inalação ou bloqueadores neuromusculares pode potencializar o bloqueio neuromuscular. Deve ser evitado o uso simultâneo ou seqüencial com metoxifluorano ou polimixinas
parenterais, já que pode aumentar o risco de nefrotoxicidade e de bloqueio neuromuscular. Não devem ser administrados ao mesmo tempo 2 ou mais aminoglicosídeos ou 1 aminoglicosídeo com capreomicina pela maior possibilidade de produzir ototoxicidade e nefrotoxicidade.

Contra-indicações.
Insuficiência renal.
HESPERIDINA

HESPERIDINA

Ações terapêuticas.

Vasculoprotetor. Venotônico.

Propriedades.
Fitoterápico de estrutura glicosídeo-flavonoídica, conhecido também como vitamina P ou citrina possui atividade reguladora sobre a permeabilidade capilar, sendo normalmente empregada em hemorragias e púrpuras vasculares. A hesperidina é um produto natural encontrada em abundância no mesocarpo (porção branca) dos limões e das laranjas verdes. Parece ser mais ativa na presença da vitamina C.

Indicações.
Insuficiência venosa crônica. Vasculopatias, capilaropatias. Hiperpermeabilidade capilar.

Posologia.
As doses usuais são de 20 a 200mg/dia, por via oral.
HIDROCLOROTIAZIDA

HIDROCLOROTIAZIDA

Ações terapêuticas.

Diurético tiazídico.

Propriedades.
Atua sobre o mecanismo tubular renal de absorção de eletrólitos, aumenta a excreção urinária de sódio e água por inibição da reabsorção de sódio no princípio dos túbulos distais e aumenta a excreção urinária de potássio incrementando a secreção de potássio no túbulo contornado distal e em tubos coletores. Absorve-se com relativa rapidez após sua administração oral. Sua meia-vida normal é de 15 horas, o efeito diurético começa após 2 horas, o efeito máximo é obtido após 4 horas e sua ação dura de 6 a 12 horas. Elimina-se por via renal de forma inalterada.

Indicações.
Edema associado com insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática com ascite, síndrome nefrótica, glomerulonefrite aguda e insuficiência renal crônica. Hipertensão.

Posologia.
Adultos: como diurético, de 25 a 100mg 1 ou 2 vezes ao dia, 1 vez em dias alternados ou 1 vez ao dia durante um período de 3 a 5 dias por semana; como anti-hipertensivo, 25 a 100mg/dia como dose única ou em 2 ingestões diárias. Crianças: 1 a 2mg/kg ao dia como dose única ou em ingestões diárias.

Reações adversas.
A maioria das reações adversas depende da dose. São de incidência mais freqüente: secura na boca, arritmias, náuseas, vômitos, cansaço ou debilidade não-habituais. Raramente observam-se: artralgias, dor de garganta e febre, hemorragia ou hematomas não-habituais, anorexia.

Precauções.
Há possibilidade de provocar hipopotassemia, portanto pode ser necessário suplementar a dieta com potássio. Pode aumentar a glicemia nos diabéticos e aparecer fotossensibilidade. A hipotensão e a hipopotassemia são mais freqüentes nas pessoas de idade avançada. A hidroclorotiazida atravessa a placenta, portanto a relação risco-benefício deverá ser avaliada em mulheres grávidas.

Interações.
Os corticóides, a ACTH e a anfotericina-B podem diminuir os efeitos
natriuréticos e diuréticos e intensificar o desequilíbrio eletrolítico. A
hidroclorotiazida pode elevar a concentração de ácido úrico no sangue, razão pela qual deve ser necessário ajustar a dose de antigotosos (colchicina, alopurinol, probenecida). O uso simultâneo com amiodarona aumenta o risco de arritmias associadas com hipopotassemia. Os efeitos diuréticos são potencializados quando usada com IMAO. Aumenta a possibilidade de toxicidade por digital quando administrada com glicosídeos digitálicos. Junto do bicarbonato de sódio pode aumentar a possibilidade de alcalose hipoclorêmica. A hidroclorotiazida aumenta a glicose no sangue, portanto é necessário regular a dose de insulina e de hipoglicemiantes orais.

Contra-indicações.
A relação risco-benefício deverá ser avaliada na presença de anúria ou
disfunção renal grave, diabetes mellitus, gota, antecedentes de hiperuricemia, antecedentes de lúpus eritematoso, pancreatite, hipercalcemia.
IBUPROFENO

IBUPROFENO

Ações terapêuticas.

Antiinflamatório, analgésico, antipirético.

Propriedades.
É um antiinflamatório não-esteróide, que inibe a enzima cicloxigenase;
origina uma diminuição da formação de precursores das
prostaglandinas e dos tromboxanos a partir do ácido araquidônico. Absorve-se por via oral de forma rápida, mas os alimentos diminuem a velocidade de absorção. Sua união às proteínas plasmáticas é muito alta (98%) e metaboliza-se no fígado. O tempo até alcançar seu efeito máximo é de 1 a 2 horas. Inibe de maneira reversível a agregação plaquetária, mas menos que o ácido acetilsalicílico. A recuperação da função plaquetária é produzida no prazo de 1 dia após a suspensão do tratamento.
I
ndicações.
Processos inflamatórios e dolorosos, agudos e crônicos, de tecidos moles. Osteoartrite. Artrite reumatóide. Dismenorréia.

Posologia.
Adultos, dose usual - como anti-reumático, 300 a 800mg por via oral 3 ou 4 vezes ao dia; como analgésico, antipirético ou antidismenorréico, 200 a 400mg por via oral a cada 4 ou 6 horas, conforme necessidade. A prescrição usual limite é de 3.200mg.

Reações adversas.
Epigastralgia, pirose, diarréia, distensão abdominal, náuseas, vômitos,
cólicas abdominais, constipação. Tonturas, erupção, prurido, tinnitus,
diminuição do apetite, edema, neutropenia, agranulocitose, anemia aplásica, trombocitopenia, sangue oculto nas fezes.

Precauções.
Deve-se ministrar com cuidado em pacientes com hemofilia ou outros problemas hemorrágicos, já que aumenta o risco de hemorragias por inibição da agregação plaquetária; pode provocar ulceração ou hemorragias gastrintestinais. Seu uso na presença de úlcera péptica, colite ulcerosa ou doenças do trato gastrintestinal superior ativa pode aumentar o risco de efeitos colaterais gastrintestinais ou efeitos ulcerosos. Os pacientes geriátricos são mais propensos a desenvolver
toxicidade gastrintestinal, hepática e renal. No tratamento da artrite, a
melhora pode ser produzida em um prazo de 7 dias, mas para conseguir a máxima eficácia podem ser necessárias de 1 a 2 semanas de uso contínuo.

Interações.
O uso simultâneo com paracetamol pode aumentar o risco de efeitos renais adversos. A administração junto a corticóides ou álcool aumenta o risco de efeitos gastrintestinais colaterais. O uso junto a hipoglicemiantes orais ou insulina pode aumentar o efeito hipoglicêmico destes, já que as prostaglandinas estão implicadas de forma direta nos mecanismos de regulagem do metabolismo da glicose, e possivelmente devido ao deslocamento dos hipoglicemiantes orais das proteínas séricas. A associação com probenecida pode diminuir sua excreção e
aumentar a concentração sérica, potencializando sua eficácia ou aumentando o potencial de toxicidade.

Contra-indicações.
Hipersensibilidade à droga, síndrome de pólipos nasais, angioedema ou
broncospasmo frente ao ácido acetilsalicílico ou outros AINE.
INDOMETACINA

INDOMETACINA

Ações terapêuticas.

Antiinflamatório não-esteróide. Útero-inibidor.

Propriedades.
A indometacina é um antiinflamatório não esteróide derivado do ácido
indolacético. Inibe a atividade da enzima cicloxigenase para diminuir a formação de precursores de prostaglandinas e tromboxanos a partir do ácido araquidônico. Embora muitos de seus efeitos terapêuticos e adversos sejam provocados pela inibição das sínteses de prostaglandinas em diferentes tecidos, outras ações contribuem de forma significativa aos efeitos terapêuticos do medicamento. Como
analgésico: pela ação periférica, devido à inibição da síntese de
prostaglandinas. Antirreumático: a produção do fator reumatóide IgM pode diminuir com indometacina; não obstante, a droga não afeta o curso progressivo da artrite reumatóide. Somente atua por mecanismos analgésicos e antiinflamatórios. Antipirético: pela ação central sobre o centro hipotalâmico que regula a temperatura, produzindo vasodilatação periférica. Antidismenorréico: inibe a síntese de prostaglandinas no útero, o que diminui as contrações uterinas, aumenta a perfusão uterina e alivia a isquemia e a dor espasmódica.Na administração oral, absorve-se de forma rápida e completa, 90% da dose em 4 horas. Supositórios: de absorção mais rápida que as cápsulas, mas somente 80 ou 90% de uma dose, porque o supositório não é retido no reto durante 1 hora completa. Metaboliza-se no fígado, excretando-se 60% da dose pela urina (10 a 20% como indometacina inalterada) e 33% por via biliar (1,5% como indometacina inalterada). Excreta-se também no leite materno e não é dialisável.
I
ndicações.
Fase ativa da artrite reumatóide, osteoartrite, espondilite anquilosante.
Alterações musculoesqueléticas (bursite, tendinite, sinovite). Processos
inflamatórios posteriores a intervenções ortopédicas. Síndrome dismenorréica. Ameaça de parto prematuro.

Posologia.
As doses maiores de 150 a 200mg/dia podem aumentar o risco de efeitos
adversos. Em pacientes geriátricos maiores de 70 anos, reduzir a dose inicial, até a metade da dose usual em adulto. Sempre se deve ministrar de forma oral, após as refeições ou com alimentos antiácidos para reduzir a irritação gastrintestinal. Iniciar o tratamento com 2 a 50mg 2 a 4 vezes ao dia; pode-se aumentar de 25 a 50mg em intervalos semanais até obter-se resposta satisfatória. Dose máxima: 200mg/dia. Doses pediátricas usuais - oral: de 1,5 a 2,5mg/kg/dia, em 3 ou 4 ingestões, até um máximo de 4mg/kg/dia. Supositórios: 50mg até 4 vezes/dia.

Reações adversas.
As reações neurológicas são: cefaléias, tonturas, depressão, vertigem e
fadiga; com menor freqüência: confusão mental, ansiedade, sonolência,
convulsões, coma, neuropatia periférica, debilidade muscular e, raramente, parestesias e piora da epilepsia e parkinsonismo. Em alguns casos, a intensidade desta sintomatologia pode obrigar a suspensão do tratamento. Sintomas gastrintestinais: náuseas, anorexia, vômitos, incômodos epigástricos, constipação e diarréia. Podem aparecer ulcerações no esôfago, estômago, duodeno ou intestino delgado; hemorragia gastrintestinal. Raramente observaram-se estomatite, flatulência ou hemorragias de origem sigmóidea. Diversos estudos têm
indicado que a dose recomendada mais elevada de indometacina por via oral (50mg, 4 vezes ao dia) produz menos perda de sangue nas fezes que a dose média de ácido acetilsalicílico (600mg, 4 vezes ao dia). Hepáticas: em raras ocasiões observam-se quadros de hepatite ou icterícia relacionados com a administração de indometacina. Cardiovasculares ou renais: com pouca freqüência, edema, elevação
da pressão arterial, taquicardia, dor pré-cordial, arritmia, hipotensão,
insuficiência cardíaca congestiva.Reações de hipersensibilidade, com sinais de erupções cutâneas, dermatites exfoliativas, prurido, urticária, distúrbios respiratórios agudos, dispnéia. Hemáticas: podem aparecer leucopenia, petequias, púrpura, trombocitopenia. Outras reações: distúrbios de audição, proteinúria, nefrite instersticial, hiperglicemia, glicosúria, visão turva e dor orbitária ou periorbitária. Broncoconstrição em asmáticos sensíveis ao ácido acetilsalicílico.

Precauções.
Deverá ser empregada com precaução em idosos; a incidência de reações adversas parece aumentar com a idade. No início do tratamento, podem aparecer cefaléias que desaparecem em seu transcurso; se persistirem, a medicação deverá ser suspensa. Pelo risco de tonturas, deverá ser advertido aos pacientes que tenham precaução ao dirigir veículos ou maquinários. Deverá controlar-se o paciente com alterações psiquiátricas. Doença de Parkinson ou epilepsia, já que pode agravar estes estados. As alterações gastrintestinais ficam minimizadas ao
ingerir-se a droga nas refeições ou com antiácidos. Caso aparecer sangramento intestinal, o tratamento deverá ser suspenso. A indometacina inibe a agregação plaquetária, portanto deverá ter-se em conta este efeito em pacientes com alteração da coagulação ou sob terapêuticas anticoagulantes. Deve ser usada com prudência em pacientes com insuficiência renal ou com retenção sódica associada
com doença hepática ou insuficiência cardíaca. A exemplos de outros
antiinflamatórios não-hormonais, deve-se esperar uma elevação de TGO-AST e TGP-ALT, fosfatase alcalina e outros parâmetros da função hepática.Em tratamentos crônicos, o quadro hemático e a função hepática deverão ser controlados periodicamente.

Interações.
O ácido acetilsalicílico pode diminuir os níveis plamáticos de indometacina. A probenecida eleva os níveis de indometacina, por isso pode ser necessário diminuir a dose no tratamento conjunto. Pode reduzir a ação anti-hipertensiva dos betabloqueadores, os diuréticos tiazídicos, a furosemida ou o captropil. Pode aumentar os níveis sangüíneos de lítio em pacientes sob tratamento de manutenção com carbonato de lítio. Pode deslocar os hipoglicemiantes orais de sua união às proteínas, originando um aumento do efeito hipoglicemiante. Diminui
a excreção renal de metotrexato, originando um aumento da concentração plasmática deste.

Contra-indicações.
Antecedentes de hipersensibilidade a indometacina, salicilatos e outros
antiinflamatórios não-esteróides. Úlcera gastroduodenal ativa. Lesões gástricas recorrentes. Primeiro trimestre de gravidez. Lactação. Crianças menores de 14 anos.
ITRACONAZOL

ITRACONAZOL

Sinônimos.

Oriconazol.
Ações terapêuticas.
Antifúngico.

Propriedades.
Moderno fungicida de ação sistêmica, é empregado em diversas localizações (cutânea, vaginal, unhas) da infecção micótica por diferentes gêneros (Aspergillus, histoplasma, blastomicetos, Candida). Seu mecanismo de ação é similar ao de outros antifúngicos triazólicos, visto que se desenvolve ao nível da membrana celular do fungo, onde altera a biossíntese dos esteróis de membrana, fosfolipídeos e triglicerídeos. O itraconazol é uma droga fungistática que pode ser fungicida conforme a concentração. Age de forma seletiva e inibe a
biossíntese de ergosterol ou outros esteróis, razão pela qual afeta a
integridade da membrana da parede celular do fungo e sua permeabilidade seletiva. Além disto, inibe a biossíntese de triglicerídeos e fosfolipídeos dos fungos e a atividade enzimática oxidativa e peroxidativa. Em Candida albicans bloqueia a transformação dos blastosporos em sua forma micélica invasiva. Sua absorção pelo trato digestório é otimizada no pH ácido gástrico, razão pela qual sua administração é feita juntamente com as refeições.Sua biodisponibilidade é caracterizada por sua prolongada meia-vida (15 a 30 horas), alto coeficiente de ligação a proteínas plasmáticas (99%) e metabolismo hepático lento. Com 100mg alcançam-se 0,1-0,3mg/ml em 3 a 5 horas, com notável difusão tecidual e discreta passagem para o líquido céfalo-raquidiano. A insuficiência renal não afeta sua metabolização, não sendo também a eliminação afetada pela hemodiálise.

Indicações.
Micose cutânea (dermatomicose), onicomicose, tineas, micoses sistêmicas, candidíases sistêmicas. Vulvovaginite, candidíase, histoplasmose, aspergilose, blastomicose.

Posologia.
Uma única tomada de 100mg a cada 24 horas. Em crianças: 3 a 5mg/kg ao dia. Em infecções sistêmicas graves podem empregar-se doses de 400 a 600mg ao dia. A duração do tratamento varia conforme a micose em questão. Em micoses sistêmicas: 200 a 400mg ao dia. Em candidíase vulvovaginal: 400mg um só dia em duas tomadas de 200mg.

Reações adversas.
Ocasionalmente podem ocorrer distúrbios digestivos: náuseas, epigastralgia, vômitos. Em terapias prolongadas foram relatadas alterações sexuais (impotência) e hipocalcemia.

Precauções.
Empregar com precaução durante a gravidez ou amamentação, avaliando sempre a relação risco-benefício. Estudos em animais demonstraram que o itraconazol pode desenvolver efeitos carcinogênicos; não obstante, este fato não foi comprovado em seres humanos.

Interações.
O emprego simultâneo de rifampicina reduz as concentrações e os níveis séricos do fármaco.

Contra-indicações.
Hepatopatias graves. Hipersensibilidade ao fármaco.
LORATADINA

LORATADINA

Ações terapêuticas.

Antialérgico.

Propriedades.
A loratadina é um anti-histamínico tricíclico potente, de ação prolongada,
com atividade seletiva antagônica dos receptores H 1 periféricos.

Indicações.
Sintomas associados com rinite alérgica, como espirros, secreção nasal
(rinorréia) e prurido. Os sinais e sintomas oculares e nasais são aliviados
rapidamente após a administração oral. Urticária crônica e outras afecções dermatológicas alérgicas.

Posologia.
Adultos e crianças maiores de 12 anos: 10mg, 1 vez ao dia. Crianças de 2 a 12 anos, com peso corporal 30kg: 10mg 1 vez ao dia; com peso corporal = 30kg: 5mg 1 vez ao dia.

Reações adversas.
Após a administração de loratadina, em raras ocasiões foram comunicadas reações secundárias como fadiga, sedação e dor de cabeça.

Precauções.
Crianças menores de 2 anos. Gravidez e lactação.

Interações.
Deve ser suspensa aproximadamente 48 horas antes de qualquer teste cutâneo, dado que os anti-histamínicos podem impedir ou diminuir as reações que, de outro modo, seriam positivas aos indicadores de reatividade dérmica.

Contra-indicações.
Hipersensibilidade ou idiossincrasia a seus componentes.
LOSARTANA

LOSARTANA

Ações terapêuticas.

Anti-hipertensivo.

Propriedades.
É o primeiro derivado de uma nova geração de medicamentos denominados antagonistas da angiotensina II (ATII), que desenvolve um efeito gradual e prolongado sobre os valores sisto-diastólicos de indivíduos hipertensos. Trata-se de uma substância sintética de estrutura química original-befeniltetrazol, de natureza não-peptídica, que pela sua semelhança estrutural compete com o receptor específico da angiotensina II, inibindo, dessa forma, sua ligação com esse agonista endógeno. Sua elevada afinidade e especificidade in vitro e in vivo sobre os receptores AT 1 da angiotensina II, localizados preferentemente no músculo liso vascular e em outras estruturas (miocárdio, rim, cérebro, supra-renal), e seu comportamento com agonista puro sem efeito agonista parcial, o destacam como um agente anti-hipertensivo seguro e eficaz.· diferença do seu antecessor, a saralasina (somente para uso intravenoso em infusão contínua), a losartana é ativa por via oral, em doses de 50mg diários em uma tomada única (tendo a mesma
potência que 10mg de enalapril). Após a sua administração oral, esse derivado imidazólico benzil-substituído sofre uma biotransformação hepática (efeito de primeira passagem) que reduz significativamente sua absorção sistêmica a 33% e produz um metabólito ativo, o ácido 5-carboxílico, de meia-vida prolongada, que contribui para prolongar a ação anti-hipertensiva durante 24 horas com uma única tomada diária, graças à ação aditiva ou de somação entre o fármaco e seu metabólito ativo. A meia-vida plasmática é de 2,3 horas para a losartana e de
6,7 horas para o metabólito ativo (E-3174), enquanto que a proporção que se liga às proteínas é elevada ( 99%).A absorção digestiva do fármaco não é afetada pela presença de alimentos no estômago; depois da administração de uma dose única oral de 50mg, atinge o pico plasmático máximo em 60 minutos, com um volume de distribuição de 34 litros, aproximadamente, sem que seja observado fenômeno de acumulação com a administração contínua e prolongada, inclusive de doses elevadas (100mg). A excreção seguida com losartan marcado com 14C mostrou 35% de eliminação pela urina e 58% pelas fezes. Os estudos clínicos duplo-cegos com losartan em pacientes com hipertensão essencial leve ou moderada mostraram uma boa resposta anti-hipertensiva sisto-diastólica em comparação com beta-bloqueadores (atenolol), diuréticos (hidroclorotiazida) e antagonistas de cálcio. A tolerância medicamentosa da losartana, assim como sua inocuidade e segurança foram confirmadas pelo uso crônico; destaca-se a menor incidência de tosse (3%) em comparação com a registrada com os inibidores da ECA (10%).Não se registrou efeito rebote nos valores tensionais de pacientes hipertensos que reduziram ou suspenderam a losartana.

Indicações.
Hipertensão arterial essencial leve a moderada. Insuficiência cardíaca
congestiva.

Posologia.
A dose média aconselhada é de 50mg em uma tomada diária. Em indivíduos idosos ( 75 anos) ou com deterioração das funções hepática ou renal aconselha-se iniciar o tratamento com 25mg. Em indivíduos hipertensos refratários ou que não respondem à dose habitual pode-se chegar a 100mg diários, mas não se obtiveram melhorias com doses maiores.

Efeitos secundários.
Geralmente apresenta uma ótima tolerância, mas alguns pacientes apresentaram ocasionalmente ( 1%) tonturas, exantema cutâneo, hipotensão ortostática, valores elevados de TGP que se normalizam ao suspender o tratamento. · diferença dos inibidores da enzima conversora da angiotensina, a incidência de tosse seca é menor (3% vs. 10%) e equiparável ao placebo.

Precauções.
Aconselha-se empregar com precaução em pacientes com insuficiências renal ou hepática grave, estenose da artéria renal e antecedentes de alergia ou hipersensibilidade. Deve-se ter especial precaução ao iniciar a terapia em pacientes com insuficiência cardíaca, indivíduos desidratados ou com depleção hidrossalina (uso de diuréticos, dietas hipossódicas estritas) pois a losartana
pode produzir maior hipotensão arterial. Aconselha-se controlar periodicamente a potassemia em indivíduos idosos ou com transtornos da função renal. Em indivíduos submetidos a cirurgia maior ou durante a anestesia com medicamentos anti-hipertensivos, pode bloquear a ATII formada como conseqüência da liberação compensadora de renina e a hipotensão resultante deve ser corrigida com expansores de volume.

Interações.
O emprego de diuréticos poupadores de potássio pode incrementar a potassemia. Não foram registradas interações significativas com o emprego simultâneo de antagonistas de cálcio, beta-bloqueadores e diuréticos tiazídicos. A combinação com hidroclorotiazida pode potencializar a resposta hipotensiva. A hemodiálise não serve para eliminar a losartana e seu metabólito ativo.

Contra-indicações.
Crianças. Gravidez e lactação. Hipersensibilidade a losartana.
LOVASTATINA

LOVASTATINA

Ações terapêuticas.

Hipocolesterolemiante.

Propriedades.
A lovastatina é uma lactona inativa (pró-droga) que é transformada por
hidrólise no fígado, onde exerce sua ação farmacológica, na forma ácida ativa. Esta ação seletiva faz com que a concentração plasmática da droga ativa seja de 5% da dose administrada, o que evita ação farmacológica extra-hepática. A inibição na síntese de colesterol hepático não afeta os níveis dos hormônios que se sintetizam a partir do colesterol em outros órgãos. Atua mediante a inibição da enzima HMG-CoA redutase, a qual produz uma redução da síntese de colesterol
intra-hepático. A diminuição de colesterol intracelular induz um aumento da síntese de receptores hepáticos de LDL, tendo como conseqüência maior captação e diminuição dos valores plasmáticos de colesterol LDL. Isso ocorre na hipercolesterolemia familiar heterozigótica e na hipercolesterolemia primária não-familiar. Assim mesmo, reduz os níveis dos triglicerídeos e aumenta de forma leve o colesterol HDL.Conforme a dose, o percentual de redução do colesterol total varia de 19 a 39%, o colesterol LDL de 20 a 45% e os triglicerídeos, de 10 a 30%. Por sua vez, os níveis de colesterol HDL elevam-se entre 7 e 15%. Uma vez que a diminuição de colesterol é dependente da dose, dever-se-á esperar de 4 a 6 semanas para observar efeitos ótimos da dose utilizada e, portanto, as alterações de dose devem ser realizadas com intervalos não-inferiores a 4 ou 6 semanas. Em hipercolesterolemias refratárias graves, pode-se usar a terapêutica combinada com colestiramina, já que se tem demonstrado potencialização dos efeitos redutores da hipercolesterolemia, com redução do colesterol LDL superior
a 5%. A combinação com fibratos ou ácido nicotínico aumenta a incidência de miopatias, não sendo recomendada, portanto, sua administração conjunta.

Indicações.
Hipercolesterolemia primária, na qual a dieta e outras medidas isoladas
tenham sido insuficientes e mantidos e elevados o colesterol total e o LDL colesterol.

Posologia.
Antes da indicação da lovastatina, o paciente deve seguir uma dieta
hipocolesterolemiante e continuá-la durante o tratamento. Dose inicial
recomendada: 20mg/dia, como dose única no jantar, porque o colesterol
sintetiza-se principalmente à noite. Dose máxima de 80mg diários em 1 ou 2 doses. Em pacientes tratados com imunossupressores, a dose máxima recomendada é de 20mg/dia. A dose deve ser reduzida quando os níveis decrescerem abaixo de 75mg/100ml ou os níveis de colesterol total estiverem abaixo de 140mg/100ml. Pacientes com insuficiência renal: dado que a droga não sofre uma excreção renal significativa, não é necessário modificar a dose.

Reações adversas.
A maioria das reações adversas foi leve e transitória. Em estudos clínicos controlados, os efeitos adversos que ocorreram com uma freqüência maior que 1% foram: flatulência, diarréia, constipação, náuseas, dispepsia, enjôos, visão turva, cefaléia, cãibras musculares, mialgias, erupção cutânea e dor abdominal. De 0,5 a 1% observou-se: fadiga, prurido, secura na boca, insônia, distúrbios do sono. Raramente foi informada síndrome de hipersensibilidade, que incluiu: anafilaxia, angiodema, polimialgia reumática, artrite, urticária, astenia, fotossensibilidade, febre e mal-estar. Exames laboratoriais: podem evidenciar-se aumentos das transaminases séricas, elevação da fosfatase alcalina e da bilirrubina.

Precauções.
Efeitos hepáticos: as elevações moderadas das transaminases séricas que ocorrem no início da terapêutica não são acompanhadas de sintomas e não requerem a interrupção do tratamento. Recomenda-se realizar o teste de transaminases antes de iniciar o tratamento, e 4 ou 6 meses após, principalmente em pacientes com testes hepáticos anormais. Se os valores aumentarem 3 vezes acima do normal,
dever-se-á avaliar o risco de continuar com o tratamento. Efeitos musculares: com freqüência observa-se elevação ligeira e transitória dos níveis de CPK (creatinofosfoquinase). Mialgias: se há suspeita ou diagnóstico de miopatia associada com elevação de CPK, o tratamento deverá ser interrompido. Geralmente, estes pacientes recebiam tratamentos concomitantes com imunossupressores (ciclosporina), genfibrozil ou dose hipolipemiante de ácido nicotínico e, portanto, deve-se avaliar a relação risco-benefício do uso de lovastatina com
estes fármacos. Em pacientes com hipercolesterolemia familiar homozigótica, a lovastatina tem sido menos eficaz, talvez porque estes pacientes não tenham receptores para LDL em funcionamento.Embora tenha um moderado efeito hipotrigliceridemiante, não é indicado quando esta patologia é mais importante (hiperlipidemias tipos I, IV e V).

Interações.
Já foi descrito o efeito que produz a associação com genfibrozil,
imunossupressores e ácido nicotínico. Em pacientes tratados com eritromicina associada com lovastatina, observou-se, em alguns casos, rabdomiólise. Quando administrada com anticoagulantes cumarínicos, o tempo de protrombina pode elevar-se em alguns pacientes. Em estudos clínicos, usou-se lovastatina junto com beta-bloqueadores, antagonistas dos canais do cálcio, diuréticos e antiinflamatórios não-esteróides, sem evidência de interações adversas clinicamente significativas.

Contra-indicações.
Hipersensibilidade à droga. Doença hepática ativa ou elevações persistentes não-explicadas das transaminases séricas. Gravidez, lactação.
MEDROXIPROGESTERONA

MEDROXIPROGESTERONA

Ações terapêuticas.
Progestogênio. Antineoplásico.

Propriedades.
Os progestogênios aumentam a síntese do RNA por interação à cromatina (DNA). As doses elevadas inibem a liberação do hormônio luteinizante (LH) na pituitária anterior. O metabolismo é principalmente hepático e elimina-se por via fecal.

Indicações.
Amenorréia. Hemorragia uterina funcional devida ao desequilíbrio hormonal. É indicada, junto com estrogênios, no tratamento da hipermenorréia e dos sintomas da menopausa. A forma parenteral é indicada no tratamento do carcinoma metastático endometrial e do carcinoma metastático renal. Anticoncepcional de ação sistêmica.

Posologia.
Adultos - desequilíbrio hormonal: 5 a 10 mg/dia durante 5 a 10 dias. Hemorragia funcional: uterina, 5 a 10mg/dia durante 5 a 10 dias, com início no 16§ ou 21§ dia do ciclo menstrual. Ampolas, adultos -carcinoma de endométrio ou renal: via IM, 400mg a 1g e repetição da dose com intervalos de uma semana.

Reações adversas.
Os progestogênios podem associar-se com o aparecimento de tromboflebite, embolia pulmonar, doenças cerebrovasculares e trombose retiniana. A administração contínua de progesterona pode alterar o ciclo menstrual da paciente. São de incidência menos freqüente: visão dupla, cefaléia, perda repentina da coordenação, dispnéia, debilidade, alterações do apetite, cansaço ou debilidade não habituais, náuseas, edema.

Precauções.
No caso de suspeita de gravidez, o tratamento deverá ser suspenso. Seu uso não é recomendável durante os primeiros 4 meses de gravidez, dado que pode causar lesão ao feto. O uso não é recomendável em mães no período de lactação, já que é excretado no leite materno. Pode ser produzida hiperplasia gengival.

Interações.
Pode interferir nos efeitos da bromocriptina ao produzir amenorréia ou
galactorréia.

Contra-indicações.
Carcinoma de mama ou dos órgãos reprodutores, exceto em pacientes
selecionados para tratamento paliativo. Disfunção ou doença hepática. Suspeita de gravidez. Aborto não-detectado. Antecedentes de tromboflebite, distúrbios tromboembólicos, hemorragia vaginal anormal sem diagnóstico. A relação risco-benefício deverá ser avaliada na presença de asma, insuficiência cardíaca, epilepsia, antecedentes de depressão mental, disfunção renal, diabetes mellitus, antecedentes de gravidez ectópica.
MESALAZINA

MESALAZINA

Ações terapêuticas.

Antiinflamatório intestinal não-esteróide.

Propriedades.
A mesalazina ou 5-ASA (ácido-5-aminosalicílico) possui ações antiinflamatórias (inibidor da prostaglandinosintetase) no nível da mucosa ileal, colônica e retal. A mesalazina é a fração ativa da molécula da sulfasalazina. Os comprimidos possuem uma camada especial que impede sua dissolução no estômago para chegar ao íleo e ao cólon ascendente, onde são produzidas a liberação do 5-ASA e sua absorção. O pico plasmático de 5-ASA e seu principal metabólito (ácido acetil-5-aminosalicílico) foi observado após 5 horas da administração. A meia-vida plasmática é de 0,6 a 1,4 horas, conforme as doses
administradas. O 5-ASA e acetil-5-ASA são eliminados por via renal (44%) e fecal (35%); o restante é eliminado sem absorver-se.

Indicações.
Colite ulcerosa (reto, colite ulcero-hemorrágica) na fase aguda ou profilaxia de recidivas.

Posologia.
Os comprimidos devem ser ingeridos antes das refeições e com bastante líquido. Fase aguda da colite ulcerosa: 1,5 a 2,5g ao dia, divididos em 3 ingestões. Tratamento intercrise: 1 a 1,5g ao dia divididos em 2 ou 3 ingestões. No caso de localizações retais ou retossigmóideas (a 20cm da margem anal): 2 a 3 supositórios ao dia durante 4 semanas.

Reações adversas.
Cefaléias, náuseas, cólicas abdominais. Diarréia, pancreatite (raramente),
exantema, febre, broncospasmo.

Precauções.
O uso deve ser cuidadoso em insuficiência hepática ou renal grave. Gravidez. Lactação (concentrações de 5-ASA menores ou iguais que as plamáticas).

Interações.
Não foram descritas.

Contra-indicações.
Hipersensibilidade aos salicitatos. Úlcera gastroduodenal.
METFORMINA

METFORMINA

Ações terapêuticas.
Hipoglicemiante oral.

Propriedades.
É um hipoglicemiante oral do grupo das biguanidas. Apresenta boa absorção oral, com uma meia-vida plasmática de eliminação de 3 a 6 horas. Mecanismo de ação: aumento do número de receptores de insulina.

Indicações.
Diabetes não dependente de insulina, especialmente em obesos e em
hipersensíveis às sulfoniluréias.

Posologia.
Dose usual: 1.000 a 1.500mg/dia. Dose máxima: 2.500mg/dia. Após 2 semanas é conveniente ajustar as doses em função dos controles glicêmicos.

Reações adversas.
Náuseas, pirose, vômitos e diarréia. Sabor metálico. Existe risco de acidose lática, mais freqüente em idosos e pacientes com insuficiência renal, sendo menor do que com a fenformina.

Precauções.
Se for indicada a pacientes insulinodependentes, a glicemia deve ser
monitorada antes de se modificar a dose de insulina.

Interações.
A metformina pode reduzir a absorção de vitamina B 12.

Contra-indicações.
Insuficiência renal. Condições hipóxicas (insuficiência cardíaca grave,
insuficiência respiratória, infecções agudas). Etilismo. Gravidez.
Pré-operatório e pós-operatório. Hipersensibilidade à metformina.
METRONIDAZOL
METRONIDAZOL

Ações terapêuticas.
Antibacteriano, antiparasitário, anti-helmíntico.

Propriedades.
De origem sintética, o metronidazol pertence ao grupo dos nitroimidazóis, é ativo contra a maioria das bactérias anaeróbias estritas e protozoários, mediante uma redução química intracelular que é efetuada por mecanismos únicos do metabolismo anaeróbico. O metronidazol reduzido, que é citotóxico porém de meia-vida curta, interage com o DNA e produz dano em sua estrutura helicoidal,
ruptura da cadeia e conseqüente inibição da síntese de ácidos nucléicos, culminando com morte celular. É bem absorvido por via oral, e atravessa as barreiras placentária e hematoencefálica. Sua união às proteínas plasmáticas é discreta; é metabolizado no fígado por oxidação da cadeia lateral e conjugação com ácido glicurônico do derivado 2-hidroximetil (também ativo) e outros metabólitos. As concentrações séricas máximas detectadas após administração de
uma dose oral de 250mg, 500mg e 2 g são 6, 12 e 40mcg por ml, respectivamente. A eliminação é feita por via renal em cerca de 60 a 80%.Desta quantidade, 20% são eliminados inalterados na urina; 6 a 15% são eliminados pelas fezes, encontrando-se metabólitos inativos. Também é eliminado no leite materno.

Indicações.
Profilaxia de infecções perioperatórias e tratamento de infecções bacterianas por anaeróbios. Amebíase e tricomoníase. Vaginite por Gardnerella vaginalis, giardíase e algumas infecções por protozoários, anaeróbios, doença intestinal inflamatória, helmintíase.

Posologia.
Os pacientes com disfunção hepática grave metabolizam o metronidazol
lentamente. A forma oral pode ser ingerida com alimentos para diminuir a
irritação gastrintestinal. No caso de tricomoníase o casal realizará a
terapêutica de forma simultânea. O metronidazol parenteral deverá ser
administrado somente por infusão IV contínua e intermitente durante um período de uma hora. Dose máxima: 1 g/kg. Vaginite, colite pseudomembranosa, doença inflamatória do intestino: 500mg a cada 6 horas. Como antiparasitário: amebíase, 500 a 750mg três vezes ao dia, durante 5 a 10 dias. Giardíase: 2g, 1 vez ao dia durante 3 dias ou 250 a 500mg 3 vezes ao dia durante 5 a 7 dias. Tricomoníase: 2 g como dose única, 1g, 2 vezes ao dia durante um dia ou 250mg três vezes ao dia,
durante sete dias. Dose máxima para adultos: 4 g diários. Dose pediátricas usuais: como antibacteriano, a posologia não foi estabelecida. Como antiparasitário: amebíase: 11,6 a 16,7mg/kg, três vezes ao dia, durante dez dias.Giardíase: 5mg/kg, três vezes ao dia, durante 5 a 7 dias. Tricomoníase: 5mg/kg, três vezes ao dia, durante 7 dias. Forma injetável: infecções por anaeróbios: iniciar com 15mg/kg, em seguida passar para 7,5mg/kg até um máximo de 1g a cada 6 horas durante 7 dias ou mais. Amebíase: 500 a 750mg a cada 8 horas, durante 5 a 10 dias. Em crianças a posologia não está estabelecida.

Reações adversas.
São de incidência mais freqüente: inchaço, dores ou fraqueza em mãos e pés, sobretudo com doses elevadas ou uso prolongado. "Rash" cutâneo, urticária, prurido (por hipersensibilidade). Sobre o SNC: torpor ou instabilidade, crises convulsivas (com doses elevadas). Se houver persistência dos seguintes sintomas, deverá haver atenção médica: diarréias, enjôos, náuseas, vômitos, anorexia.

Precauções.
O metronidazol atravessa a placenta e penetra rapidamente na circulação fetal, e, embora não se haja demonstrado defeitos no feto, não se recomenda seu uso no primeiro trimestre do gravidez. Tampouco se deve usar o ciclo de terapêutica de um dia, visto que produz concentrações séricas fetais e maternas mais altas. Não se recomenda seu uso no período de amamentação porque pode produzir efeitos adversos no lactante. Caso seja necessário o tratamento com
metronidazol, o leite materno deve ser extraído e descartado, retornando à amamentação 24 a 48 horas após o término do tratamento com a droga. A secura de boca que produz pode contribuir para o desenvolvimento de cáries, candidíase oral e mal-estar. Estudos em animais revelaram que o metronidazol pode desenvolver efeitos carcinogênicos; não obstante, esta possibilidade não foi comprovada em seres humanos.

Interações.
Não se recomenda o uso simultâneo com álcool, porque pode produzir acumulação de aldeído acético por interferência com a oxidação do álcool (inibição da aldeído-desidrogenase) e provocar cãibras abdominais, náuseas, vômitos e cefaléias. Os anticoagulantes podem eventualmente potencializar seu efeito da mesma forma que o metronidazol, devido à inibição do metabolismo enzimático dos
anticoagulantes. Deve evitar-se o uso simultâneo com dissulfiram, porque pode produzir confusão e reações psicóticas.

Contra-indicações.
Deverá avaliar-se a relação risco-benefício em enfermidades orgânicas ativas do SNC, incluindo epilepsia, discrasias sanguíneas, disfunções cardíaca ou hepática graves.
NAPROXENO
NAPROXENO

Ações terapêuticas.
Antiinflamatório, analgésico, antipirético.

Propriedades.
O naproxeno é um antiinflamatório não-esteróide do grupo dos derivados do ácido propiônico; é um inibidor da síntese de prostaglandinas. Absorve-se completamente quando administrado por via oral; o pico plasmático é alcançado em 2 a 4h. Também é absorvido por via retal. A meia-vida plasmática é de 14h. Este tempo pode ser duplicado nos idosos. Elimina-se do organismo por metabolização
hepática. Une-se 99% às proteínas plasmáticas. Atravessa a placenta e aparece no leite das mulheres que amamentam - cerca de 1% da concentração plasmática materna.

Indicações.
Artrite reumatóide, osteoartrite, espondilite anquilosante, artrite
reumatóide juvenil, gota aguda e distúrbios musculoesqueléticos agudos (distorsão, distensão, trauma direto, dor lombosacral,espondilite cervical, tenossinovite e fibrosite).

Posologia.
Adultos, dose usual: 500 a 1.000mg/dia, em 1 ou 2 ingestões. Crianças - artrite reumatóide juvenil: 10mg/kg/dia. Em crianças menores de 16 anos, o uso para outra indicação não é recomendado.

Reações adversas.
Distúrbios gastrintestinais: as reações mais freqüentes são náuseas, vômitos, dor abdominal, epigastralgia. Reações mais sérias que podem ocorrer ocasionalmente são: hemorragia gastrintestinal, úlcera péptica (com hemorragia e perfuração) e colite. Reações de hipersensibilidade e dérmicas: erupção cutânea, urticária, angioedema, reações de anafilaxia, pneumonite eosinofílica, alopecia, eritema multiforme; síndrome de Stevens-Johnson, epidermólise e reações de fotossensibilidade (porfiria cutânea ou epidermólise ampolar). Sistema nervoso central: cefaléia, insônia e dificuldade para concentrar-se. Hemáticas: trombocitopenia, granulocitopenia, anemia aplástica e hemolítica (raramente). Outras: tinnitus, deterioração da audição, vertigem e edema periférico, icterícia, hepatite fatal, nefropatia, hematúria, alterações visuais, vasculite, meningite asséptica, estomatite ulcerativa (raramente).

Precauções.
Deve ser usada com cuidado em pacientes com antecedentes de doença gastrintestinal. Pode-se precipitar um broncoespasmo em pacientes com antecedentes asmáticos ou doença alérgica. Anormalidades esporádicas nos testes laboratoriais. Diminui a agregação plaquetária e prolonga o tempo de sangramento. Deve-se usar com especial cuidado em pacientes com lesão renal; a indicação com depuração renal menor que 20ml/min deve ser suspensa.

Interações.
Hidantoínas, anticoagulantes, sulfoniluréias administrados simultaneamente com naproxeno podem aumentar de forma significativa a concentração sangüínea da droga livre. O efeito natriurético da furosemida pode ser inibido pelo naproxeno. Inibição renal da depuração de lítio. Como outros AINE pode diminuir o efeito anti-hipertensivo do propranolol e outros beta-bloqueadores. A
probenecida alonga a meia-vida do naproxeno. O metotrexato diminui a secreção de naproxeno no nível dos túbulos renais.

Contra-indicações.
Úlcera péptica ativa. Hipersensibilidade ao naproxeno (sensibilidade
cruzada).
NEOMICINA

NEOMICINA

Ações terapêuticas.
Antibiótico.

Propriedades.
A neomicina é um antibiótico extraído do fungo Streptomyces fradiae
que pertence à família dos aminoglicosídeos e, como todos eles, possui um efeito nefrotóxico, ortotóxico e neurotóxico importante. Geralmente, a neomicina é apresentada para administração oral (como bactericida antidiarréico) ou tópica. A absorção digestiva é baixa (3%) e por isso não é empregada em infecções sistêmicas; mesmo assim, com tomadas repetidas pode ser acumulada no córtex renal e nos tecidos cocleares. A eliminação da neomicina nestes tecidos é muito lenta e pode demorar semanas após suspensa a sua administração. Age sobre a flora do cólon, eliminando-a, mas não atinge níveis terapêuticos no sangue e
tecidos.

Indicações.
Preparação para cirurgias do trato intestinal (câncer de cólon,
diverticulite). Coma hepático: reduz o número de bactérias produtoras de amoníaco. Diarréia infecciosa, gastroenterocolite. Uso local associado com outros medicamentos (corticóides) para infecções dermatológicas.

Posologia.
Coma hepático: 4 a 12g/dia. Profilaxia da infecção em cirurgia colorretal:
3g, divididos em 3 doses ao dia antes da operação, em conjunto com 3g de eritromicina.

Superdosagem.
A administração prolongada pode provocar ototoxicidade e nefrotoxicidade. Pode ser removida por hemodiálise.

Reações adversas.
Náuseas, vômitos, diarréia. Síndrome de má-absorção. Nefrotoxicidade,
ototoxicidade e bloqueio neuromuscular.

Precauções.
Não utilizar em mulheres grávidas pela sua embriotoxicidade. A lactação deve ser suspensa se a mãe tiver que receber o fármaco. A segurança e a eficácia em menores de 18 anos não foram estabelecidas. O tratamento prolongado pode provocar o crescimento excessivo de microrganismos não-susceptíveis, especialmente fungos. Utilizar com precaução na doença de Parkinson e miastenia gravis, devido ao bloqueio neuromuscular que produz. A administração de doses elevadas por via oral produz síndrome de mal absorção para substâncias lipossolúveis, xilose, lactose, sódio, cálcio, cianocobalamina e ferro.

Interações.
Com outros fármacos nefrotóxicos ou ototóxicos (bacitracina, polimixina B, outros aminoglicosídios): sinergismo. Bloqueadores neuromusculares: sinergismo com o bloqueio. A neomicina interfere com a absorção oral de penicilina V, vitamina B 12, metotrexato e fluoruracila.

Contra-indicações.
Hipersensibilidade à neomicina; ocasionalmente pode ocorrer reação cruzada em indivíduos com hipersensibilidade a outros aminoglicosídeos. Obstrução intestinal.